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Cátaros: o preço da liberdade!

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Autor Flávio Bastos

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 21/01/2011 12:30:07


"Se ocupam em difundir a doutrina pelo exemplo da perfeição de sua conduta, não se submetendo a nenhuma autoridade da Santa Igreja Católica, sejam padres, bispos ou superiores, dizendo que esses são corruptos, ladrões, blasfemos e pecadores!" (Reinerius saccho)

Com a desculpa de "salvar a Igreja dos hereges", a ação justificada e legitimada, batizada de Guerra Santa, tinha três frentes para a Igreja da Idade Média: a recuperação de terras européias perdida aos mouros infiéis (de 71 até 1492); a recuperação do Santo Sepulcro na Terra Santa, que durou de 1096 até 1271, envolvendo reinos cristãos contra reinos islâmicos; e o combate aos hereges na Europa Ocidental, com o extermínio dos cátaros ao sudoeste da França, que chamou-se Cruzada Albigense e durou de 1209 até 1244. 

QUEM ERAM OS CÁTAROS? 

O catarismo era uma religião gnóstica, inspirada no movimento dos bogomilos, surgido no século X nos Balcãs e com influências litúrgicas do cristianismo primevo. Seus seguidores eram também conhecidos por albigenses, devido à cidade de Albi, onde havia muitos cátaros, também espalhados pelo norte da Itália, reino de Aragão e condado de Barcelona, embora a maioria se concentrasse na região do Languedoque (sul da Occitânia). Formavam populações complexas nas quais coexistiam senhores, cavaleiros, burgueses e gente do povoado. Eram protegidos por nobres poderosos e alguns bispos que não toleravam a autoridade papal em suas dioceses.

Os cátaros eram contra os sacramentos da Igreja, contra a hierarquia católica, criticavam o batismo, a eucaristia, a virgindade de Maria, a conversão do pão e do vinho em corpo e sangue de Cristo; mas aceitavam a reencarnação. A nova filosofia sociorreligiosa não agradava a Igreja. A filosofia cátara divergia do mundo cristão da época, mas traçava uma nova forma da fé cristã.

Havia cátaros em Beziers, Carcassone, Albi, Narbone, mas sua capital era Tolouse. Eles promoviam um grande intercâmbio com grande parte da Europa, transmitindo sua cultura pelos troubadours - trovadores, cantores populares que iam de cidade em cidade. Os judeus eram aceitos e praticavam sua religião em sinagogas sem serem molestados, o que não acontecia no resto da Europa. Todos aprendiam a ler, inclusive as mulheres. Não havia quase analfabetos. Existia terra e trabalho para todos. As artes eram estimuladas e os artistas valorizados. A produção de alimentos na região era abundante e dividida entre todos. O catarismo era uma religião cristã baseada na interpretação dualista do Novo Testamento. A Bíblia Cátara, o livro sagrado que os pregadores itinerantes levavam consigo era um Novo Testamento que incluía quatro Evangelhos, os Atos dos Apóstolos, as Cartas Canônicas e os livros doutrinários do Antigo Testamento.

Os cátaros se afastavam do mal para serem perfeitos. Diziam-se bons cristãos, pois não juravam ou mentiam, ou falavam mal dos outros; nem matavam qualquer coisa que respirasse. Seguiam a fé de Jesus Cristo e o evangelho conforme os apóstolos ensinaram. Viam-se perseguidos tal como Cristo e os apóstolos o foram pelos fariseus.

INTOLERÂNCIAS DOS CÁTAROS, SEGUNDO INQUISIDORES A SERVIÇO DA IGREJA

Não aceitam privilégios eclesiásticos. Reprovam títulos dignitários, como Papa, Bispo, etc. Desprezam a imunidade da Igreja, do clero e suas coisas. Condenam concílios, sínodos e assembléias. Dizem que direitos paroquiais são invenção e que regras monásticas são tradição dos fariseus. Que a mulher, depois de parir seu filho, não precisa ser purificada e bendita, já o sendo pela maternidade. Que a ordenação sacerdotal nada vale; que cada bom homem é um sacerdote, como os sacerdotes foram simples bons homens. Que a prece de um mau sacerdote nada vale, e ridicularizam a Igreja quando nomeia conhecidos pecadores e criminosos para cargos eminentes. Que cada bom cidadão, e mesmo as mulheres, podem pregar. Que a doutrina do Cristo e dos apóstolos é suficiente para a salvação, sem os estatutos da Igreja.

Dos mandamentos da Igreja, dizem que a Santa Água do batismo não é mais que água de rio, e que a Hóstia Sagrada não é mais que pão. Também costumam fazer imposição de mãos sobre os simplórios, dizendo que com isso podem curar males do espírito e do corpo. Falam da vida laica dos sacerdotes e prelados da Igreja, da cupidez, lassidão, avareza e vida pouco honesta, que todo o povo conhece. Os prelados, curas e monges são fariseus e falsos profetas, pois não fazem o que pregam. Batismo, comunhão, unção são maneiras de vender caro a água, óleo e farinha, e que, sendo pecadores, os padres não tem poder de ligar e religar e, não sendo limpos, não podem limpar outros pela confissão. Que a cruz de Cristo não deveria ser venerada, porque ninguém veneraria a forca na qual seu pai, parente ou amigo fosse enforcado.

CRONOLOGIA DO EXTERMÍNIO

Em julho de 1209, a cidade de Beziers foi saqueada e os habitantes massacrados pelos cruzados. A seguir, cai a cidade de Carcassone. Assim acaba a "Cruzada dos Barões" na qual morrem ao todo, 30.000 pessoas entre velhos, mulheres e crianças. Uma carnificina mesmo. É famosa a frase: "Não perdoem condição, nem sexo, nem idade. Mate-os todos, cátaros ou católicos. O Senhor saberá distinguir os seus!". Palavras de Arnand Amauri, arcebispo de Narbonne, quando seus soldados disseram que não sabiam distinguir entre católicos e cátaros.

Em 16 de março de 1244, duzentos cátaros foram às fogueiras de Montsegur por blasfêmia, e a caminho da morte entoaram cãnticos ligados à glória de Deus, que lembra o comportamento valente dos primeiros cristãos que entregavam suas vidas nas mãos de seus algozes sem se lamuriar. Assim também eram os cátaros, uma gente pacífica e sensível, que via a fé cristã sobre outra perspectiva.

TRADIÇÃO CÁTARA

Os cátaros acreditavam que suas tradições datavam de antes do tempo dos apóstolos. Essa convicção foi reforçada com a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto - uma coleção de 930 documentos descobertos entre 1947 e 1956 em onze cavernas perto de Qumran.

Fonte de pesquisa: Guia da História Especial

flaviobastos

 

 
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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