DEUS...
Autor Christina Nunes
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 3/3/2005 8:31:15 PM
Quando já estava com o esboço do artigo em mente, e com o tema bem delineado, numa destas "coincidências" que não são coincidências, mas sincronicidade dos mecanismos do universo em favor das nossas realizações positivas, eis que cai na minha caixa de e-mails, enviada pelo amigo Álvaro de Jesus, o seguinte e magnífico texto:
TODO DIA EXISTE DEUS
Um dia me perguntaram se eu acreditava em Deus...
...eu então lhes respondi da maneira como eu pensava.
Todo o dia existe Deus...
...num sorriso de criança,
no canto dos passarinhos,
num olhar, numa esperança.
Todo o dia existe Deus...
...na harmonia das cores,
na natureza esquecida,
na fresca aragem da brisa,
na própria essência da vida.
Todo o dia existe Deus...
...no regato cristalino,
no pequeno servo do mar,
nas ondas lavando as praias,
na clara luz do luar.
Todo o dia existe Deus...
...na escuridão do infinito
todo ponteado de estrelas,
na amplidão do universo,
no simples prazer de vê-las.
Todo o dia existe Deus...
...nos segredos desta vida,
no germinar da semente,
nos movimentos da Terra
que gira incessantemente.
Todo o dia existe Deus...
...no orvalho sobre a relva,
na natureza que encanta,
no cheiro que vem da terra
e no sol que se levanta.
Todo o dia existe Deus...
...nas flores que desabrocham
perfumando a atmosfera,
nas folhas novas que brotam
anunciando a primavera.
Deus é capaz,
Deus é paz,
Deus é esperança.
É o alento do aflito,
o Criador do Universo,
da luz, do ar, da aliança.
Deus é a justiça perfeita
que emana do coração.
Ao perdoar quem ofende
Ele é o próprio perdão.
Será que você ainda não viu o rosto de Deus
no colorido mais belo
dos olhos dos filhos seus?
Deus é constante e perene. É divino!
De tal sorte que sendo essência da vida
é o descanso na morte...
Não há vida sem volta e não há volta sem vida...
A morte não é morte, é só a porta da vida.
Todo o dia existe Deus...
No ciclo da natureza, neste ir e vir constante,
no broto que se renova, na vida que segue adiante,
em quem semeia bondade e em quem ajuda o irmão,
colhendo felicidade, cumprindo a sua missão...
Todo o dia existe Deus...
...no suor de quem trabalha,
no calo duro das mãos,
no homem que planta trigo,
no trigo que faz o pão.
Você pode sentir Deus pulsar...
...dentro do seu coração!!!
Rita Pando
Agora posso discorrer, inspirada pelo belo poema das mais altas esferas.
Deus é o que de mais óbvio existe.
Não está lá, não está mais além, no céu, ou noutra dimensão.
Não precisamos procurá-lo dentro de templos, ou dentro de livros quando acordamos, enfim, para a seguinte realidade: Deus é simplesmente tudo o que existe - e está bem diante dos nossos olhos, aqui! E não é necessário muito esforço para esta constatação; talvez, apenas uma pergunta simples: de onde saiu isto tudo? De que espécie de "nada"?
Mas este "nada" caótico pressuporia anarquia e não a precisão e a harmonia supremas que reinam no infinito e em cada ínfima manifestação de vida: da menor partícula da matéria, hoje atestada pelos avanços da física como unidade mínima de freqüência - ondulação, energia, não mais uma entidade sólida, separada, como se supunha alhures, nos avanços científicos já superados de tantas décadas atrás - ao maior dos sistemas solares presentes no universo, o que presenciamos é ordem, ritmo, sintonia, expressão soberana de inteligência e de equilíbrio, por detrás da monumental Criação, cuja totalidade nos escapa ao entendimento e aos instrumentos de pesquisas acanhados e baseados unicamente nas limitações rudes dos sentidos materiais.
No entanto, repete-se, permanece a questão insolúvel pelo maior dos avanços da tecnologia e do pensamento no século corrente: de onde veio tudo isto? A matéria prima; a matriz; os primórdios da codificação genética detentora dos segredos maiores da vida humana em seu invólucro material; a origem dos próprios céus infindos, entrevistos nas noites estonteantes e coalhadas de mundos inalcançáveis pelos nossos sentidos; das profundezas mesmas dos mares, e dos abismos cósmicos; a nossa origem; a magnificência presente nas sublimes expressões de vida na natureza, nas flores multicoloridas em número incontável sobre os campos terrestres e nos animais dos ares e da terra? Qual a origem? Qual o início? Qual o detentor do "direito autoral" sobre a Vida no universo cheio de mistérios insondáveis a partir da nossa escassa compreensão?
Mal solucionamos satisfatoriamente os problemas terrenos hodiernos - as guerras e o ódio perduram, na ostensiva doença do desamor nas almas; a fome, afrontada pela fartura extrapolada de muitos; os crimes hediondos; a ambição cega do poder que invalida o próprio conceito dos direitos da humanidade como tal; a dignidade dos seres tripudiada, em favor da transitoriedade criminosa dos interesses mesquinhos dos enlouquecidos pelo delírio do orgulho e da vaidade...
Problemas locais, do nosso próprio orbe no presente instante da nossa evolução. E o homem, na sua arrogância surrealista, ainda intenta emprestar prioridade ao descerrar prematuro e violento dos grandes segredos da Vida, com suas pobres naves simbólicas de uma vã tecnologia, representativa da grande mentira que é a enxurrada de descobertas superficiais, proporcionadoras de meras comodidades para a vida moderna, mas não reveladoras do segredo último.
É a velha e incompreensível tendência da distorção daquilo que é demasiado simples.
Os segredos da Vida, os grandes segredos - para certas mentalidades encaixotadas nos delírios da vida material misérrima diante da vasta eternidade - não haverão de ser tão simples! Impossível! Devem requerer grandes cálculos, décadas de estudos de intelectos privilegiados que não são atribuição de muitos, mas beneplácito de alguns poucos felizardos, de escolhidos e agraciados das ciências proeminentes do nosso tempo, dos prêmios Nobel, e dos vultos internacionais no campo da pesquisa científica...
E, contudo, foi Jesus, filho de um carpinteiro, quem nos legou o farol destinado à compreensão da visão suprema, que pouco tem a ver com capacidade intelectual; foi Ele quem anunciou a todos - e não a alguma classe privilegiada de seres, há dois mil anos: "o Reino de Deus está dentro de ti"!
Deus bem dentro e diante de nós! Pronto para uma conversa particular, para uma confidência angustiada, para a franca expansão de gratidão e de alegria - Deus sempre, e diariamente, e infalivelmente a nos enviar respostas - embora, como mencionado por um personagem de Morgan Freeman no cinema, por vezes a resposta seja "não"...
Contudo, o que importa é que não ficamos sem resposta. Mesmo! Até porque não há como... cada dia que se levanta na nossa jornada infinita é uma resposta: Deus a nos dizer com um sorriso de incentivo: "Veja, o novo dia é seu; para que possa vivê-lo da melhor forma que saiba"!
Deus em cada assegurado nascer do Sol - e de onde poderia ter saído este nascer do Sol? Quem o criou?
Mesmo quando se esgotarem todas as alvoradas e poentes; Deus "e" e "em" nós, noutras paragens da Vida!
Com amor,
Lucilla e Caio Fábio Quinto
Avaliação: 5 | Votos: 14
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
