Círculo vicioso!



Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 4/17/2012 8:23:28 AM
Círculo vicioso!
É tão triste quando vemos casais que estimamos, colocando um ponto final onde poderia caber uma vírgula, uma interrogação, uma exclamação ou mesmo reticências... É o ponto final do diálogo. Não há quem os faça se entenderem mais. Não se escutam, ficam repetitivos, batendo na mesma tecla que desencadeia as mesmas frases, as mesmas acusações, as mesmas reclamações. Tudo que tentamos dizer para um ou para outro não é absorvido por eles, pois o "você não sabe o que já fiz, já tentei, etc..." ensurdece-lhes os ouvidos da compreensão mental. É o fechamento. Quando falam sobre o assunto já não mais conseguem, como há muito tempo atrás, identificar suas responsabilidades. Porque antes, apesar das discussões, ainda admitiam uma ou outra falha em si mesmos. Agora, só o outro é culpado. A frase é sempre a mesma: "eu sei que tenho falhas, mas..." e aí vem uma tonelada de queixas inglórias para justificar e convencer a si mesmos e aos demais sobre aquilo que querem afirmar.
E os motivos para esse desencontro costumam ser banalidades. Divergências relacionadas a assuntos como educação dos filhos, critérios de valorização para onde mais se deve investir, se nas roupas ou no carro, e assim por diante. A repetição e o desacerto vão criando diferenças que, cada vez mais, distanciam o casal. Os laços que os uniam vão se rompendo. Os ressentimentos crescentes vão escondendo os sentimentos mais profundos, que acabam se perdendo numa revolta interior tamanha, que permite que o ressentimento sobrepuje o sentimento.
Quando os caminhos deixam de ser partilhados pelo casal, as bifurcações que se apresentam fazem da convivência um constante ato de agressão. Se os casais identificam que já não há mais possibilidade de convivência e optam pela separação, este afastamento, algumas vezes, possibilita-lhes uma reflexão pessoal. Em alguns casos, há uma retomada da relação, agora sobre outras bases, estando os dois disponíveis para nova tentativa e aí sim, com grandes chances de tudo dar certo. Mas na grande maioria dos casos, os casais permanecem juntos e aí o que era antes chamado de lar vira um verdadeiro "palco do horror". Quais os motivos que os fazem ficar juntos? Inúmeros. As expressões: "casamento é para toda vida", "o que deus uniu o homem não separa" (deus minúsculo sim). "As crianças vão sofrer muito", "nossos filhos ainda são pequenos, deixa eles crescerem", são na maior parte das vezes, pretextos, desculpas para não se assumirem decisões. O conceito de que não é fácil refazer a própria vida após uma separação, a divisão dos bens, que muitas vezes tornam-se insuficientes para manter cada um por si, a auto-estima baixa, a incapacidade que cada um tem de caminhar sozinho, são motivos que não são assumidos, mas os mantêm juntos.
Normalmente ele busca na bebida, nos jogos, o preenchimento do grande vazio que se instala dentro de si. Em casa torna-se agressivo, impaciente e "cobrador". Ela se lança no trabalho doméstico, na dedicação aos filhos, principalmente quando ele (o parceiro) está em casa. Com o parceiro, entretanto, o comportamento poderá variar desde o ignorá-lo, até levá-lo à loucura, por tantas queixas e reclamações.
A troca de acusações é ferrenha e ambos não percebem o mal que estão fazendo aos seus filhos e a si mesmos, pois estão "cegos" pela visão fixa do quadro que cada um pintou do outro. Respeito e consideração já não existem. Este casal necessita de ajuda de pessoas e mesmo de profissionais habilitados para que possam dar uma parada, a fim de interromper esse círculo vicioso e refletir sobre a própria vida, sobre o melhor caminho a ser tomado. Embora citem muito os filhos, não percebem o mal que lhes estão fazendo e o quão distantes estão deles. Muitas vezes não notam nem as grandes mudanças de comportamento que ocorrem com os filhos, mudanças estas nem sempre positivas, tamanho é o seu envolvimento com os próprios queixumes. A estes casais, o meu conselho: parem e reflitam sobre como devem passar a agir para buscar o equilíbrio, a paz, a harmonia e a felicidade para si mesmos. Se preciso for, busquem ajuda. Criem um novo parágrafo na história de suas vidas.









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