EMBARQUE AUTORIZADO!
Autor Léa Lima
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/12/2009 2:56:33 PM
Qual e a causa dos problemas do ser humano?
Essa é a pergunta mais importante já feita pela mente.
Não podemos descobrir a cura se não soubermos a causa. É como tomarmos analgésicos durante anos para uma dor de cabeça diária, sem buscarmos a causa da dor.
A humanidade pode ser comparada a um grupo barulhento de turistas que embarcam em um trem que os levam a um lugar desconhecido. No extenso caminho, existem paradas, várias estações e todos tem liberdade para descer em qualquer estação e encerrar a viagem ou continuar até chegar ao topo.
Alguns mais afoitos desembarcam na primeira parada e instalam-se. Verificam, porém, que escolheram um lugar desolado, sombrio, deserto e continuam a lamentar a sua falta de sorte.
Outros prosseguem por mais duas ou três estações e apesar de desembarcarem em um lugar melhor, ainda se instalam cheios de inquietações e dúvidas. Será que as próximas estações seriam melhores?
Poucos, bem poucos, persistentes, corajosos, continuam a viagem. Em alguma parte no inicio da jornada fizeram uma descoberta intrigante. Apesar da viagem ser atribulada, cheia de tropeços, torna-se mais fácil à medida que se estende.
Aquele que persistiu, pouco a pouco vislumbra o pico da montanha, entende que não é apenas uma promessa, uma ilusão, ele existe, é real e pertence a quem conseguir chegar.
A paciência e a persistência, oferece recompensas, desembarca surpreso e ao mesmo tempo maravilhado, ao perceber que essa estação é finalmente a sua casa. Sente-se a vontade, gosta de tudo, tem afinidade com tudo.
Desembarcou na estação da sua própria identidade.
Instala-se em sua casa, senta-se confortavelmente e então lhe ocorre o pensamento surpreendente:
- Aqui estou sentado, sem fazer nada, ninguém para conversar... e não estou deprimido!
Toma entao conhecimento da sua verdadeira identidade, entende ser essa a única maneira de libertar-se da dor, do isolamento, da solidão.
Percebe que valeu o esforço, a espera, as dificuldades da longa viagem. Valeu resistir às tentações de paradas cheias de luzes atrativas, valeu resistir bravamente às influências e risos dos companheiros de viagem que embevecidos desembarcavam ao sabor dos sons e dos prazeres.
Essa é a estação onde ele encontrará a tão sonhada paz.
Ele sabe o que teria acontecido em alguns anos antes. Teria tremido diante da solidão, não teria suportado a falta de estímulos externos, nem sequer pensaria em estar sozinho.
Mas já se transformou, já encontrou a causa das suas dores. Enxerga além das armadilhas do faiscar das luzes. Saiu do burburinho louco dos turistas. Está tranquilo, sua alma está em paz, porque percebeu que voltou ao local de onde nunca deveria ter se afastado.
O âmago do seu próprio ser. É o que basta.
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