Desperdícios de Amor
Autor Verônica Dutenkefer
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 1/18/2017 12:14:15 PM
Observo os pingos de chuva que escorrem pela mente proferidas de pessoas que são tão queridas, e por isso doem mais!
Amadas pessoas que por palavras mal ditas se distanciaram.
O que você faria se pudesse saber que, justamente aquela pessoa que você se distanciou tanto, pois te feriu, fosse partir?
E se, por um mergulho misterioso no tempo, previsse a data da morte dessa pessoa tão amada, por quem se afastou?
E se, você soubesse que aquela pessoa que lhe é tão importante fosse morrer amanhã?
E se você soubesse antecipadamente que nunca mais teria seu abraço tão aconchegante e apertado novamente?
E se você soubesse que você nunca mais poderia ver aquele olhar amado iluminado com o brilho da vida que a habita, e que não mais habitaria nela?
O que você diria àquele ser tão amado, que você não teve mais tempo de conversar, pois anda correndo demais? Ou porque está longe demais?
E se você soubesse que aqueles desaforos que você ensaiou tanto falar para ela, não fariam mais sentido algum?
E se você soubesse que NÃO HAVERÁ MAIS TEMPO?
A morte é tão óbvia, mas sempre nos pega tão desprevenida!
E então percebo que agora, a água que escorre não é mais a da vidraça, nem da chuva que cai lá fora.
É da tempestade da saudade e tristeza que cai aqui dentro e molha a vidraça de meus olhos e coração.
Pois percebo tantos desperdícios de amor!
Verônica Dutenkefer
18/01/2017
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