CRIAR OU EDUCAR: onde começam nossos traumas!!!
Atualizado dia 3/9/2006 1:53:36 PM em Autoconhecimentopor Paulo Valzacchi
O que diríamos? Manha, apego, talvez medo; mas do que? O pai me pediu que conversasse com ele.
Num dia desses fui visitá-lo e acabamos brincando de bola, a paixão de muitas crianças. Numa dessas conversas sem pretensão perguntei ao garoto como ia na escola. O menino me olhou de uma maneira terna e amedrontada e, com olhos disfarçados, me disse que não estava indo na escola; eu perguntei o porque, se afinal na escola também tem a parte de diversão, estar com os amigos, trocar figurinhas e jogar bola no recreio, mas antes mesmo dele falar alguma coisa percebi do que se tratava e, então, lembrei de minha infância e lhe contei o que aconteceu quando eu tinha 6 anos e estava no jardim. Havia um menino que gostava de brigar comigo - até hoje não sei por que - mas depois de duas ou três vezes, quando isso se tornou insuportável e sem saída, contei para minha professora e para minha mãe que resolveram o problema rapidinho. Foi aí que ele se abriu e disse que tinha um menino que tomava o seu lanche todos os dias e se ele não entregasse, o garoto simplesmente iria bater nele.
Perguntei por que não contava ao seu pai ou à sua professora? Ele disse que sabia que se contasse ao pai ele o chamaria de fraco, de covarde, que ele teria de saber brigar e também ficou com receio de contar para a professora e a turma toda descobrir.
Falando com ele, aos poucos consegui convencê-lo de que a melhor maneira de solucionar um problema muitas vezes é pedir ajuda; há coisas que não conseguimos resolver sozinhos.
Foi nesse momento que ele se propôs a falar com o pai; mas, é claro, eu já tinha dado umas boas dicas aos pais para não recriminarem a criança e, sim, entendê-la. Muitas pessoas têm o costume de achar que o filho tem que ser uma super-criança; há pais que até preferem colocar o filho numa sessão de luta-livre ou coisa do gênero para aprender a se defender. Mas esse não é o caminho.
A grande defesa pode ser compartilhar alguns problemas com pessoas que nos passam segurança. Após falar com os pais parecia que o problema estava resolvido; houve uma abertura maior e um entendimento. O pai, posteriormente, contou-me algo que mudou meu conceito em relação ao outro menino, aquele que roubava os lanches e queria agredir seu filho. O menino, que tinha a mesma faixa etária, roubava o lanche, pois não tinha o que comer em casa; geralmente guardava o lanche para o período da tarde, uma vez que a mãe estava desempregada e o pai, um alcoólatra agressivo, mal conseguia parar em pé, quem diria em um emprego. Uma história realmente difícil: 5 irmãos e muita fome.
A partir deste dia sempre aconselho os pais a observarem atentamente seus filhos; não recriminarem condutas sem conhecer o âmago do problema e, sempre que possível, estarem próximos do filho, incentivando e motivando.
Algumas pessoas me dizem que quando eram crianças não precisavam disso; percebo que isso não é uma grande verdade; todos nós jovens ou adultos gostamos de sentir segurança, afeto, compreensão, amor e motivação. Gostamos até que nossos pais nos dêem limites como se fosse um termômetro para percebermos que eles estão preocupados conosco.
Enfim, a vida nos deixa pistas, sinais e cabe a nós sermos mais observadores e mais flexíveis em relação aos nossos julgamentos. Precisamos cuidar não só da nossa criança interior, mas estarmos presentes no auxílio à criança interior de nossos filhos.
Vamos refletir !!!
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Texto revisado por Cris
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