Depressão... a tristeza sem fim
Atualizado dia 7/10/2007 5:23:33 AM em Autoconhecimentopor Maria Isabel de Oliveira
Todos nós temos nossos dias nublados; por mais que faça sol ou seja feriadão prolongado, às vezes nuvens negras embaçam os olhos de nossa mente e coração. Aquele sentimento esquisito cuja resposta invariável é “não sei” tem um nome: Depressão. Mal moderno, desconhecido nos tempos de juventude de nossos bisavós, parece ter sido incorporado pela humanidade deste século como um arquétipo absolutamente normal.
A tristeza - própria da natureza humana - é igualmente inútil, mas com uma causa definida. Se alguém lhe dirige ofensas: se sua violeta predileta morre em plena floração: se seu bichano some; se você “leva o bolo” de uma pessoa querida, etc, é natural sentir-se triste. Mas aquela tristeza indefinida, de causa desconhecida, que parece se instalar para todo o sempre, que tira umas semanas de férias, mas depois volta com carga redobrada, sem aviso prévio, isso é depressão.
Em lugares de clima frio e de pouco sol, como nos países do hemisfério norte, as crises são mais constantes. Nessas regiões, outono e inverno, caracterizados pela ausência quase total de sol, causam distúrbios no humor das pessoas, já que o frio e a falta de luz intensa do sol parecem facilitar estados depressivos.
A questão mais incômoda no que se refere à depressão é a maneira de combatê-la, já que, geralmente, desconhecemos suas causas. Os sintomas, porém são facilmente detectáveis. Fisicamente um cansaço prolongado (injustificado ou, muitas vezes, resultante de insônia) é bastante comum nas pessoas deprimidas. A preguiça (do tipo “odeio segundas-feiras”) é característica. Também palpitações ou pressão no peito, tonturas, sudorese acentuada, dificuldades respiratórias, resfriados constantes, acidez estomacal e perturbações digestivas (o que está sendo difícil digerir na sua vida?). Perda de apetite (inclusive sexual) denota estados depressivos, além da letargia/ apatia constantes.
Entre os sintomas psicológicos mais comuns destacam-se momentos de profunda tristeza, choro compulsivo sem causa aparente, hostilidade/irritação (principalmente com aqueles que estão de “bem com a vida”), ansiedade desesperança, perda de afeição (dificuldade em dar e receber amor), vontade de morrer (que inclui tentativas de suicídio).
As causas, como já dissemos, são desconhecidas da pessoa que experimenta a depressão, mas se refletem em sua vida prática de várias maneiras. Essas pistas possibilitam identificar o mal com mais clareza, para que possamos diagnosticá-lo e enfrentá-lo. A falta de objetivos futuros ou colocação de metas inadequadas ao seu progresso pessoal, baixa auto-estima (a aparência descuidada é um ótimo sensor de estados depressivos, principalmente nas pessoas vaidosas), falta de realização na carreira, entre outros. Também nos pegamos fazendo comparações absurdas do nosso potencial em relação ao de outras pessoas (valorizamos apenas as qualidades dos outros e exageramos nossos defeitos, sem observar as fraquezas de terceiros).
É considerada normal a depressão pós-parto, comum à maioria das mulheres. Estando em contato íntimo e profundo com o bebê que cresce dentro dela, a mãe sente-se deprimida e “vazia” ao dar à luz. Na esfera profissional, muitas pessoas experimentam o mesmo vazio quando concluem um projeto. Observou-se que os grandes empreendedores mantêm a mente sempre aberta a novas e ousadas criações, projetando-se nos planos que estão por vir. Assim, com metas sempre delineadas à frente, jamais experimentam o esvaziamento típico da depressão pós-parto.
A sensação de frustração e conseqüente estado depressivo, paradoxalmente, acompanha os que, ao contrário, padecem de hiperatividade intelectual. Se os planos ficam só na esfera mental e nunca se realizam no mundo material, tornam-se assustadores fantasmas a entristecer o seu criador.
Quando alguém nos desaponta, também é comum cairmos em depressão. Esta é uma das armadilhas mais perigosas deste mal; aqui é útil lembrar que “ninguém é capaz de fazer você sentir-se desta ou daquela maneira”. Sentir-se, verbo reflexivo, só acontece dentro de você, com a sua permissão; há uma gama enorme de opções de sentimentos à sua escolha. Auxiliado pela razão e pela intuição, você, e ninguém mais, é capaz de decidir qual o estado adequado para o momento.
Os métodos mais conhecidos para tratar a depressão são a administração de medicamentos, a eletroterapia, a psicoterapia e as terapias naturais. O primeiro e mais antigo teve origem através dos curandeiros primitivos. Registros apontam que Hipócrates, há mais de 2 mil anos, prescrevia heléboro, erva medicinal de propriedades analgésicas, aos doentes de males emocionais; os chineses recorriam à efedrina; povos primitivos usavam o ópio, a mescalina e a semente de papoula para trazer euforia às pessoas em estados depressivos.
A partir de meados dos anos 50 e na década de 60, principalmente, as drogas antidepressivas ganharam impulso nos Estados Unidos. De lá para cá, desenvolveram-se vários tipos de drogas. A eletroterapia ou eletroconvulsoterapia, popularmente conhecida como eletrochoque, teve seu auge nos anos 40/50. Os principais efeitos colaterais registrados nos depressivos submetidos a esse tratamento foram dores de cabeça, confusão mental e perturbações de memória.
Embora apresentem resultados rapidamente, cerca de um mês após iniciado o tratamento, tanto a eletroterapia como a terapia por medicamentos têm se revelado eficientes apenas no combate aos sintomas da depressão, e não do mal em si.
A psicoterapia e as terapias naturais, mesmo mais caras e demoradas, na opinião dos especialistas é capaz de causar mudanças mais efetivas de comportamento e conseqüente eliminação dos estados depressivos. Alguns psiquiatras recomendam a combinação destas com uma das terapias anteriormente descritas, objetivando minimizar os males que a depressão causa enquanto não é totalmente eliminada.
Quando perceber que está entrando em depressão, mantenha a cabeça erguida e os olhos voltados para cima. Eu desafio qualquer pessoa a permanecer deprimida dirigindo o olhar e o pensamento para o alto. Não há depressão que resista a uma boa dose de alegria. Agite. Ainda que seja preciso um grande esforço, saia da “segurança” de sua caminha quente e exponha-se. Começe a caminhar ou a correr, faça um passeio, olhe nos olhos das outras pessoas, ande de bicicleta (se souber!!!). Escolha uma música de ritmo agitado e se ponha a dançar. Cultive a coragem e a vontade de viver. Busque ajuda terapêutica, converse com alguém, mantendo ativado o seu diálogo interno “O que quero evitar? Do que estou fugindo?”. Lembre-se de que o que está tentando evitar não desaparecerá até que o enfrente... Aventure-se!!!
Texto revisado por: Cris
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Maria Isabel de Oliveira tem formação em Cosmobiologia e Naturopatia, especialização em Fitoenergética e pós-graduação em Análise Bioenergética. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |