DA PSICOGRAFIA
Atualizado dia 4/9/2007 10:09:20 PM em Autoconhecimentopor Christina Nunes
Vínhamos revisando o teor de um livro pretendido para envio à avaliação da editora* no intuito de publicá-lo, quando, inopinadamente por assim dizer, o computador “empacou” durante o uso do Word, recusando-se a permitir o prosseguimento da digitação, quando já havíamos concluído mais da metade do trabalho. De nada adiantaram providências preliminares e superficiais como reiniciar o computador, religá-lo, apagar o texto e redigitá-lo. Nada parecia funcionar e na ignorância das minúcias da informática apelei para o socorro de um técnico muito competente, indicado por um tio com o qual já trabalhava há tempos. O rapaz nos visitou, tomou algumas providências de reinstalação e, julgando ter encontrado solução para o problema, despediu-se.
Engano e decepção.
Para meu desconsolo, o texto voltou a travar exatamente no mesmo ponto, causando-me grande preocupação pelo tanto que já havia sido feito possivelmente estar comprometido por alguma corrupção no próprio Word.
O técnico voltou e carregou com ele a CPU, para trabalhar melhor na sua própria oficina. E como eu tivesse o texto salvo em disquete, copiou-o para tentar algumas outras alternativas.
No outro dia me telefonou perplexo. Explicou não haver nada errado no meu computador. O que havia para ser reinstalado o foi. Não havia o problema de arquivo corrompido. Não existiria para o caso, de fato, explicação técnica alguma, conforme o confirmaram outros seus colegas profissionais da área da informática a quem consultou. A falha persistia em outros computadores testados. O texto parava, em fosse qual fosse a máquina. O que estava acontecendo passava a impressão de que o próprio editor usado “interpretava” aquele trecho do texto e “se recusava” a aceitá-lo - o que em termos de informática, desnecessário é dizer, é absurdo! Leandro, o mencionado técnico, explicou-me ter observado, no entanto, que quando modificava exatamente aquele trecho do período, para seu espanto, o texto “destravava” e a digitação voltava ao normal, o que menos lógica ainda apresentava em linguagem de informática.
Afiançou-me, portanto, ser “impossível” e “incompreensível” o que ocorria. Chegou a se desculpar; não era caso de incompetência para resolver o problema. Era só que o que ocorria se mostrava “inconcebível”, em termos técnicos.
Eu não sabia, por minha vez, que ele era espírita, por se tratar de pessoa desconhecida das minhas relações. Neste pé do impasse, entretanto, pude notar que ele se pôs a insinuar uma consideração de outra ordem para o caso. Perguntou-me, escrupulosamente, por que eu não levava a situação ao parecer desse meu tio com quem trabalhava, já que ele, sim, é espírita, trabalhando como médium numa das casas espiritualistas do Rio de Janeiro. E como eu indagasse as razões daquela sugestão, muito desconcertado, explicou-me que, tendo observado tratar-se o livro de uma obra psicografada, estava tendo a impressão de que aquele trecho em particular estava de alguma forma sendo recusado por aqueles ou aquele que o ditava.
Feliz por ver-me em contato com um confrade nestes assuntos, e mais aliviada, pedi francamente a sua opinião; e vendo-se com liberdade para falar, igualmente desafogado, expressou francamente a sua perplexidade. Voltou a enfatizar o absurdo técnico do acontecido. Confirmou suas impressões neste sentido e sugeriu-me, gentilmente, como último recurso, que eu procurasse modificar aquele período em particular. Talvez algo que não estivesse sendo bem transmitido; alguma incorreção ou impropriedade.
Atônita com o que acontecia, de meu lado, e quase dando por perdida a digitação, desanimada diante da possibilidade de recomeçar um trabalho tão meticuloso, aceitei de boa mente a sugestão. Desliguei o telefone, prometendo contar-lhe dos resultados assim que possível e tão logo me devolveu a CPU corri ao trabalho.
Para meu estarrecimento, ao ler com atenção e redobrado senso crítico o período aludido, dei com o erro. Gritante, desapercebido e potencialmente transmissor de uma mensagem exatamente oposta ao que era pretendido pelo espírito autor: algo assim como se o personagem, na intenção de aconselhar o amigo a não ser vingativo, usando mal as palavras dissesse exatamente o contrário!
Modifiquei o texto e, a isso, destravou-se tudo como mágica! A introdução deste livro traz, nos agradecimentos, uma veemente alusão a este técnico amigo que modestamente, com a sua sensibilidade, foi portador de uma advertência de tão subida importância da espiritualidade assistente dos meus trabalhos psicografados.
Foi esta a mais contundente prova, e a mais reconfortadora demonstração, que já recebi no decorrer da atividade mediúnica, do amparo infalível e leal destes que nos secundam neste tipo de trabalho que, seguramente, se situa entre os de maior responsabilidade, qual seja a transmissão da palavra dos habitantes das invisíveis e mais altas esferas da existência para o aclaramento dos caminhos evolutivos dos que se acham mergulhados no difícil aprendizado da vida física.
Com amor,
Lucilla & amparador, Caio Fábio Quinto
*"O Pretoriano", de autoria espiritual de Caio, pela psicografia de Lucilla, publicado em 2004 pela editora Mundo Maior
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 21
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |