Casos Verídicos de Umbanda - Clemência Pública ao Povo Cigano para Abertura de Caminhos
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Autor Ceissamorim - Buddhayan
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 6/28/2005 10:54:16 AM
Em minha família a mediunidade é latente, vem de berço, herdada de mãe para filhos, de avós para netos, bisnetos e assim por diante. Houve quem relutasse e nunca trabalhasse. Houve gente como eu que trabalhei e tudo larguei. Mas confesso, tenho saudades.
Recordo-me de uma ocasião em que estava recém-casada e meu marido encontrava-se de plantão. Não tínhamos filhos, dormia sozinha em casa. De repente, sou acordada por copos quebrando e uma gargalhada. Não sabia o que ocorria, estava atordoada. Preto Velho me dizia: "Acorda fia, tem perigo pra fia. Acorda fia!"
Quando abri a porta do quarto onde havia meu Congá já desmontado, a saia da Moça de lado, estava ocorrendo um incêndio com altas labaredas já quase atingindo o apartamento ao lado, onde morava o Cacique Juruna, vizinho ilustre! Não consegui acordá-los. Então, um casal de vizinhos que chegava na madrugada ao ver a fumaça resolveu subir e me ajudar. Contornamos o fogo, não houve vítimas.
Depois que o casal foi embora, abri novamente a porta do quarto em que se deu o incêndio e ouvi nova gargalhada. Dessa vez me dizia: "Eu te dei, eu te tomo!" Tudo chamuscado - menos a saia da Moça! - que deixou, em uma das paredes, sua silhueta.
O tempo passou e "troquei" a incorporação pelo Tarô, depois parei de dar consultas. Tornei-me evangélica, mas logo vi que não era minha praia. Joguei tudo fora. Casamento e espiritualidade, nada mais me interessava; cuidei do intelecto, me formei em Direito, isso me bastava.
O tempo passou. Tempo, Tempo, o que dirá Tempo? Tempo o que me dirá? Tempo, Tempo, Tempo, a quem deixará sem respostas? A ninguém deixará, Tempo tem todas as respostas e com Tempo elas virão.
E vieram mesmo! Ontem visitei uma Mãe de Santo - gente finíssima - que conheço desde áureas épocas.
Ao jogar os búzios me disse: "Ninguém quer responder, todo mundo se afastou, mas Oxalá responde: "Você abandonou seu Povo Cigano, o Povo que é dono da mola do mundo, dinheiro é mola do mundo! Você largou tudo o que a vida te deu, um bom marido, riqueza, conforto e foi bater cabeça por aí. A Vida te dá, a Vida te toma! Você tem que trabalhar, mas primeiro, vamos desmanchar as demandas. Você vai ganhar tudo, por que eu já passei por isso e fizeram por mim, agora eu faço por você que não terá nenhum gasto."
Sei bem como isso funciona, embora me espante quem não compreenda a Umbanda Esotérica Oriental à qual pertenço. Mas sei bem seus fundamentos e, agora, num gesto de humildade, peço-lhes licença para voltar. E hoje me deparo com uma homenagem aos Pretos Velhos, aqui no STUM. Uma bonita reverência que me inspirou a criar uma clemência, à minha moda, ao Povo que abandonei, pedindo amparo e proteção, para que a Gira possa girar.
Dá licença, Moça Bonita; com respeito, Pombagira: eu te peço para voltar; abre todos os meus caminhos, devolve-me o que me foi tomado, desde a mola do mundo até o meu amado. Salve Pombagira Cigana, Sete Encruzas, Sete Saias, Salve Maria Mulambo, Salve Maracangalha! Eu venho de Ganga, venho te ofertar essa vela vermelha, mais 7 rosas eu vou te dar. Me abre a intuição, a terceira visão e a clarividência. Preciso voltar às nossas conferências. Não volto pela dor, mas pela compreensão; não tenho culpa se vim com essa missão. Me dá licença, ó Moça, que eu quero trabalhar. Então me abra os caminhos, de dinheiro e de fortuna; que venha a mim todo o ouro que ilumina os caminhos e clareia a mente. Assim é e assim será. Salve Pombagira!
Texto revisado por Cris
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