Em honra eu me liberto
Atualizado dia 4/21/2022 1:17:11 PM em Autoconhecimentopor Adriana Mangabeira
No Brasil, todos temos ascendência afro e, portanto, o registro do que nem vislumbramos conhecer em termos de dor, humilhação e opressão.
Sim. Somos privilegiados.
Mas, embora tenhamos o privilégio de nunca conhecer a dor, ela segue dentro, quer queiramos ou não. E justamente por excluirmos algo que …. parece feio.
Sentimentos em conflito de vergonha nos fazem conectar com o que deveria ser o lado vilão da história, mesmo que tenhamos raiva ao mesmo tempo.
Em última instância, fomentamos a raiva sobre todas as nossas partes, repetindo falas e pensamentos que compramos prontos e permitimos nas pequenas piadas, nas pequenas exclusões. O que é feio, então?
A maioria dos problemas enfrentados hoje pelo Brasil vem do não reconhecimento e inclusão de suas origens que, em nosso caso, são variadíssimas.
Em vez de reconhecermos e nos apropriarmos da riqueza disto, temos repetidamente nos tornado um povo amputado, faltando vários pedaços em negação a sabedorias e culturas, que deixam lacunas refletidas em nossos problemas sociais e imenso desrespeito ao próximo, a natureza e até mesmo as diferenças.
Irônico que não saibamos respeitar nossa maior riqueza, presente em tudo - cultura, raças, natureza e muito mais - a DIVERSIDADE talvez nunca vista em nenhum outro lugar do planeta.
Hoje celebramos a abolição da escravatura e, não à toa, o dia de Pretos Velhos, Mas antes de falar de sua de beleza rara e preciosa, preciso conduzir a um desejo nosso de libertação real.
Cenários das grandes cidades, poluição do ar, sonora, mental, mercado de trabalho e economia opressores… Ainda me assusta como é defendido este modelo do sonho americano e sua Estátua da Liberdade. Qua qua qua qua qua
SIM, defendido por mim e por você quando temos medo de mudar para uma cidade pequena, quando buscamos a normalidade urbana como conforto, quando não sabemos mais como viver sem as ditas comodidades que só existem para amenizar o que não funciona, insatisfações, mas não seria necessário se extraíssemos o que nao funciona. Quando zombamos do modo de vida de nossos ancestrais e das pessoas hoje no campo e na simplicidade. Temos um insano apego ao que nao funciona, oprime, fere e diminui. E essa é a real escravidão. A escravatura foi abolida, mas a escravidão segue em cada um de nós.
Temos medo de sonhar e apostar nos sonhos, porque os senhores de engenho podem nao gostar e acabar com nossa festa, nos relembrar o alto preço de se achar igual.
Temos culpa em estarmos felizes por usarmos o confinamento para vivenciar afetos e autocuidado, estudos e diversão. Chegamos até a fingir o contrário.
Sentimo-nos criminosos por estarmos felizes em não pegar trânsito, ônibus lotado e não olharmos pra cara dos colegas com quem não temos afinidade alguma.
Não nos permitimos o prazer de estarmos vivendo uma realidade nova, ainda nos adaptando, mas que é infinitamente mais humana e agradável de trabalhar em casa ou até mesmo, não trabalhar.
Temos disciplina para cumprir deveres com o outro, mas nos negamos a usá-la para nosso bem e autocuidado.
O chicote no lombo continua sendo a deturpação para incitar produtividade para os filhos e para si mesmo.
E por que tudo isso?
A negação à cultura, ascendência e sabedorias, rituais e liberdade da diversidade nos leva a honrar o vínculo repetindo a mesma história. E permitindo. Não honramos esse marco - ainda que equivocado - da abolição. Não exercemos nosso dever de continuar o aprimoramento desta evolução.
Por que nao honrar o vínculo e a sabedoria, trazendo um pouco de cultura e sabedoria para nossos dias, como o que priorizar/ valorizar, mas - acima de tudo - honrar os sonhos interrompidos de quem foi jogado num navio negreiro e nos deu de presente termos nascido neste lugar?
Eram pessoas, tinham vidas, rotinas, amores, planos para o futuro, saúde, liberdade e dignidade.
Honrar os sonhos interrompidos é usar o privilégio da escolha de ocuparmos nosso lugar de poder e tudo começa por SONHAR. SONHAR, SIM, É PERMITIDO, embora pareça que tenhamos esquecido.
Toda, absolutamente toda realização - principalmente as mais nobres - começam com um sonho que rompe barreiras e transgride.
E deixo a homenagem à egrégora lindíssima de Pretos Velhos que, arquetípica e energeticamente - nos trazem a humildade e simplicidade que não é a submissão, mas sim a resiliência e da escolha por manter suas conexões com a vida, com a fé na generosidade divina e amor ao próximo. E sempre sonhando, sempre na esperança, sempre com um bom conselho amigo, sereno e sorriso de quem não se corrompeu pelo caminho e manteve sua nobreza em servir.
Servir não é ser submisso, mas sim estar a serviço do que acreditamos.
Estamos a serviço de que ou de quem?
Quais são nossos valores e ideais?
A vida e pessoas me tratam como eu me trato, me cuido, me acolho, me priorizo. Ou não… Se fosse permitido - e é - sonhar, com o que escolheria sonhar hoje, neste exato momento e minuto?
Se vamos viver o melhor ou o pior deste país onde escolhemos ter esta experiência, é uma escolha sobre o tronco ou sonhar.
Em honra eu me liberto. Sonhos novos retomam sonhos interrompidos.
Texto Revisado
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