DESPEDIDAS
Autor Elaine Leal Carvalho
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/18/2017 6:32:41 AM
Despedir-se de algo ou alguém é um exercício de coragem, abnegação. Toda despedida, ainda que temporária, provoca uma sensação quase indefinível. Não fomos ensinados a nos despedir de pessoas, do passado, situações, lugares. Despedir-se também é um ato de amor. Amor que cura. Despedidas nos trazem a sensação de definitivo e é neste ponto que observo: o “ bicho pega “. Esta sensação também traz consigo o quanto somos apegados às pessoas, coisas, situações, histórias, toda sorte de circunstâncias. Nos aprisionamos e não queremos nos soltar. Desta prisão, só nós podemos nos libertar. Se observarmos bem, quando temos de nos despedir, seja do que for, estamos acompanhados da dor e sofrimento. É como se não pudéssemos sobreviver sem o objeto do qual a despedida é necessária e inevitável. Principalmente quando pessoas muito queridas e próximas morrem. Mesmo passado muito tempo, muitas pessoas não conseguem despedir-se de seus entes queridos... e muitos não suportam a separação, rapidamente morrem também. Vários perdem o “ gosto da vida “. Por isso o luto é algo tão importante... é um período de despedida para qualquer situação. Luto é um processo interno, individual. Algo em nós morre com a despedida. Despedir-se é separar-se. Continuar vivendo apesar da separação. Despedir-se de um relacionamento, principalmente o de casal, por vezes é doloroso e quase insuportável. Quantos casais estão separados há tempos, mas não se despediram ? Muitos... Quando ouvimos “ esqueça o passado “ acredito que pode ser substituído por “despeça-se do passado “. Despedir-se é diferente de esquecer. Quando esquecemos de alguém, de algo ou situação realmente importante, não estamos nos despedindo. Estamos excluindo ou como se diz atualmente, deletando. Despedidas são mais profundas. Exigem de nós um enorme autoconhecimento, desprendimento... Despedidas tem em seu conteúdo principal, concordância. Separações implicam em distanciamento , mas internamente não é bem assim que as coisas acontecem. Quantos de nós, ainda não se despediram de entes queridos, de relacionamentos, objetos, lugares, histórias, do passado ? Não tenho respostas. Sinto que despedir-se não é esquecer. Talvez seja continuar a caminhar com todos e tudo no coração, sem amargura, sem sofrimento, sem dor, sentindo que tudo faz parte da vida. Como já escreveu alguém “ Vida doce mistério “. O fato é que a despedida nos revira por dentro e por fora, nos obriga a olharmos e sentirmos quão humanos somos e nesta condição, imperfeitos. Imperfeitos podemos crescer... Despedidas ! Elaine Carvalho – Terapeuta Holística
Elaine Leal Carvalho - Terapeuta e Consteladora Familiar
ABRATH: 2485
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