DEFICIENTE OU EFICIENTE?
Autor Marlene Bizinelli
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 1/30/2005 8:57:54 PM
Quando digo às pessoas que agradeço a Deus Pai Universo pela minha deficiência física, elas me olham e não entendem.
Há 14 anos, era uma pessoa comum em busca de muitas respostas: o que vim fazer aqui, quem sou eu?
Muitas vezes disse e fiz alguma coisa que não era inteiramente verdadeira, apenas para ser gentil, apreciada pelos outros ou para sentir-me próxima da pessoa amada. Apaguei meus sonhos individuais e meus desejos para atender às expectativas dos outros. Esqueci de mim e fui despertar com AVC.
ENTÃO, decidi viver a minha vida, respeitando a individualidade da minha essência.
Perguntei a Deus Pai Universo “O que eu devo aprender com essa dor? O que eu devo aprender com essa experiência? O que o Pai tão amoroso está querendo me mostrar com essa situação que eu estou passando?”.
(Se cada um fizer essas perguntas para si mesmo, encontrarão as respostas, como encontrei).
É inevitável, faz parte do caminho. Faz parte dos desafios.
Continuei caminhando porque as paisagens mudam, as pessoas mudam, as situações mudam e nós devemos acreditar nas mudanças, porque é muito triste alguém que não acredita nas mudanças. Quando você perde a fé, você passa a não acreditar nas transformações e, aí, o mundo se manifesta na sua falta de fé.
A dor, a dor é apenas a necessidade de transformação de cada um de nós. Quando a gente não se abalar mais pelas tragédias do mundo e nem por nossas tragédias pessoais, grandes ou pequenas, estaremos em profundo contato com Pai Universo.
Nós devemos sim, fazer sempre o melhor, cuidando do nosso espírito e não apenas do bem estar temporário do nosso corpo e da nossa mente.
O sucesso é uma conquista mental, a saúde é uma conquista do corpo. Tudo, absolutamente tudo, fruto das nossas ações, no presente e no passado remoto. Por isso, as vezes a gente vê com nossos olhos mortais uma criança doente e achamos Deus injusto. Não há injustiça, essa alma esta pedindo, esta aprendendo através da dor. Dor que prefiro chamar de transformação.
Hoje sou uma pessoa não comum, agradeço e amo, cada oportunidade de modificar minha vida. Agradeço a capacidade de compreensão para entender o porquê do mal, o porque da negatividade, o porque da falta de recursos, o porque da falta de amor e sinto um grande alivio.
Parece coisa de louco, mas não é, o AVC me libertou das buscas, me ensinou a refletir, meditar.
Na reflexão me encontrei, na meditação encontrei Deus, meu grande amigo, mestre, companheiro e sócio generoso, e o melhor de tudo, ENCONTREI A VIDA.
Eu sou eu, com meus passos livres, “Olhar com a alma é a arte de perceber com amor o universo sensível que nos envolve”
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