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Contos: LIBERTA-ME, SENHOR

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Autor Alberto Carlos Gomes Lomba

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 5/16/2005 4:51:48 PM


Zarcos caminhava, pelas alamedas da colônia espiritual “Novas Vidas”, situada acima do Himalaia. A região fora escolhida, pelo alto nível de espiritualidade, devido a proximidade com o planeta e pelo seu ar rarefeito, uma vez que, naquela colônia, somente espíritos com resgates compulsórios se restabeleciam para reencarnações imediatas. O espírito, inconformado, derramava pelas suas faces perispirituais, lágrimas de sofrimento ao saber que voltaria para sua derradeira encarnação na Terra. “Não sofras Zarcos. Estarei do seu lado, como sempre, e esta será sua prova final e dela sairás vitorioso”. Assim, lhe dizia Cintia, amor de outras vidas, que o acompanhava por várias encarnações como um anjo tutelar.

Voltando às brumas do passado, vamos encontrar o jovem soldado romano, aquartelado em Roma, Zarcos. Altivo, prepotente e ambicioso queria chegar à privilegiada Guarda Pretoriana dos Casares. Porisso assediava e prendia os cristãos, com violência, para os calabouços do Circo Romano, onde deveriam ser martirizados. Nesta ocasião prendeu a jovem Cintia, pertencente a nobre família romana que se convertera ao cristianismo.

O destino segue cursos inexplicáveis e Zarcos se apaixonou pela jovem e, com alguns colegas da guarda, tentou facilitar sua fuga dos calabouços. Cintia, entretanto, firme na fé e na esperança da vida futura e no reino prometido pelo carpinteiro da Galiléia não aceitou, embora já o amasse.
No período em que esteve presa, enquanto se aguardava feras famintas que viriam da Etiópia, os dois jovens se enamoraram. Só não faziam planos e o soldado se indignava com a fé da jovem e por não aceitar a fuga fácil. “Como serei feliz ao seu lado negando o Cristo?”, explicava com lágrimas nos olhos.

Com o coração despedaçado Zarcos perambulava pelas ruas da Roma antiga, enquanto seu amor era sacrificado no Circo Romano, com apupos do povo que se divertia com o sofrimento dos mártires. Inconformado, tomou sua adaga e a enterrou no coração, sentindo a vida desfalecer.
Dores lacerantes percorriam seu corpo. Sentia-se vivo e desorientado. Observava seu corpo jogado na ruela escura e nada entendia. E assim, por algum tempo, vagou por regiões escuras, fétidas, onde só se ouvia o clamor de entidades desconhecidas pedindo clemência e perdão por atos insanos.

Neste tempo se lembrou de Cintia e lágrimas brotaram por sua desgraça. “Onde estás, meu amor? Perdoa-me. Deveria ter aceitado seu Cristo e morrer ao seu lado”. Subitamente, uma luz diáfana se acerca do espírito de Zarcos que escuta a voz suave de Cintia. “Não se recrimina, alma da minha vida. Todos nós temos nossas missões a cumprir. O próprio Jesus nos ensinou. Vem, dá-me tua mão e vamos à procura da luz”. Zarcos foi levado por uma equipe de mártires à colônia de tratamento, e lá ficou até que foi autorizado para nova encarnação.

O mendigo Godofredo nascera cego e coxo e aos 15 anos era um jovem raquítico esmolando pelas ruas de Veneza. Sua figura causava medo nas crianças e, quase sempre, era açoitado pela guarda palaciana. Assim desencarna Zarcos, em mais um doloroso resgate. Como sempre, Cíntia estava a esperá-lo, uma vez que, nesta encarnação, o acompanhou como irmã prestimosa voltando antes à pátria espiritual.

Sucessivas encarnações de dores e sofrimentos foram dando a Zarcos o galardão da luz. Mas ainda havia o que resgatar, pois nenhum espírito escapa à Justiça Universal e, no seu caso, o resgate seria pelo sofrimento que impôs aos cristãos, como seu algoz, quando das primeiras perseguições. Sem contar seu suicídio que acrescentou mais débitos a pagar.

Estamos em plena primeira guerra mundial e o jovem austríaco Tenente de Infantaria Joseph Lemer participava dos combates quando uma explosão dilacerou seu corpo. No hospital, à beira da morte, pode ainda ver, em corpo físico, sua amada, a enfermeira Cintia.

Voltemos ao presente. Voltemos à colônia “Novas Vidas”. Voltemos à alameda onde caminham Zarcos e Cíntia. A equipe que cuidava da reencarnação de Zarcos já estava pronta. Esta seria sua derradeira prova. Encarnaria no seio de uma família abastada, mas sofreria de doenças cardíacas e, logo na infância, ficaria inválido tendo que permanecer em cadeira de rodas.

Zarcos chorava, convulsivamente. Todos os amigos da espiritualidade ali estavam condoídos e torcendo por ele. Cíntia, seu grande amor, ficaria na retarguada como seu Anjo Guardião. Antes de começar o processo de reencarnação o Instrutor Paulo, que na antiga Roma fora por Zarcos encaminhado ao Circo lhe diz: “Sei que o esquecimento anestesiará sua mente. Ficaremos aqui secundando seus passos e o aguardamos vitorioso para iniciar sua missão luminosa e redentora. Há, nas esferas elevadas, um seu amigo que muito te ama e que lhe permitiu um último pedido antes de partir para sua caminhada árdua rumo à felicidade eterna”. Ainda de olhos marejados de lágrimas, Zarcos, olha para seu grande amor e humildemente diz: “Liberta-me, Senhor”.

E mais uma reencarnação de Luz se iniciava...

Texto revisado por Cris

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