Consciência e Saúde
Autor Mani Álvarez
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 2/23/2006 7:40:59 PM
Durante muito tempo fomos levados a pensar que saúde era ausência de doença e que bastavam alguns comprimidos e a dor sumia. A euforia provocada pela descoberta de alguns medicamentos importantes, como os antibióticos, os antiinflamatórios e as vacinas, levou a comunidade médica a minimizar a função terapêutica da relação médico-paciente e a confiar demais na eficácia dos remédios. E os exames de laboratório? A frieza das máquinas substituiu o olho no olho, a palavra amiga, a mão que toca, a intuição que cura. Por acaso tudo isso reduziu o sofrimento e as doenças?
Sabemos que não. Pelo contrário, estamos cada vez mais desamparados em relação aos tratamentos oficiais de saúde. Tudo virou uma questão de comércio: a doença se tornou uma mercadoria que vale ouro. Haja vista os planos de saúde. Mas, por outro lado, o sentimento entre os médicos conscientes é de extrema impotência e insatisfação.
Nessa onda de pessimismo, os tratamentos alternativos passaram a representar uma opção para aqueles que podem pagar uma sessão de acupuntura, radiestesia, reflexologia, florais, reiki, seichim e muitos outros. São alternativos porque foram excluídos da rede oficial como não tendo “comprovação científica”.
Há um estudo muito interessante sobre as três eras da medicina, feito pelo Dr. Larry Dossey ("Reiventando a Medicina", ed. Cultrix), onde ele explica que vivemos ainda imersos numa medicina mecanicista baseada na idéia de uma separação entre mente e corpo. Por isso tanta importância é atribuída às intervenções cirúrgicas, às drogas e aos mecanismos de diagnóstico.
No meio do século passado começou a ganhar força a medicina psicossomática, inaugurando a chamada Era II, na qual já se admite a influência dos pensamentos e da mente na produção das doenças e na cura. Surgem a psiconeuroimunologia, a psicoterapia e a hipnose, aliadas às técnicas de relaxamento e meditação.
Nas últimas décadas o questionamento vai mais fundo e a medicina é obrigada a dar atenção a fenômenos de cura espontânea, cura à distância, cura através de orações e mentalizações. Estamos vivendo a Era III na história da medicina, onde já se admite que a Consciência é uma força exterior ao corpo, é Uma e atemporal. Muitos a associam a uma presença divina e espiritual em nós. Durante toda a história da civilização esse poder existiu, mas foi renegado e bloqueado por causa do ego, do medo, da ignorância. Nos últimos séculos, a Consciência foi confinada a um mero subproduto do cérebro e dos neurônios. Deste modo foi reduzida à mais completa impotência.
Hoje sabemos que isto não é verdade. A Consciência não está localizada materialmente no cérebro, embora possa utilizar seus complexos mecanismos para se manifestar. Onde se produzem os sonhos, as visões, a telepatia? Os neurocientistas podem argumentar: podemos registrar e medir em ondas magnéticas o surgimento dos sonhos em nossos aparelhos. Tudo bem: mas quem produz os sonhos? Por que eles têm um sentido? Como as nossas visões afetam a realidade material?
A Era III se caracteriza pelos estudos e pesquisas sobre a Consciência que vêm sendo feitos na área da medicina, da psicologia Transpessoal, da física quântica e da neurociência. Muito se tem ainda a descobrir. Estamos apenas começando a perceber que temos em nós uma força poderosa, capaz de criar nossa realidade, moldar nosso corpo para a saúde, realizar nossas metas e encontrar os relacionamentos mais adequados para nossa felicidade. Por que não fazemos uso dela? Temos um tesouro dentro de nós e perdemos a chave...
Mani Álvarez
Psicanalista de orientação Transpessoal e facilitadora do curso de Formação Transpessoal do Instituto Humanitatis
Texto revisado por Cris
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