Encontrando sentidos
Atualizado dia 5/9/2017 8:00:51 PM em Autoconhecimentopor Adriana Garibaldi
Vivemos na ilusão de termos escolhas e de sermos capazes de fazê-las. Na ilusão de sermos livres, quando em realidade não somos, ao menos como imaginamos.
Estamos presos aos propósitos e não seremos capazes de nos libertar até encontrarmos o aprendizado oculto por trás daquilo que nos acontece, enfim, até encontrarmos a nós mesmos, saindo da névoa da inconsciência.
Mudanças de paradigmas, mudanças de atitude, crescimento interior, evolução de consciência, são elementos que podem nos dar maior autonomia, maior liberdade para transformarmos o nosso destino para melhor. No entanto, antes de alcançarmos esse patamar de evolução devemos refletir a respeito daquilo que nos move ou, ao contrário, nos mantém presos e que nos obriga a sair ou a ficar, fugir ou nos submeter a determinadas situações. Nao são os outros, nem as circunstâncias externas a nós e, sim, os propósitos da nossa alma que representam a escritura básica da nossa vida, impressa em nosso subconsciente.
Às vezes não entendemos por que as pessoas se prestam a determinadas situações dolorosas. Para quem assiste do lado de fora, de forma a olhar superficialmente tais situações, não se compreende por que aquela pessoa se submete a isso, quando tranquilamente poderia se safar, libertando-se de um determinado padrão, saindo daquela situação, contudo, não pode ou não quer, e, em realidade, não querer ou não poder acaba sendo a mesma coisa...
"Cada cabeça uma sentença", como se costuma afirmar. Em cada vida, a manifestação de uma lei própria, códigos internos que fazem parte da vida de todos nós.
O instinto de sobrevivência parece ser um princípio poderosíssimo desde que o mundo é mundo, contudo, onde se encontra esse instinto em pessoas que passam por algum tipo de sofrimento por imaginarem que não existe saída para ele, se não na necessidade de proporcionar para si mesmas essa determinada experiência, mesmo sabendo que esse comportamento desafia toda lógica, ate sua própria lógica?
Se olhássemos de uma perspectiva transcendente, evolutiva, a lógica existe por traz de tudo e aquilo era simplesmente o que precisava ser ou acontecer.
Ontem recebi um vídeo onde alguém traçava um círculo à caneta em volta de uma pequena formiga. A minúscula criaturinha circulava dentro dessa redoma sem conseguir sair. Um fato estranho porque não existia impedimento algum para que a formiga saísse de lá. Aquilo era simplesmente uma ilusão, a ideia na mente dela detectando um impedimento, estabelecendo uma prisão que em realidade não existia, uma necessidade de se submeter a algo totalmente irreal, absolutamente ilusório.
Não sabemos o propósito na vida daquela formiga de ter participado da experiência, mas podemos imaginar que o experimento em si era para nos demonstrar o quanto o campo da mente e as crenças nela impressas determina nossas prisões ou nossas liberdades.
Em Mateus. 5/ 26 lemos do Mestre Jesus: "Em verdade te digo: dali não saíras, enquanto não pagares o último centavo".
É dizer: ninguém consegue sair do próprio cárcere até não se esgotarem todos os recursos de aprendizado, não antes que os objetivos que deram origem ao fato, sejam alcançados.
Afinal, será que temos escolhas? Será mesmo?
Às vezes nos referindo ao nosso passado dizemos: como posso ter escolhido isso para minha vida? Se tivesse feito isso em lugar daquilo, minha vida seria diferente, seria outra, talvez melhor, ou mais feliz.
Vendo de longe, imaginamos que poderíamos ter feito de outra forma, mas não podíamos, nossa programação inconsciente não nos permitiria. Aquilo tinha que acontecer para que se cumprisse um objetivo.
Voltando à análise do evangelho nas figuras de Judas Iscariote, o discípulo traidor, ou de Simão Pedro que negou Jesus por três vezes, mesmo tendo sido alertado por ele a respeito disso acontecer. "Em verdade te digo que antes que o galo cante, me negarás três vezes".
O propósito aí era muito claro para que se cumprissem as escrituras.
E para nós? qual o propósito? Porque em realidade sabemos que ele existe.
À simples vista parece um pensamento um tanto fatalista, mas não é. Somente a constatação da existência de uma força superior que rege os acontecimentos dos mais insignificantes aos mais transcendentes. Desde a formiga aprisionada por um traço grifado no chão, até o testemunho máximo da cristandade, a partir das vidas daqueles discípulos, que agiram de uma forma predestinada em função de um objetivo Maior.
Tanto lá quanto cá, alias, em toda parte, os mistérios da vida se desdobram, enigmáticos e profundos nos chamando à reflexão.
Texto Revisado
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