CRENÇAS- PARTE 2
Atualizado dia 11/9/2006 2:24:19 PM em Autoconhecimentopor Adely Branco
O fato é que queremos ver o nosso “valor” através das opiniões alheias, por isso ser “aceito” acaba tendo mais valor do que ser “realizado”. Não sabemos quem somos, nem o que sentimos; nos sentimos pequenos e indefesos, não conhecemos nosso poder interior; vivemos infinitos conflitos íntimos. Como podemos ver beleza nisso tudo? Sendo assim, usamos o outro como um caminho de acessar o nosso interior, aparentemente intocável e inacessível. E dessa maneira não conseguimos viver em harmonia com ninguém, porque não queremos viver com as pessoas, queremos que elas nos satisfaçam, nos relembrem o nosso valor, nos supram emocionalmente; e tudo o que fazemos por elas, nunca é por elas, mas pelo que gostaríamos que elas fizessem por nós.
É um meio inconsciente de querer ensinar ao outro como gostaríamos de ser amados, respeitados, cuidados, acolhidos. E o que ocorre? As pessoas nunca nos dão o que desejamos, nem da maneira que desejamos, porque elas nos oferecem da maneira delas, de uma forma que não conseguimos ver ou interpretar, porque só conhecemos a nossa maneira e, assim, nos sentimos frustrados, rejeitados, traídos e abandonados. Não brigamos com as pessoas, brigamos conosco, através delas. Assim como amamos as pessoas através do amor que damos e não do que recebemos.
Se você estiver doando será capaz de sentir, se estiver esperando receber não poderá senti-lo, e o vazio estará em você. Não seremos felizes e plenos, pelo simples fato de sermos amados, a plenitude vem quando amamos. Quando amamos esperando o amor de volta, estaremos conosco na figura de alguém, tentando moldar o outro à nossa vontade, da nossa maneira e o ser humano só se molda quando ele mesmo deseja; ninguém muda ninguém. Amar é compartilhar: “Eu dou isso que tenho e ele(a) me dá na medida do que tem.” Entrou a idealização ou a cobrança, é um sinal de que você está se negligenciando em alguma coisa.
Preste atenção: o que você busca no mundo é sempre o que você não encontra em si mesmo. E sabe porque os outros nunca nos dão na medida do que desejamos ou esperamos? Porque eles também estão projetando suas expectativas, esperando que nos adaptemos para atender às suas vontades. Nesse tipo de relacionamento ninguém ama ninguém, cada um busca amar a si mesmo na figura que se projeta no outro.
Portanto, para receber é preciso estar pronto para compartilhar. Ninguém tem a obrigação de nos dar nada, nem nos tratar de modo algum; cada um é livre para fazer como quiser. Se nos magoamos é porque idealizamos algo e não fazemos por nós o que gostaríamos que os outros fizessem. A dor de não receber do outro é um sinal de que primeiro você tem que aprender a dar a si mesmo, a fazer por si, para que, então, esteja pronto para compartilhar.
Culpamos as pessoas pelas nossas dores e frustrações, mas não fazemos verdadeiramente nada por nós mesmos, não nos amamos, não nos valorizamos, não nos respeitamos. Como poderão os outros fazê-lo? Quando puder compartilhar sem expectativas e cobranças, certamente haverá pessoas ao seu lado também prontas para compartilhar. Afinal, a vida é mesmo um grande “espelho”.
Beijos a todos e muita Paz em nossos corações!!!
Parte 1
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 7
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