Em Alto Mar - Parte II
Atualizado dia 1/6/2009 2:00:41 AM em Autoconhecimentopor Isabela Bisconcini
Diante do estresse ficamos tomados pela reação bioquímica e somos levados à exaustão do nosso padrão neurótico pessoal: uns paralisam, outros agem intempestivamente, outros, buscando manter o controle, caem nos comportamentos obsessivos. Precisamos conhecer qual o nosso padrão de resposta condicionada diante do estresse. Este é o primeiro passo. Entraremos no nosso tema pessoal, nos nossos padrões e no nosso enredo, e viveremos só a polaridade negativa da situação. E é esta a agravação, a intensificação de que estamos falando. Nestes momentos é importante saber que a química prevalece sobre o sutil e, uma vez dentro da nossa ciranda pessoal de sofrimento, precisaremos de vários apoios para sair disso, sobretudo porque o mecanismo da repetição condicionada é exaustivo. É melhor descansar, tomar medicamentos se for necessário e cuidar do corpo. Mas precisamos respirar de volta ao centro do nosso coração e pedir pela orientação do poder superior sempre disponível para nós, constelando sua ajuda para que conquistemos o ponto de vista apropriado para a situação, para que consigamos dar o salto de percepção, adquirir a visão maior da cena e alcançar a verdade interior da situação, já que a encaramos como uma situação de aprendizado, como oportunidade de salto para um equilíbrio maior - e essa já é uma perspectiva macro do que nos acontece. O Universo não é sádico. Adquirida a perspectiva correta da situação, e adquirido o aprendizado, o sofrimento cessa.
Precisamos nos lembrar de que numa crise de cura, os elementos negativos de uma situação só são exaltados para que, por meio do contraste, possamos alcançar o outro lado da situação e, como num pêndulo, ao sermos lançados de um lado ao outro da cena, como num barco jogado por entre as ondas, acharmos o fio da navalha, o ponto de integração das polaridades: O ponto em que enxergamos as duas perspectivas sem mais conflito. É como diz Amyr: “Lá fora apenas o mar: ondas e vento, nem sempre mal-intencionados, às vezes grandes mamíferos e outros animais em harmonia perfeita”. Enquanto não conseguirmos a ajuda do poder superior dentro de nós, enquanto não alcançarmos nossas melhores partes, nossas partes mais maduras e prontas, ficaremos brigando com a situação, rodando no círculo vicioso do estresse e jogados na tempestade. Mas é possível conquistar ajuda do poder superior, a ‘presença de espírito’ para dirigir o nosso barco e chamar os nossos melhores homens - nossos melhores recursos internos - para a tripulação interna.
O importante é sabermos que estamos em situação de aprendizado coletivo. Estou vendo já muita gente mais aprumada, de velas abertas, brilhando sua luz no convés e navegando com mais consciência, a partir de novos locais e paradigmas internos, com paz e não na tempestade. Para isso, foi preciso entrar na raiz do condicionamento e ir jogando o peso das velhas bagagens fora, sucessivamente, para poder responder às situações a partir do presente e não com o peso das bagagens. Assim aparece espaço. As demandas das situações que vivemos não ficarão menores, mas conseguiremos lidar com elas de uma perspectiva mais leve e espaçosa em nós, se conseguirmos sair do condicionamento e responder ao presente da cena.
Agradeço à Ruth pela sua visão, pela qualidade da troca que possibilita que saiam textos como este, por mobilizar e procurar despertar sempre os meus melhores recursos. Obrigada!
PARTE 1
Avaliação: 5 | Votos: 27
Isabela Bisconcini é Psicóloga Clínica e Consteladora Sistêmica. Terapeuta EMDR. Terapeuta Floral, Reiki II, NgalSo Chagwang Reiki, AURA-SOMA. Deeksha Giver. Dedicou-se por 25 anos ao estudo da psicologia budista e prática do Budismo Tibetano. Participou do Centro de Dharma da Paz desde 1988, quando Lama Gangchen Rinpoche o fundou. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |