DISMORFIA CORPORAL
Autor Paulo Rubens Nascimento Sousa
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 9/3/2011 11:21:05 PM
Estava vendo um programa de televisão quando o noticiário anunciou na pauta este tema: “Desmorfia Corporal” a doença da Beleza. Um transtorno que leva as pessoas a uma insatisfação com o corpo e o desejo compulsivo pela transformação do corpo por processos cirúrgicos, químicos ou físicos. “Fiquei perplexo com alguns relatos que diziam coisas como: “eu queria diminuir o tamanho de minhas pernas”; “eu queria diminuir o tamanho dos meus olhos”. “fui até a farmácia e comprei um ácido para tirar manchas de pele; e quando falei feliz para meu pai, ele me perguntou que manchas? – e eu me dei conta do problema”. Relatos de sofrimento e depoimentos de profissionais que relatavam todo o processo do transtorno.
Cada dia mais eu vejo que as pessoas sofrem de muitas distorções da realidade. Tanto da realidade interior, bem como da realidade exterior. Vivemos muito para fora, onde toda a nossa vida se resume a valorizar o corpo e a preservar nossas mascaras e nossa normose social. Projetamos toda a nossa felicidade no consumo e na fixação em nossos corpos. Tem pessoas que se fixam sexualmente em algum fetiche e passa todo o tempo da vida a procura desta satisfação, daquela adrenalina como um dependente químico e a droga. Outros fixam na comida, outro ainda na procura de um corpo perfeito. Vemos muitos graus desta manifestação. As pessoas não conseguem se vêem porque perderam o seu verdadeiro valor, seu verdadeiro potencial e sentido na vida.
Vivemos num sistema sustentado pelo consumo e o corpo passou a ser um objeto, uma moeda na qual podemos comprar e vender felicidade através dele. Tem gente que vive em função de regimes, academias, moderadores de apetite, um verdadeiro culto ao corpo, para ser feliz, porque assim será amada e encontrará a felicidade. Somos bombardeados por apelos publicitários que o tempo todo estão nos prometendo felicidade fácil no consumo de produtos, e em corpos perfeitos que nos da a idéia de que toda a fonte de felicidade se resuma a isto. Somos a sociedade de “corpos belos e de personalidades frágeis que facilmente murcham a luz do sol”.
Pensamos que podemos tudo, podemos comprar tudo, a nossa felicidade, o amor. Que enquanto temos este poder estamos isentos à natureza. Podemos mudar o nosso corpo. Quando este desejo ultrapassa os limites normais e passa a ser uma obsessão, uma prisão, um engessamento onde a pessoa fica presa ao sofrimento esta pessoa esta doente em um nível muito profundo que poderíamos mensurar num nível biopsicoespiritual, onde ela precisa reconhecer a gravidade desta doença e queira mudar e procure ajuda.
Ouvi relatos de médicos cirurgiões, dermatologistas que falavam de casos de pacientes que após a intervenção cirúrgica eles voltavam de novo com uma queixa de que a intervenção não teria sido satisfatória querendo refazer o processo, relatos de mulheres que colocaram prótese mamária por que achavam que o marido não as amava daquela forma e ao ver que o marido não mudou seu olhar, elas retornavam ao medico para possível mudança no procedimento, outros de pacientes que viviam fazendo uma cirurgia para reparar uma coisa aqui, outra coisa ali até chegar a deformidade. Como foi relatado o caso do astro pop Michael Jackson que morreu em complicações posteriores aos procedimentos, viciado num medicamento que dependia para aliviar a “dor”.
Penso que, as pessoas antes de se submeterem a transformação de seus corpos, numa cirurgia plástica, numa lipoaspiração, numa prótese de silicone. Qualquer intervenção, que você venha fazer no seu corpo para transformá-lo, ou modificá-lo, deva antes passar por uma mudança interior. Uma transformação interior. Por uma escuta profunda de sua carência e insatisfação. As pessoas querem emagrecer, ficar magras. Mas não entendem o que as faz comer, não entendem o porquê do vazio que elas buscam preencher. Elas querem mudar a forma, mas não querem mudar a visão interior que elas têm delas mesmas. Elas fazem cirurgias, emagrecem e emolduram a forma, mas não emolduram a vida que elas querem a partir da forma. E voltam ao mesmo peso, à mesma deformidade, porque a suas vidas não mudaram, as suas visões permanecem as mesmas e suas atitude perante a vida também permanecerão as mesmas.
Tudo isto, parte de um profundo vazio, uma profunda insatisfação, que a pessoa procura encontrar satisfazendo suas crenças de amor, de corpo, de satisfação e felicidade. E quando elas percebem que estão cada vez mais vazias e perdidas elas correm para aquilo que as dar segurança e conforto, e vão comer compulsivamente, tomar remédios, malhar, fazer sexo, ou ir mais longe ainda, recorrer ao bisturi do cirurgião, para a satisfação de seu desconforto consigo. Este é um estado de estima completamente desestruturada, uma auto-estima deformada que precisa de cura.
Este estado de ignorância e carência vem da desconexão da pessoa com seu eu mais profundo, toda a sua consciência ta presa a essa fixação, da qual ela não consegue se libertar e nela fica presa, viciada. Estados como estes refletem alguma memória infantil de trauma ou dificuldade com os pais, com as quais formatou os padrões e crenças de auto-aceitação, auto-estima, e toda a afetividade da pessoa. Existem relatos de pessoas que sofreram abusos infantis despertam um padrão de crença onde elas encontram amor em situações de abuso, abuso do corpo, de bebidas, de trabalho. Nossas primeiras experiências infantis vão programar os nossos padrões de crenças.
Estas experiências trazem em seu âmago a crença de que a pessoa não vale nada, e com este tipo de experiência o que você pode encontrar pela vida é situações de abuso, desengano, desrespeito e sofrimento. Toda a nossa jornada de desenvolvimento infantil se resume em buscar amor e segurança da mãe e do pai. As marcas de nossas experiências infantis podem moldar pra sempre nossas atitudes e sentimentos. Situações como abusos, abandono, agressão registram marcas na psique infantil que passam a ser os seus condicionamentos da vida adulta. Este é o material com o qual ela vai tecer a sua historia, aquelas são as referencias que ela vai levar pra vida como “verdades a cerca de si”.
No processo terapêutico, o terapeuta vai fazer a anaminese, vai escutar e passar a historia a limpo. Ajudar a você a limpar o lixo da casa da vida, arrumá-lo e colocá-lo pra fora. Comece arrumando a casa, a procurar pelo seu lixo e a limpá-lo. Passe a se tratar melhor, e a tratar as coisas ao seu redor com mais amor. Um exercício que você pode adotar e se colocar diante de um espelho e por um longo período passar a se olhar nos olhos e com honestidade poder dizer para você mesmo: Eu me amo. Tente isto, e depois você pode começar se desculpando consigo, se perdoando simplesmente, não saber o que fazer, por ter errado. E podendo se acolher neste amor, e dizer: eu sinto muito. Esta é uma forma mágica que aprendi numa meditação havaiana.
Existe um lugar dentro de você onde você pode se refugiar de toda dor, e encontrar alento e cura. Recolha-se para dentro de você mesmo e descubra isto. Há uma fonte interior que lhe dará força e sabedoria para você poder mudar tudo em sua vida. Este grande milagre encontra-se dentro de você mesmo, é a sua fonte interior de amor, saúde e felicidade.
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PSICOTERAPEUTA JUNGUIANO, ATUA COM HOMEOPATIA, TERAPIA FLORAL E FITOTERAPIA. PROFESSIONAL E SELF COACHING E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
