DEPRESSAO,SOFRIMENTO,CRISES: Lembre-se de se lembrar de você!
Autor Paulo Valzacchi
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 3/5/2006 3:48:34 PM
Acabara de chegar ao meu consultório uma jovem com seus 40 anos de idade, pálida, desajeitada, silenciosa, cabeça baixa e em sua face a caricatura do sofrimento, dor e desespero.
Em muitos casos a história se repete: frustrações e decepções. E com ela não foi tão diferente; mal conseguia se expressar e colocou cerca de 3 a 4 caixinhas de medicamentos tarja preta em cima de minha mesa em resposta à pergunta se ela tomava algum medicamento atualmente. Havia um abismo enorme e ela estava justamente no fundo.
A primeira sessão foi muito difícil; afinal tinha de descer até ela e o pessimismo, a vibração negativa, estavam tão impregnadas física, mental e espiritualmente que tudo era difícil.
Como poderia o ser humano deixar-se aprofundar na omissão de ser feliz? A perda no relacionamento a havia pego em cheio e, para piorar, seu passado estava repleto de baixa-estima, inseguranças e medos; até um processo de rejeição familiar ela havia passado; tudo isso tinham sido pontos mais fortes para que a queda maior ocorresse.
Bem, o Raio X estava tirado, as fraturas emocionais eram graves. A grande ajuda é que ela estava disposta a reagir, senão nem estaria falando comigo. Conversamos, então, sobre o auto-amor e dei o exemplo mais direto que me veio à mente e que sempre carrego comigo: que a vida era um jardim, as flores, a felicidade, nós, o jardineiro, a mangueira que jorra a água seria o amor que flui; mas disse que a sua mangueira estava seca.
Perguntei: "O que aconteceu?"
Ela, então, me respondeu:
"Fecharam a minha torneira." Então, passei a lhe mostrar que ela estava viva e que tinha o poder de decidir a sua vida, que era inteiramente responsável pelo caminho a seguir e pedi que por um segundo ela refletisse sobre a minha pergunta: onde ela estava pisando?
Surpreendentemente ela olhou para mim e disse: "Na minha própria mangueira"
Não precisavamos dizer mais nada; foi o início de uma ótima jornada de crescimento. Ela percebeu que muitas coisas nesse instante dependiam exclusivamente dela. Atendimentos, palestras, cursos, florais, testes, exercícios e confiança. Em 6 meses lá estava ela, cabeça erguida, empregada, se expressava melhor, falava mais vividamente, estava cheia de novas expectativas e metas, objetivos e simplesmente viva. A mudança foi completa, afinal, ela queria crescer.
A primeira coisa foi faze-la entender que ela podia e ela simplesmente entendeu isso. Ela agora estava em busca de um parceiro; estava amadurecida, forte, firme, sabendo o que realmente queria e aberta para novas experiências, sabendo agora o que seria melhor para ser feliz.
Todos nós caímos, mas querer se levantar é fundamental, para seguir adiante. Você vai me perguntar: "Para onde?" Para onde você desejar. O mais importante é jamais se esquecer que nós somos responsáveis por nós mesmos. Lembrar que não podemos pisar na nossa mangueira, pois senão o jardim secará, as pétalas murcharão, as borboletas sumirão, e o socorro da chuva (Deus) pode não vir tão cedo, pois nesses momentos estamos tão longe e revoltados com a sua essência que nem poderemos nos unir a ele.
Portanto, querer, amor, fé são coisas essenciais para que você possa sair desse abismo, mas conte também com a ajuda de uma mão amiga. Afinal, estamos todos juntos nesse barco que chamamos de vida.
Muita paz.
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Texto revisado por Cris
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