Descompassos no amor
Atualizado dia 2/10/2006 10:14:49 AM em Autoconhecimentopor Maria Silvia Orlovas
Quando recebo pessoas para uma consulta individual em vidas passadas sempre explico que na convivência em sociedade não comentamos certos fatos nem expomos nossos sofrimentos porque isso não seria saudável. No convívio social, temos sim que nos portar de forma equilibrada e tranqüila e não devemos sobrecarregar as pessoas à nossa volta com nossas tristezas e decepções. Enfim, precisamos preservar o ambiente. Porém, onde desabafar? Onde mostrar o nosso desagrado? Com quem partilhar nossas tristezas sem correr o risco da pessoa usar contra nós nossa própria fragilidade?
Acho que o lugar mais seguro é dentro do próprio coração, porque nem nosso companheiro na jornada da vida nem nossos amigos mais íntimos precisam o tempo todo estar compartilhando conosco nossos descompassos. Para isso a meditação e a oração são fundamentais. E, é claro, algumas pessoas especiais que cruzam nosso caminho para nos ajudar, aconselhar e orientar. Aí surgem os terapeutas, os conselheiros, etc.
Nesses ambientes preparados para nos receber podemos, sim, falar de nós, dos nossos desafetos e dos nossos sofrimentos, mas não devemos esperar que essas pessoas façam a nossa caminhada e resolvam por nós nossas histórias. Aprendi com os mestres ascensionados que precisamos percorrer nosso próprio caminho de aprendizado e cura e que toda a luz que precisamos está dentro de nós. Afinal, fomos nós que “escolhemos” a nossa família ou a ausência dela em nossas vidas. Assim, trazemos conosco as ferramentas necessárias para aprender como melhor nos portarmos frente às adversidades que experimentamos no convívio.
Meu querido leitor, você pode ter certeza que muita gente sofre sozinho como você já sofreu por não saber como agir, por não saber como mudar uma situação.
Em vidas passadas aprendemos que nossos encontros familiares são cármicos, que já trocamos de papel com as pessoas que estão à nossa volta com o único objetivo de desenvolver os laços do amor, de respeito à integridade alheia e às escolhas dos outros. Não podemos forçar nossos familiares a entenderem a vida como nós a entendemos e muitas vezes o afastamento ajuda muito no processo de cura das relações. Assim, não se force a conviver com as pessoas e não se cobre em amá-las porque são do mesmo sangue.
Você precisa, sim, de respeito, assim como deve também respeitar as diferenças de quem está próximo de você. Mas, meu amigo, alivie o seu coração! Posso afirmar como terapeuta de vidas passadas que muita gente enfrenta a dor desse descompasso amoroso, porque mesmo querendo amar quem está próximo não consegue aceitar as diferenças e com isso acaba querendo modificar as pessoas e sofrendo absurdamente porque não consegue este intento.
Anne veio fazer um trabalho comigo e chegou taciturna à minha sessão. Quando fechei a porta e pedi que ela relaxasse, seus olhos se umedeceram e ela apenas me disse:
“Preciso entender o porquê”... Não fiz maiores perguntas e fomos ao mergulho das vidas passadas, onde apareceu, na primeira cena, ela e uma outra moça se banhando numa fonte e tranqüilas não viram que estavam sendo observadas. Seguiram-se, então, várias cenas de coleguismo e amizade num lugar que parecia uma escola ou um templo. O local deveria ser a Grécia Antiga. Em seguida, sua alma explica que ela e a moça em questão eram amigas e que fizeram um pacto de se encontrarem sempre, nunca perdendo o laço da amizade.
Passamos, então, para outra época numa fazenda onde novamente elas estão juntas como irmãs. Brigit é o nome dela que se vê envolvida com um rapaz em uma linda história de amor que termina com sua morte quando ela é levada à fogueira e queimada como bruxa. Com muita tristeza agora ela está no mundo espiritual vendo a irmã consolar o amado que não quer esquecê-la. Passa-se o tempo e ela vê a irmã casada com o seu antigo amor e se sente traída. Seu coração se revolta e ela jura vingança...
Ali deitada, em relaxamento, minha cliente chorava grossas lágrimas porque entendeu que a irmã hoje é sua filha com quem sempre se confronta. Um relacionamento difícil desde o começo, porque ela nunca se sentiu mãe da menina e as duas sempre se enfrentaram, pois cada uma tinha seus motivos para o desamor. Ressentimentos e mágoas antigas vinham à tona sem que elas soubessem exatamente o motivo. Expliquei que era preciso perdoar, limpar e deixar a vida fluir. Expliquei também que precisamos tirar o stress das situações, porque nem sempre as coisas acontecem no nosso tempo.
Minha cliente se sentiu, depois disso, mais aliviada sendo que ela queria amar a filha, mas o tempo todo surgiam motivos para brigas e quando ela via já tinha brigado.
Expliquei que ela teria que se trabalhar mentalmente para não entrar na briga, que esse trabalho não era apenas de origem espiritual, mas um empenho de sua vontade e sugeri que ela procurasse se conectar aos ensinamentos da Fraternidade Branca, às práticas de meditação e à expansão de sua consciência, porque tudo isso iria ajudar. Os mestres ascensionados ensinam a libertação, o amor sem apego, a aceitação da natureza e do que existe à nossa volta, porque não mudamos o que existe fora sem mudar primeiro o que existe dentro de nós. Precisamos libertar o Deus que existe dentro de nós, chamado pelos mestres de Divina Presença, ou o sagrado “Eu sou”.
Nossa família está conosco para nos ajudar a lapidar o caráter, para nos fortalecer em nossas escolhas. Podemos, com eles, aprender o que fazer e como agir ou simplesmente o que não fazer...
Meu querido amigo, saiba que - como ensinam os mestres - você tem sempre escolhas. Pode ficar reclamando do cenário da sua vida ou trabalhar de forma amorosa, persistente e tranqüila para mudá-lo. Você pode ser feliz sendo quem você é, pois este é o seu maior compromisso.
Texto revisado por Cris
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Maria Silvia Orlovas é uma forte sensitiva que possui um dom muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber orientações dos seus mentores. Me acompanhe no Twitter e Visite meu blog E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |