COMPORTAMENTOS - Parte 2
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Autor Hellen Katiuscia de Sá
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 2/7/2006 9:31:00 AM
A SINCERIDADE
Há muitos séculos atrás na Grécia Antiga, os gregos especializaram-se na fabricação de uma espécie de cerâmica diáfana, cuja transparência era absurda, se comparada às outras cerâmicas da mesma época. Normalmente modelavam vasos e cálices mais refinados com essa técnica. Por esse motivo, falavam que esse tipo de cerâmica era quase “sin cere”, ou seja, sem cera. Esta é a base da etimologia da palavra sincero que vem do latim e quer dizer, “sem cera”, ou ainda, “sem máscaras”.
E como os vasos “sin cere” da Grécia Antiga mostravam o que estava no seu interior, eles se tornaram uma espécie de símbolo para descrever o que é de alma limpa, transparente, cristalina. Normalmente é isso que achamos quando uma pessoa se comporta com sinceridade: que ela é honesta, transparente em expor seus verdadeiros pontos de vista sobre algo ou alguém.
Contudo, para se valer de sinceridade não é necessário expor nossas opiniões de maneira agressiva. Há verdades que achamos que seria a correta conduta, mas há situações em que ela não se aplica por conveniência da educação e mesmo pelo fato de outrem não comungar do mesmo tipo de pensamento que o nosso, por exemplo.
Todavia, devemo-nos portar com sinceridade, mesmo em situações divergentes, pois desse modo estaremos sendo nós mesmos, nos impondo delicadamente e adequadamente no sentido de manter nosso espaço pessoal sem, contudo, sermos falsos ou agressivos.
Há falsidade e/ou falta de transparência quando comportamo-nos de modo contrário ao nosso pensamento interior. Por exemplo, quando em um acontecimento diz-se algo com o intuito de apenas bajular ou tirar proveito da situação, estaremos sendo levianos, então. O melhor que se há de fazer quando a circunstância não é convidativa a expormos nossos pontos de vista de modo a não causar desarmonia no grupo, é ficarmos em silêncio para não deixarmos os egos inflamados a ponto de surgirem discussões infrutíferas. E mais tarde, num momento de calmaria, expormos nossas opiniões acerca daquilo que nos desagradou anteriormente. Esse é um comportamento maduro.
Normalmente a sinceridade é confundida com verdade. E nem todo comportamento sincero de uma pessoa pode ser dito como sendo verdadeiro. “Como isso se aplicaria?”, pergunta-se o caro leitor.
Por exemplo, digamos que estivesse você numa festa e surgisse um(a) colega com uma roupa maravilhosa que o(a) deixa sensacional, e você dissesse “Nossa! Essa roupa deixa você meio gordinho(a)”. O emissor da frase estaria sendo sincero (posto que fala motivado pelo seu real incomodo ao ver o(a) amigo(a) com uma roupa legal), e ao mesmo tempo estaria sendo falso por dizer que o traje está feio (posto que a roupa no(a) amigo(a) o aborrece por motivos de ego...).
Sendo assim, não confundir sinceridade com verdade. A sinceridade decorre daquilo que expomos vindo de nós mesmos, de nosso ânimo. A verdade é aquilo que está ali e salta aos olhos sem dar brechas para dúvidas.
A vida já é tão cheia de problemas reais e imaginários... Que tal deixarmos de alimentar esses últimos, com nossos comportamentos levianos motivados pelo ego distorcido e competitivo que a sociedade capitalista injeta diariamente dentro da população? Certamente haveria mais verdade na sinceridade que o mundo expõe atualmente. Posto que as mudanças positivas, para uma sociedade mais justa, devem ocorrer individualmente de dentro para fora, no sentido de uma auto-avaliação moral e comportamental, fundamentada na melhoria do caráter e valores sociais. Esse seria um comportamento tipicamente sincero e verdadeiramente verdadeiro.
Hellen Katiuscia de Sá
07 de fevereiro de 2006
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 4
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