De corpo e alma
Atualizado dia 1/25/2007 6:45:09 PM em Autoconhecimentopor Flávio Bastos
A percepção é algo imprescindível, pois acompanha-nos onde estivermos. É através dela e de códigos próprios inerentes a cada pessoa, que captamos as nuances da realidade dita concreta e paupável e também das dimensões imateriais paralelas a essa realidade material.
Para o psicoterapeuta, essas percepções ficam divididas ou unidas conforme a sua área de formação e atuação. Os terapeutas de vidas passadas costumam trabalhar com a conjunção das percepções; os demais, geralmente com a análise baseada na percepção da realidade concreta. Sao escolas com visões diferenciadas sobre o psiquismo humano.
As viagens possuem a magia de aguçar a nossa sensibilidade perceptiva. São as "impressões de viagem" como costumam referir-se os jornalistas e escritores. Para o psicoterapeuta, independentemente de sua área de formação, uma viagem também possui o significado do exercício perceptivo da realidade que está sendo experienciada, pois, queiramos ou não, e seja onde estivermos, considerando-se o hábito do exercício perceptivo que a profissão exige, somos um pouco "reféns" das realidades. Creio ser o ônus da profissão... a tendência de estarmos constantemente analisando.
Por este motivo, ao viajar pelos caminhos da Patagônia, não temos como deixar de lembrar Eduardo Galeano e seu livro "As veias abertas da América Latina", poderoso exercício de percepção das realidades sociais experenciadas com competente conteúdo de pesquisa histórica. Um livro que tornou-se referência no estudo das consequências da colonização européia sobre os povos indígenas (e seus descendentes) das três Américas.
Viver é perceber o momento e perceber o momento é "dissecar" o instante de realidade que se apresenta aos nossos sentidos envolvendo-nos por inteiro. E pelo fato de sermos humanos, aquilo que captamos da realidade analisada passa pela ação de nossas emoções e sentimentos.
Quando saímos de viagem de férias para contatar com culturas distintas da nossa, costumamos carregar conosco as nossas "bagagens extras", ou seja, aquilo que somos por dentro. Se somos orgulhosos e preconceituosos, levamos o orgulho e o preconceito. Se adotamos uma postura simples e acessível às novas aprendizagens que uma viagem costuma oferecer, vamos de mente e coração abertos.
A liberdade de escolha de cada um apontará a postura a seguir. Podemos optar por um sentimento de integração momentânea à cultura a ser percebida e assimilada, ou simplesmente, sermos turistas com programações pré-estabelecidas por agências de viagens e deixarmos de sentir com mais intensidade os aspectos diferenciais desta realidade visitada.
Acredito que, independentemente da idade que tivermos, a riqueza de uma viagem esteja justamente na possibilidade de vivenciarmos a experiência de corpo e alma. Integrar a cultura de um povo significa perceber o "modus vivendi" desta sociedade, captando a riqueza de detalhes que existe nela. Se não nos misturarmos ao público nativo, não sentiremos o contato mais próximo com as pessoas, deixando, dessa forma, de aprender com a percepção de nível mais detalhado da realidade a qual observamos.
E assim é a realidade patagônica, de um lado a imensidão das belezas naturais inconfundíveis, a boa estrutura de atendimento ao turista: restaurantes e hotéis de luxo, comércio, aeroportos, etc. Porém, do outro lado da "moeda", a situação social dos descendentes de vários povos indígenas, entre eles os mapuches e os araucanos, sobrevivendo em pequenos "pueblos" espalhados pela Cordilheira do Andes ou em comunidades nos arredores dos principais centros urbanos.
E como viver também é perceber a magia do momento, é através da percepção de corpo e alma, simbolizada pela imagem de um majestoso condor em pleno vôo, que podemos sentir o espírito de seus ancestrais perpetuar-se na riquíssima cultura patagônica.
"Para poder expandir a consciência, tem que conhecer a si mesmo. Tem que ir até dentro, ao centro do amor e expandi-lo para poder elevar a consciência. Tem que ir para dentro focar o que é real, caso contrário, seguirá usando os mesmos anestésicos para focar um nível superficial, e esses anestésicos, inevitavelmente, nos destroem. Sem ir para dentro não podemos expandir a consciência. Nao há uma varinha mágica, só há um chamado para voltar à casa... o coração!"
ISHA, "La revolución de la consciencia"
Psicanalista Clínico de Orientação Reencarnacionista
flaviobastos
Texto revisado por Cris
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |