CRÍTICAS E CRÍTICOS

   

Autor Madame Livro

Nos fóruns da internet, principalmente do Orkut e de sites especializados em postagem de textos, o número de "palpiteiros de plantão" cresce a cada momento.

Eu mesma, sou uma daquelas que costuma responder, quando sou colocada na parede... A simples pergunta: "O que você achou do meu conto?" é a chave para um longo post, onde acabo falando realmente o que penso a respeito do texto.

Esse exercício é um bom treino, não apenas para afiar sua capacidade lógica, como também, para verificar mais sobre o seu conhecimento literário.

Parto do princípio que alguém que pergunta quer uma resposta e sempre me surpreendo quando as críticas negativas surgem e o autor, aquele mesmo que fez a pergunta, volta à discussão tentando se defender... vira algo pessoal... passa do limite do aceitável, no meu ponto de vista, uma vez que ninguém obrigou o autor a colocar seu trabalho lá para ser avaliado!

Mais interessante do que a própria crítica em si é a critica à crítica. Assim: alguém posta um texto, eu faço um comentário e alguém critica o meu comentário... o que me leva a um certo tipo de "defesa de tese".

Esta, porém, só poderá ser sustentada se eu souber do que estou falando. Não dá, nesse momento, para ficar no terreno do "achismo" puro!

Tem gente que faz isso profissionalmente: os leitores críticos, profissionais contratados por editoras, por exemplo, que analisam o texto não apenas de forma técnica, mas também, com o olhar do leitor. Diferente de uma outra gama de profissionais, os críticos literários, que aí sim, usam de ferramentas comparativas, análises mais aguçadas e registram pareceres que podem enterrar de vez uma obra, ou levá-la, ao contrário, ao topo da lista dos mais vendidos.

Quando penso nessa segunda categoria, fico com o pé atrás... não pela crítica em si, mas por imaginar que como toda arte, a literatura tem aquele "quê" de inexplicável... será mesmo que um autor estava pensando "naquilo" enquanto escrevia o original, ou foi a mente do crítico que nos fez notar o detalhe e relacioná-lo ao que ele, crítico, estava pensando? A concepção de mundo do crítico, sua lente, seu olhar revela os delhes que não víamos, não é?

Será que as coisas não são meio oníricas também na literatura? Explico: que função tem o sonho senão para aquele que acabou de sonhar? Uma interpretação só cabe a ele e só serve a ele. Podemos ouvir o relato de um sonho e imaginar que o conteúdo está relacionado a isto, ou àquilo... mas é desse jeito para mim, não para quem acabou de me contar.

Capitu traiu Bentinho?

Faça uma busca na internet e veja a quantidade de palpites, discussões, teses acadêmicas, monografias, defesas - até de doutorados - sobre a questão.

Um diz que o autor deu a entender que... outro diz que o autor... o autor... o autor...!!!

Machado de Assis não disse porque não quis dizer, oras bolas pipoquinhas amarelas! Esse era seu trunfo e eu me pergunto: ele mesmo sabia disso? Ele não escreveu para os críticos, escreveu para ele, talvez para os leitores...

Nosso texto é um tipo de sonho compartilhado. Por mais que tenhamos o foco no leitor - o que é imprescindível porque precisamos garantir que ele vá compreender o que queremos dizer - a viagem inicial é nossa; talvez nosso texto não tenha a intenção de salvar o mundo ou de fomentar algum tipo de ódio ou de despertar o melhor em cada leitor. Não estávamos imaginado que seria recebido assim e, infelizmente, depois de publicado, não nos restará muita escolha: somos a única testemunha a defender nossas personagens.

Esse e outros textos sobre a profissionalização do escritor você encontra no site

www.madamelivro.com

 

Gostou?    Sim    Não   

Avaliação: 5 | Votos: 4

     

Conteúdo desenvolvido pelo Autor Madame Livro    Consultoria Editorial & Marketing do Autor E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui.