Consciência Holotrópica Alfa (III)
Autor Marcos Spagnuolo Souza
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 12/24/2007 4:50:45 PM
Consciência de Vidas Passadas.
A consciência de vidas passadas mantém um sentido de individualidade e de identidade pessoal experenciada a si mesma em outra forma corporal, em outro tempo e em outro contexto. “Ele tinha visões de túneis, de depósitos subterrâneos, de barracas militares, de grossas paredes e de trincheiras que pareciam ser parte de uma fortaleza situada num rochedo sobre uma praia. Isto era interligado com imagens de soldados em diversas situações. Muitas cenas representavam combates ferozes e massacres sangrentos. Embora estivesse cercado por soldados, Karl experienciava a si mesmo como um padre e, num determinado momento, teve uma visão tocante que envolvia a Bíblia e uma cruz. Neste ponto, ele viu um anel de lacre em sua mão, e pôde reconhecer claramente as iniciais inscritas nele. Ele produziu uma série de desenhos e pinturas a mão muito poderosas e impulsivas. Algumas destas pinturas representavam partes da fortaleza, cenas de massacres e algumas de suas experiências, inclusive a de ser espetado com uma espada, atirado por sobre as muralhas da fortaleza e morrer na praia. Entre estas pinturas havia o desenho do anel com o lacre e as iniciais. Passado um tempo da experiência Karl subitamente decidiu, num impulso, passar suas férias na Irlanda. Depois de sua volta ele mostrava pela primeira vez os slides que havia tirado na costa ocidental da Irlanda, quando percebeu que havia tirado onze fotos consecutivas da mesma paisagem que não parecia particularmente interessante. Ele pegou um mapa e reconstruiu onde havia estado no momento e em que direção estava fotografando, e percebeu que o lugar que havia atraído sua atenção era a ruína de uma antiga fortaleza chamada Dunanoir ou Forte Dourado. Suspeitando de uma conexão com suas experiências de terapia primal, Karl decidiu estudar a história de Dunanoir. Para sua surpresa, descobriu que no tempo de Walter Raleigh a fortaleza havia sido tomada pelos espanhóis e então sitiada pelos ingleses. Walter Raleigh negociou com os espanhóis e prometeu a eles saída livre da fortaleza se eles abrissem os portões e se rendessem aos ingleses. Os espanhóis concordaram com essas condições, mas os ingleses não cumpriram sua promessa. Uma vez dentro da fortaleza, eles massacraram impiedosamente todos os espanhóis e os jogaram por sobre as muralhas para morrer na praia. Ele continuou sua pesquisa até descobrir um documento especial sobre a batalha de Dunanoir e descobriu que um padre acompanhava os soldados espanhóis e havia morrido com eles. As iniciais do nome do padre eram idênticas às que Karl havia visto em sua visão do anel de lacre e tinha representado em um de seus desenhos. (GROF, 1997, p. 100)
“Depois de muitos anos de tratamento sem sucesso, por causa de uma severa fobia a pássaro e a penas, uma paciente consultou Joan Grant e Dennys Kelsey e passou pela hipnose regressiva. A paciente estava ficando profundamente envolvida no processo e descreveu que parecia estar numa batalha intensa, na Pérsia antiga. Subitamente, vivenciou uma dor aguda em seu peito,que havia sido atingido por uma flecha. Ela estava estendida no chão, morrendo na poeira de um dia quente. Percebeu abutres, no céu azul, e eles se aproximaram fazendo grandes círculos. Todos eles pousaram e a rodearam, esperando que morresse. Enquanto ainda estava viva, alguns se aproximaram e começaram a arrancar pedaços de sua carne. Gritando e debatendo-se, ela lutou uma batalha desesperada, mas perdida, contra as aves de rapina. Finalmente, se rendeu e morreu. Quando ela saiu desta experiência, estava livre da fobia que havia atormentado sua vida por tanto tempo. (GROF, 1997, p. 227)
Consciência de Regressão Histórica
Consciência de regressão histórica ao longo da linha do tempo pode alcançar várias gerações e até mesmo séculos atrás. São acompanhadas por detalhes nítidos em relação a vestimentas, armas, jóias, técnicas de navegação e de batalhas navais. O resultado de tais regressões é o desenvolvimento de uma nova compreensão da estrutura de sua personalidade. “Ela se experienciava como um jovem soldado participando de uma batalha durante a Segunda Guerra Mundial, que aconteceu catorze anos antes de sua concepção. Subitamente ela percebeu que havia, de fato, se tornado seu pai e que vivenciava a batalha de seu ponto de vista. Ela estava plenamente identificada com ele, e sentia seu corpo, suas emoções e seus pensamentos. Ela podia também perceber muito claramente o que estava acontecendo à sua volta. Num certo momento, ela estava se escondendo atrás de uma árvore, e uma bala atingiu de raspão seu queixo e sua orelha. Quando chamou seu pai e contou-lhe a experiência, este ficou absolutamente atônito. O que ela havia vivenciado era um episódio que realmente havia acontecido com ele durante a Guerra; a descrição que ela fez da cena e do ambiente era totalmente precisa. (GROF, 1997, p.90)
“Eu senti uma profunda conexão com minha herança judaica, através de toda a linhagem de ancestrais masculinos e de mil anos de rabinos. E então eu senti uma dor ardente em volta de meu pênis e percebi que estava passando pela circuncisão. Eu me descobri segurando meu pênis e meus testículos. Subitamente tive uma visão que esclareceu tudo para mim. A circuncisão era um substituto para o sacrifício de crianças. Abraão trouxe Isaac como um sacrifício a Deus, mas então recebeu a ordem de apenas circuncidá-lo. A circuncisão era uma castração simbólica. A oferenda da parte mais preciosa de um bebê masculino a Deus, sacrificando sua masculinidade em vez de sua vida. Depois eu decidi fazer uma pesquisa histórica relativa aos “insights” desta experiência. Encontrei numerosas referências a sacrifícios de primogênitos que foram praticados por dois mil anos, até a época dos Juízes. Minha experiência de identificação profunda com esta herança ancestral convenceu-me de que ela deixou uma marca indelével no inconsciente racial dos judeus e de outros povos do Mediterrâneo”. (GROF, 1997, 26)
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