Em busca da falsa liberdade
Autor Darian Neto
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 30/07/2010 22:55:05
Quando somos jovens pensamos que o acesso a bebidas, cigarros, drogas, festas e sexo por diversão são formas de liberdade, de fazermos o que quisermos sem ninguém para nos criticar, julgar, mandar, questionar ou proibir. Quando somos adultos não conseguimos ficar solteiros e pulamos de galho em galho com medo da solidão, desconfiamos e ficamos logo com receio quando um estranho mal vestido se aproxima, só conseguimos dançar e nos divertir em um aniversário ou casamento se bebermos, ficamos sempre planejando respostas na ponta da língua para qualquer um que contrarie nossas idéias. Cada um pensa do jeito que quer e tem seu livre arbítrio e capacidade de julgamento e decisão. Será mesmo? E tirar a roupa e sair correndo pelado no meio do shopping cantando rebolation? E sair da casa dos pais? E casar com alguém do mesmo sexo? Independente do que é legal ou ilegal, dentro das leis dos homens, todos esses exemplos são falsas liberdades e de verdadeira escravidão.
A escravidão que me refiro é a mental e não física. Sermos livres é sabermos viver sem muita coisa, que não quer dizer sermos humilde. Estamos agindo livremente quando sabemos resistir, escolher, equilibrar e dosar a forma como escolhemos os hábitos, lugares, amigos e relacionamentos. Pensamentos como “Deixo a vida me levar!”, “Eu também não sou de ferro!”, “Eu não resisti.”, “Eu mereço!”, “Depois eu compenso”, “Depois eu penso nisso”, todos são fugas do compromisso com a liberdade de buscarmos e repetirmos somente aquilo que nos faz bem. Quando cedemos aos vícios ou deixamos abertas as portas que nos levam aos excessos, nos iludimos e acreditamos estarmos no pleno exercício da nossa própria vontade. Por que sempre repetimos os mesmos erros? Por que estamos sempre insatisfeitos e incompletos por dentro, buscando alguma coisa que faça nossa vida mudar de forma mágica, rápida e inesperada? Ou buscando preencher um vazio inexplicável no nosso peito, tentando entender o sentido a nossa existência? Isso que buscamos é a liberdade. Mas se agora ficou claro o que a ela não é, então o que é a liberdade?
A verdadeira liberdade é a da compreensão e consciência. As amarras, correntes e impedimentos que buscamos nos livrar são INTERNOS e não EXTERNOS. Ser livre é ter equilíbrio e ligar-se a compromissos, tarefas e ideais, em primeiro lugar para nós mesmos. Somente quando temos equilíbrio que podemos agir em nome do progresso das almas, da comunidade e do mundo. Ter equilíbrio é ficar livre dos vícios e excessos, saber se divertir sem precisar beber ou usar drogas, é se sentir sempre completo casado ou solteiro. É controlar a boca, medir as palavras, não agir por impulso, dizer não quando dá vontade de fumar um cigarro ou ver pornografia, é se afastar de futilidades e se distanciar de pessoas que não conseguem largar hábitos ruins e ainda tentam nos levar juntos, com a desculpa de “Todo mundo faz isso”. Somos todos influenciados por alguém e isso faz parte da nossa educação desde crianças. Até onde podemos nos deixar sermos influenciados então?
Tivemos muitas experiências em que a influência dos outros nos levou a grandes momentos e oportunidades. Mas nós estamos aqui para isso: para aprender! Cometer um deslize por falta de conhecimento são aos olhos de Deus uma tristeza. Mas continuar no erro, é uma afronta direta à divindade. Eu ainda me deixo influenciar por muitas pessoas e sei que não sou livre e nem tenho tudo o que eu quero. Mas eu já tenho tudo o que eu preciso: o poder através da oração que me leva ao meu eu interior, que me faz me ver por fora e por dentro. Que me dá forças na hora que tenho a absoluta certeza que vou fraquejar ou ceder às influências ruins. Que revela o mundo e a minha própria existência de forma mais ampla, gerando o desejo de ser uma pessoa cada vez melhor, mais forte, mais responsável, mais consciente. Orações que me ajudam quando me sinto perdido e me ilumina quando preciso ajudar os outros.
O que me inspira a pensar e agir dessa forma, a ter consciência das falsas e ilusórias liberdades, internas e externas, foram os meus estudos sobre a espiritualidade. Todos os dias eu estudo e procuro aprender uma coisa nova, ao invés de buscar por ajuda divina só quando estou com problemas e em crise existencial. Estou sempre alternando entre livros de romances (atualmente o Esculpindo o Próprio Destino, de André Luiz Ruiz) e de estudo espírita (O Evangelho Segundo do Espiritismo, de Allan Kardec). Busco também conhecimentos paralelos como a Cabala, psicologia, Umbanda, Human Dynamics etc. São formas que encontrei de despertar do transe e alcançar a alforria espiritual mesmo que momentaneamente.
Podemos viver momentos de liberdade quando estamos em paz com tudo e com todos. Situações que estamos conscientes e gratos por estarmos vivos, com o desejo de fazer, de nos tornarmos úteis na construção do mundo. Esses momentos de liberdade todos nós podemos lutar para atingir, independente da nossa época, lugar, raça, cor ou religião. É essa reforma interior que a espiritualidade está cobrando a todos, durante a passagem da era de Peixes para a Era de Aquário (Era da Luz) até 2012!
Lutarmos pela liberdade é esculpirmos nosso próprio destino através da reforma íntima e educação dos pensamentos e dos sentimentos, num processo longo, diário e eterno. Não podemos desfrutar a liberdade plena porque isso é obra de uma vida toda e como a alma é eterna, muitas reencarnações são necessárias para entendermos o seu pleno significado. Mas podemos desfrutá-la todos os dias antes de dormir se agradecermos a Deus tudo o que temos. Se agradecermos por acordarmos todos os dias de manhã, com o corpo vivo e respirando, independente da nossa vontade, tendo a oportunidade de sempre se refazer física, mental e espiritualmente, começando tudo de novo! Isso sim que é liberdade!
Orai e vigiais teus próprios pensamentos! Muita luz, paz e amor para todos!
Darion
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