Destruindo a ideia do pecado
Atualizado dia 10/14/2016 4:38:06 PM em Autoconhecimentopor Paulo Tavares de Souza
Para compreendermos de que forma essa frase poderia se tornar inteligível, teríamos que fazer uma análise da condição humana. Sabemos que a humanidade vive na ignorância, pois toda a causa do sofrimento vem da falta de conhecimento da nossa verdadeira natureza. Se o homem soubesse que é divino, perfeito, que não é o personagem com o qual está identificado, todo a Realidade seria diferente. A ignorância nos leva a adotarmos doutrinas, valores e regras para nos equilibrarmos. O homem ainda é um primata em muitos aspectos e isso se confirma na gestão emocional e pouco racional que adota na condução da própria vida.
Tudo aquilo que nos faz sofrer está enraizado na falta de um Saber Universal, do profundo desconhecimentos da dinâmica que envolve o nosso ser e sofremos, justamente, por adotarmos crenças, conceitos e padrões artificiais para nos sentirmos seguros. Dessa forma, todas as vezes que transgredimos essas normas internas nos sentimos culpados e assim, merecedores de expiações. Nesse momento, surgem os juízes internos e externos para nos rotular pecadores.
O pecado é justamente uma transgressão dos fundamentos adotados por cada um, ou seja, é absolutamente subjetivo. Aquilo que é pecado em uma parte do mundo não é em outra, aquilo que ofende uns, para outros agrada, portanto, não existe algo universal quando se trata daquilo que se denomina pecado. O que isso quer nos revelar? Justamente que o que está em jogo não é o ato em si, mas os estatutos internos daquele que o pratica, se houver uma crença contrária ao ato praticado, certamente o praticante irá achar-se um pecador, só isso. Achando-se pecador, todo um processo de autoflagelação tem início. Por isso a realidade da vida, como nos ensina Buddha é a realidade do sofrimento e ainda conclui dizendo que causa do sofrimento é a ignorância.
Jesus veio nos mostrar que não devemos mais nos orientar pela moral dos Fariseus, pois, naquela época, as tradições judaicas engessavam completamente o cidadão e isso não é muito diferente nos dias de hoje. Alertou-nos, logo de início, que a única regra a ser adotada deveria ser a de não fazermos ao outro o que não gostaríamos que o outro nos fizesse, assim, tudo ficaria em perfeito equilíbrio.
O pecado é fruto de um autojulgamento, somos os nossos juízes e carrascos ao mesmo tempo, pois quando mergulhamos, por exemplo, em processos de baixa autoestima, é justamente esse tipo de autoavaliação que estamos fazendo.
Ele ainda prosseguiu na mesma narrativa, dizendo que não deveríamos julgar ninguém, muito menos a nós mesmos. Ora, como não julgar se o tempo todo somos compelidos a discernir sobre aquilo que é certo e errado?
É justamente aí que se encontra o maior equívoco da humanidade. Somos forçados a julgar porque temos um programa de crenças e valores que nos diz o tempo todo o que é certo e o que é errado, assim, vivemos na condição de robôs; fomos programados por forças externas e todas as vezes que transgredimos suas leis, surgem dedos em nossa direção.
A única forma de livrar-se desse cárcere de normas é deixar de ser normal e voltar a ser natural e foi justamente isso que o Mestre Nazareno quis nos revelar. Livre de conceitos, regras, normas, estatutos, doutrinas etc., o homem estará livre do pecado.
Fazendo esse caminho de volta, proposto pelo Galileu, quebrando os grilhões de normas e padrões impostos por esse mundo de ilusões, o homem irá encontrar a libertação. Será um novo estágio, onde a Consciência mais desenvolvida deixará de orientar-se, única exclusivamente pelo neocórtex e voltará a ouvir o coração.
Pude concluir, depois de muita resistência, pois somos conservadores por natureza, que ele realmente tira o pecado do mundo, mas para isso precisa tirar o homem do seu falso mundo.
Texto revisado
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