CONSTRUIR A PAZ EM VEZ DA VIOLÊNCIA
Atualizado dia 20/06/2006 16:41:46 em Autoconhecimentopor Maria Hortencia Mendes de Sousa
Para a sociedade brasileira o que se impõe na atualidade é a paz social como sinônimo do fim da violência, pois essas são duas situações antagônicas. A paz é uma atitude que pode ser construída a partir da vida de cada pessoa; já a violência não é uma ação: é uma reação.
Quando uma sociedade é extremamente violenta está a nos indicar que existem problemas graves a serem resolvidos. As pessoas não são violentas desde que nascem; toda ação violenta tem uma motivação externa às pessoas, salvo casos raros de deficiência mental.
O mundo inteiro, hoje, vive sob a égide do capitalismo neoliberal como única forma de se manter relações. E as relações preconizadas por tal sistema são aquelas vulgares, mentirosas, de exploração econômica, insensatas, repletas de irresponsabilidades, gravadas por ausência quase que total de ética e de respeito às pessoas. Só assim o capitalismo consegue se manter como a base da exclusão da maioria das pessoas no mundo. Isso éviolento ao extremo!
Nos últimos anos o Brasil, por aprofundar e avançar nas suas relações internacionais
capitalistas (não realizar a Reforma Agrária, contratos arrojados com o FMI, etc),
entrou no grupo das sociedades mais violentas do mundo. Sobrevivemos com índices altissímos de violência:
Violência urbana - provocada pela ausência de políticas públicas, do controle social, desemprego em massa e empobrecimento gigantesco da população;
Violência estatal - de agentes do estado contra as pessoas mais pobres, a incompetência administrativa, imperícia profissional e desrespeito ao consumidor(a);
Violência policial - uso de tortura como método de investigação, corrupção e impunidade, uso inadequado do poder e abuso do mesmo; e
Violência pessoal - quando as pessoas comuns se negam a viverem de acordo com uma norma de respeito - no trânsito, nos espaços urbanos, dentro da família.
Todos esses aspectos em uma sociedade fervem como em uma panela de pressão que no caso de nosso país começa a explodir se olharmos para São Paulo e Rio de Janeiro. "O que fazer?", perguntamos. Muito há que ser feito, principalmente pelos poderes constituídos - legislativo, judiciário e executivo - para que atendendo as necessidades básicas da população não precisemos de tantos presídios e em os tendo, que o poder público ocupe de forma competente seu papel e, assim sendo, não permita o nascimento nem o fortalecimento de organizações criminosas como o PCC (Primeiro Comando da Capital).
A solução está em criarmos novos paradigmas não capitalistas, não violentos, muito menos machistas, preconceituosos e exploradores das pessoas e do meio ambiente. Não em colocar armas de guerra nas mãos da polícia para que se sinta à vontade para matar nossa juventude, as pessoas negras e pobres que vivem na periferia das cidades e tampouco construir ilhas de bem-estar e de democracia em meio a um mar de guerra, de fome, de miséria e de tráfico de todo o tipo.
Lutar contra a violência é construir relações de igualdade, justas, solidárias, onde não haja pessoas ricas e poderosas versus pessoas pobres e sem poder algum.
Lutar contra a violência é construir relações de paz!
Texto revisado por Cris
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