Comece pelo conhecido.



Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 08/04/2012 19:12:30
Comece pelo conhecido.
O Homem se faz muitas indagações durante sua existência. Em sua grande maioria, fica aguardando respostas para, então, poder tomar alguma decisão. E neste tempo de espera, a vida passa.
Ouvimos muitos comentários, alguns jocosos, referentes ao tempo que se leva passando por processos psicoterápicos e com resultados que a maioria das pessoas não percebe. "Estamos pesquisando o que me leva a esse comportamento, estamos receosos, etc". Cada corrente tem sua abordagem peculiar de lidar com os assuntos. Porém, a vida está cada vez mais corrida e o tempo cada vez mais preenchido, de tal forma que muitas pessoas deixam de buscar ajuda por achar que o tempo será muito longo e que não o possuem.
Mas este comportamento de espera não é privilégio de algumas formas psicoterápicas. É comum vermos gerentes e mesmo grandes executivos correndo de um lado para outro, em busca de porquês, sem ação objetiva sobre o que os aflige ou têm por intenção.
Querem outro exemplo? Pessoas obesas, ansiosas, dizem: "Não sei por que sou tão ansiosa e como tanto!". "Algo em mim me leva a beber, fumar, estourar com os outros, etc". E enquanto esperam que surjam as respostas, vão comendo, bebendo, fumando, estourando com os outros e assim por diante.
É comum, em consultório, os clientes quererem as respostas, mais do que trabalharem seus sentimentos frente às dificuldades de mudarem seu comportamento. Encontrar respostas está mais para o plano da razão, portanto, um trabalho intelectual. Lidar com as dificuldades de mudança envolve deparar-se com suas emoções e sentimentos, limitações e bloqueios.
Entender o que ocorre conosco é muito importante e nos ajuda muito no processo de mudança. É significativo o percentual de alterações de comportamento, formas de ser, que ocorrem quando as pessoas entendem o que as estava levando a esta ou àquela ação. Porém, não são poucos os que, mesmo chegando às respostas, não correspondem com a mudança esperada.
Se queremos realmente abreviar o tempo, promover nossas mudanças para o que estabelecemos como desejado, como mais adequado, não devemos nos ater simplesmente em encontrar respostas. A pessoa não sabe por que come compulsivamente, mas sabe que por fazer isso, engorda em demasia. O que fazer?
Comece pelo conhecido! Ele sabe que come muito. Não sabe de onde vem tal ansiedade. Começar pelo conhecido é, antes de mais nada, "lutar" pela diminuição da quantidade do que se come. "Não sei por que como tanto, mas sei que com isso engordo, então vou comer menos". Parece simples, mas não é. Se é simples o raciocínio da decisão, é um desafio saber agir coerentemente, procurando se policiar e se conter cada vez que se aproxima a hora da refeição. Esta conduta vai mexer com o que ainda não temos consciência e então estes fatores começarão a se manifestar e, por serem importantes, trarão à tona as respostas pra as nossas indagações. Mas a mudança desejada já estará em andamento, já estará trazendo seus frutos. O processo será então ainda mais acelerado.
Já ouvimos muito a frase: "Não sei o que quero, mas já sei o que não quero". O princípio é este. Não precisamos saber o porquê para iniciarmos nosso movimento. Comer demasiadamente engorda. Não quero engordar. Então não me detenho tanto no "por que como", mas atuo no que sei não querer: como menos para não engordar.
Quando agimos assim, aceleramos as manifestações interiores que nos regem, de forma a tomarmos consciência mais rapidamente, pois está em ação a força da vontade, do querer, mais do que a manifestação dos desejos. Haverá conflitos sim, que serão trabalhados, entretanto, por cada um, à medida em que forem surgindo. É muito mais consistente e funcional do que a postura apenas reflexiva da busca pelo entendimento.
Quem age começando pelo conhecido, mais do que o entendimento, tem a compreensão de si mesmo.









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