Como abrir mão de um amor? - Parte 4 - Final
Atualizado dia 9/15/2006 11:56:04 AM em Autoconhecimentopor Maria Silvia Orlovas
Quando me ouvi pronunciando essas palavras vindas como orientação para Raquel, lembrei-me que há muitos anos havia lido algo semelhante num livro sobre metafísica e, na época, aquilo me fez refletir sobre a função dos relacionamentos. Claro que imediatamente pensei também que não seria muito fácil para Raquel trazer esse ensinamento para sua vida, já que vivendo uma forte paixão ela se achava também profundamente mergulhada na dor não deixando espaço para qualquer outra vibração.
Aprendi com os Mestres que sentimentos, pensamentos e atitudes emitem uma vibração e que muitas vezes quando tentamos mudar alguma coisa nos deparamos com grandes dificuldades... Porque não basta mudar uma atitude, é preciso mudar a fonte que está gerando essa energia.
No caso da paixão, não basta simplesmente se afastar da pessoa amada é preciso percebê-la fora do contexto. O que significa ver essa pessoa como alguém normal, não como especial.
Para uma libertação é preciso tirar as máscaras, aquela que colocamos no outro e a nossa também, pois quando amamos revestimos o parceiro com nossas expectativas. Claro que esse não é um processo racional ou consciente, fazemos isso movidos pelo karma, uma vez que, em geral, nossos relacionamentos são reencontros de vidas passadas.
“Sabe, Maria Silvia, sinto as mesmas coisas que aquela dançarina sentia... Acho que, a exemplo dela, passei a viver a vida do meu namorado. Tudo o que fiz nos últimos tempos foi em função dele. Talvez por isso mesmo fiquei tão triste. Foi muita dedicação para não receber nada, mas não era ele que me pedia coisas. Era eu que fazia.
Ele dizia que não estava pronto para esse amor e até que não merecia minha atenção. E quanto mais ele falava mais me dedicava e corria atrás. Acho que perdi a vergonha. Nem sei mais o que significa auto-estima”...
“Raquel, não precisa ser tão dura com você”. Disse para aquela moça desarmada que mais parecia uma adolescente. “Você fez o que seu coração mandou... mas, nos relacionamentos, os movimentos dependem das duas partes. Quando amamos alguém precisamos dar tempo e espaço para o outro agir. Não há uma miscelânea total”.
“Como assim? Não entendi, pois sempre pensei que”... Disse ela deixando a frase incompleta.
“Você se entregou tanto que fez o caminho do outro”... Sugeri.
“É isso mesmo. Na verdade fazia um verdadeiro jogo de xadrez dentro de mim e não colocava meus pensamentos. O que queria era que ele entrasse no meu jogo e tivesse as atitudes corretas e arrumasse sua vida, mas não queria nada forçado. Para ser franca, nunca conversei abertamente com ele porque não queria forçar nada. Nem quis saber o nome da esposa dele”. Disse ela, terminando a frase com os olhos cheios de lágrimas.
“Arrumar a vida? O que isso significa? Ganhar dinheiro? Se separar?” Perguntei para ela tentando ajudá-la no seu raciocínio, mas continuei falando: “Pois é, ele não é livre, mas poderia ser. Porque todo mundo pode mudar de vida. Ninguém é prisioneiro de uma relação. Só não muda quem não quer”. Disse eu com uma certa pena em ser assim tão direta, pois sabia o quanto Raquel estava sofrendo.
Ainda que nada daquilo apresentasse uma novidade, ouvir nunca é fácil...
Quando amamos, fantasiamos que a nossa história é muito diferente das outras histórias, que o nosso amor é diferente do amor dos outros, que nosso escolhido tem motivos lógicos para não mudar de vida e nos assumir...
Nesse ponto da conversa, fiquei ouvindo o desabafo de Raquel pensando no quanto podemos abrir mão da nossa personalidade e sonhos por amor. Quantas são as concessões que podemos fazer para continuar ao lado de alguém?
“Procurei você porque não agüento mais sofrer... Não me reconheço. Mas fico com medo de abrir mão deste amor”...
Sugeri, então, que fizéssemos uma meditação de libertação pedindo que o anjo da guarda dela se aproximasse e cortasse todos os laços de dor, entregando à luz divina tudo aquilo que traz sofrimento. Expliquei que precisamos novamente nos conectar com a fonte de toda luz que é Deus. Não podemos orbitar e viver em função de uma outra pessoa. Ao agirmos assim, perdemos a conexão com nosso Eu Sagrado e que daí vem o sofrimento e a dor.
Não é o outro que nos faz sofrer, mas a nossa ausência de nós mesmos.
Expliquei ainda que devemos sempre nos colocar como atores principais de nossa história. Os outros são coadjuvantes do nosso destino. Finalmente, perguntei a ela: “Você está pronta para abrir mão desse sofrimento?”
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Parte 3
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Maria Silvia Orlovas é uma forte sensitiva que possui um dom muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber orientações dos seus mentores. Me acompanhe no Twitter e Visite meu blog E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |