EDUCAÇÃO INTEGRAL
Atualizado dia 2/18/2007 9:04:33 PM em Autoconhecimentopor Elïana Rêmédios
Esta concepção de Educação está diretamente ligada à visão do Homem Integral que se desenvolve gradualmente em três níveis: corporal, anímico e espiritual. Para as correntes de pensamentos espiritualistas o ser humano é uma entidade constituída por corpo, alma e espírito; um eterno aprendiz que transforma o mundo a partir de sua própria transformação.
Na Educação Integral o educador ocupa-se também com o desenvolvimento do caráter e da moral, despertando no educando tudo aquilo que ele traz em si como potencialidades latentes e que se resumem nas capacidades para Pensar, Sentir e Agir.
A capacidade de Pensar é a base para a Inteligência Mental e está ligada ao desenvolvimento do corpo.
A capacidade de Sentir é a base para a Inteligência Emocional e está ligada ao desenvolvimento da Alma.
A capacidade de Agir é a base para a Inteligência Social e está ligada ao desenvolvimento da essência espiritual.
Educar é equilibrar estas três capacidades. Desta forma, o educador atua de acordo com o verdadeiro significado da palavra Educação (do Latim = Educare = conduzir, levar para fora, preparar para o mundo).
Com o Concílio de Constantinopla (século IX) determinou-se a mudança de visão do Homem e este passou a ser encarado como um ser constituído apenas por corpo e alma, um animal superior, sem a dimensão espiritual da eternidade. Desde então, cresceu o número de correntes de pensamentos materialistas, onde a principal ocupação do educador está centrada na inteligência mental e na aquisição de conhecimento. Aqui o educando deve ser ensinado a pensar, desenvolvendo apenas a sua razão.
Atualmente, quando se fala em Educação, somos remetidos a uma imensa gama de teorias e técnicas ligadas ao processo de ensino e aprendizagem. No entanto, como vimos, educar é muito diferente de ensinar. Ensinar é transmitir conhecimentos, coisa que qualquer computador pode fazer. Educação é um ato de Amor que capacita o ser humano a agir em sociedade com consciência, solidariedade, respeito e ética.
Infelizmente o que vemos hoje na maioria das escolas e famílias, é a prática de um sistema de ensino materialista, voltada apenas para a capacidade de pensar, formando cabeças ambulantes, competitivas, sem consciência de seus sentimentos e sem vontade própria. Com a atenção centrada na inteligência mental, pouco ou nada se fazendo para o desenvolvimento das inteligências emocional e social, estamos formando jovens desmotivados, perdidos, sem perspectivas para o futuro, sem entusiasmo pela vida, preocupados muito mais em ter do que em ser. A violência e falta de humanidade que estamos assistindo hoje, será apenas coincidência?
Devemos observar que a violência não é privilégio das comunidades carentes. Volta e meia temos notícias de jovens abastados, alunos de renomadas escolas, manifestando seus desajustes através de atitudes violentas contra si próprios, contra suas famílias e contra a comunidade. Nesta medida, carentes somos todos nós da comunidade humana. Carentes da educação dos nossos sentimentos, carentes de coragem para enfrentar nossas limitações e superá-las a fim de assumirmos nossa responsabilidade.
É necessário e urgente resgatar a filosofia espiritualista da Educação e buscar práticas pedagógicas que ajudem o ser humano a encontrar novas possibilidades de se relacionar consigo mesmo, com sua família, com a escola e com a sociedade. Isto só será possível através do autoconhecimento e da auto-educação dos próprios educadores, sejam eles pais, avós, tios, professores, médicos, psicólogos, etc... Educação é para todos e é tarefa de todos!
Texto revisado por Cris
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