De Eco para Narciso - uma visão sobre padrões repetitivos
Autor Florais Árvore da Vida
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/26/2011 9:55:56 PM
Eco é uma ninfa que, segundo reza o mito, é filha de Saturno e Géia. Hera condenou-a a repetir somente sons externos, pois ela conspirava sempre a favor de Zeus e quando este saía para suas investidas extra conjugais, ela se incumbia de distrair e iludir Hera com suas conversas. "Com essa língua, que tanto me fez ser iludida, pouco poderás fazer e terás um uso brevíssimo das palavras". A partir daí, pode-se dizer que Eco nunca mais teve o domínio da própria linguagem criativa. Sua natureza a impede de falar em primeiro lugar. Assim tornou-se a ninfa de voz sonora que repetia sempre as últimas ou a última de muitas palavras.
Ela apaixonou-se por Narciso, filho do abuso sexual de Céfiso sobre a ninfa Liríope. Um dia a mãe de Narciso perguntou ao vidente Tirésias se seu filho viveria muito. O vidente que também havia sofrido a fúria de Hera, que o cegou, quando também havia favorecido Zeus em suas lutas de poder com a esposa, respondeu: "Se não se conhecer". Assim a mãe de Narciso sempre cuidou para que ele não visse seu próprio rosto.
Aqui o diálogo de Eco e narciso na versão narrada por Ovídio:
"Num passeio pelo bosque, Narciso lança a seguinte pergunta: - Aqui não há alguém?
- Há alguém - responde Eco. - Vem! Diz Narciso
- Vem! - ela responde.
- Por que foges de mim? Unamo-nos!
- Unamo-nos! - ela ecoa.
Enfim quando se deparam, Narciso diz: "Afaste-sede mim, nada de
abraços! Prefiro morrer, não me entrego a ti."
Ao que Eco responde: " entrego a ti."
Decepcionada, ela isola-se em uma caverna escura, alimentando-se de amargura e de obsessão por seu amor não correspondido. Resseca fisicamente restando-lhe somente a voz e os ossos.Transformou-se em pedra. Enquanto que Narciso apaixonou-se por sua própria imagem refletida num rio, quando parou para beber água certo dia. Foi condenado pelo despeito de muitos que o amaram: "Que ele ame, por sua vez e nunca possua o objeto amado".
Por não suportar a provação daquele amor impossível, Narciso pôs fim à própria vida com uma adaga no peito. Seu corpo transformou-se na flor que hoje é conhecida por seu nome. Eco e Narciso são facetas de um mesmo complexo. Ambos são privados do senso de identidade, da capacidade de se conhecer profundamente para que a partir daí, pudessem se relacionar integralmente com o mundo ao seu redor. O conflito e o desequilíbrio entre masculino e feminino (capacidade de exteriorizar e interiorizar) é revelado através dos casais Céfiso e Liríope, pais de Narciso; e Zeus e Hera em relação a Eco com seus intermináveis jogos de poder.
É possível extrair da punição de Eco vários níveis de entendimento. O que a puniu não foi sua loquacidade, sua capacidade de entreter, de influenciar com o poder da palavra, mas sim de pender para o lado masculino, em detrimento do oposto... Iludindo ou traindo e escondendo informações que levariam consciência para Hera, para o feminino, em contrapartida, para si mesma. Ela foi tolhida de falar por si própria, precisa que o outro inicie o diálogo para ecoá-lo. É caracterizada pela rigidez de pensamento, pela falta de diálogo interno.
As repetições involuntárias são sempre um sinal para que nos voltemos para dentro. Repetição é o sinal da necessidade de reflexão. É por isso que Eco tanto desejava Narciso que era a exata tradução da "auto-reflexão", com sua imagem num lago transparente. Por trás da fama de egocentrismo atribuída a ele, existe um grande impedimento de conhecer a si mesmo. Enquanto símbolo arquetípico ele é o próprio processo de morte do ego, ou desejo pela busca do estado contemplativo num sentido muito mais amplo. Mas como diria Dr. Jung, "Aquilo que não enfrentamos em nós encontramos como destino". E foi isso que aconteceu com Narciso! Ambos são complementares. É preciso que exista Eco e Narciso dentro de cada indivíduo de forma equilibrada, transformada. Não pode existir diálogo externo coerente, saudável sem que exista diálogo interno.
Num outro nível obtemos uma informação de dependência. Pois Narciso, embora fosse o potencial de interiorização, seu diálogo se estabelece com sua imagem física. Enquanto Eco estabelece uma exteriorização de algo que não vem de si mesma, mas sempre de fora. Ela só consegue ser reconhecida quando algo ou alguém de fora dela se manifeste. Ela depende do "outro" sempre. Ambos dependem de algo que está fora.
Este mito fala da quebra da rigidez de uma forma imposta. Muitas vezes estamos condenados a repetir sempre os mesmos erros, vivenciar sempre a mesma história, mesmo com pessoas ou situações diferentes. Quando não se reflete (integralmente, tal qual Narciso) e não se está consciente na totalidade, de um evento repetitivo, corre-se o risco de ECOá-lo na vida posteriormente. A repetição neste nível é a permissão do que é rígido. O que é rígido quebra, destrói, mutila, imobiliza. Pode ser consoladora a idéia de que ao se acidentar, quebrar um membro, ou ao se deparar com uma situação em que o próprio corpo fica imobilizado, existe ainda a oportunidade de avaliar onde se está inflexível ou rígido por dentro; o que é preciso ser transformado em si, se o que se expressa emerge de fato de uma fonte interna ou onde se está criando relações de dependência. Melhor caminho é o da possibilidade de, a cada dia "refletir sobre" a própria imagem verdadeira no rio da vida para prevenir ao invés de remediar.
A Essência Hê, através da flor daArnica (Solidago Microglossa), lança luz a estas questões.
Ela ampara nos choques bruscos, cicatriza a alma. Cancela o apego a alguém, a padrões rígidos de agir, a uma vivência cotidiana alienada; ela atua em cadeia, derrubando todos os elementos que podem tornar a alma suscetível a choques dos mais variados tipos. No caso do apego, quanto mais a pessoa restringe sua vida a algo ou alguém de forma obsessiva, maior pode ser o trauma quando se perde este objeto de apego. Fortalece a intuição e a conexão com o Eu Superior, com a Alma, para que aprendamos a ouvir as mensagens não só da voz interior como a escutar as mensagens do corpo também.
por Gloria Salviano
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Os Florais Árvore da Vida são essências vibracionais extraídos das flores do Circuito das Águas de Lambari, Sul de Minas Gerais, numa pesquisa iniciada no ano de 1999 pela sintonizadora Gloria Helena Salviano, autora do livro "Terapia Floral e Cabala - Repertório das 22 Essências Florais Arvore da Vida". Contatos:(11) 98942-4628 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
