Entre a Luz e as sombras
Atualizado dia 5/7/2007 9:41:32 PM em Autoconhecimentopor Flávio Bastos
Imagine, agora, outras centenas de pessoas reunidas no mesmo lugar com egos parecidos, digamos, ao ego de Adolf Hitler. Quanta carência de luz! O predomínio das trevas e a decorrente negação do amor abrangente em seus corações...
Agora deduza qual a diferença entre o bem e o mal que como sabemos, são forças antagônicas sob o ponto de vista espiritual. Isso mesmo... a diferença está no nível de evolução do ser como essência, portanto, na razão direta das manifestações do ego superior ou do ego inferior, independentemente da condição de espírito encarnado ou desencarnado.
Por este motivo, o bem ou o mal não são atributos natos do espírito ou um fenômeno gerado externamente e contrário à nossa vontade. Neste âmbito, tudo tem uma razão de ser, pois somos o que através do livre arbítrio desejamos ser, ou seja, somos o resultado do que sintonizamos e praticamos através dos nossos pensamentos e atos.
Portanto, o bem ou o mal são escolhas nossas e não definidas por decisões de agentes externos alheios à nossa vontade como se fôssemos marionetes de forças "sobrenaturais" incontroláveis.
O espírito André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier, informa-nos com precisão o verdadeiro significado do mal: "O mal será sempre representado por aquela triste vocação do bem unicamente para nós, a expressar-se no egoísmo e na vaidade, na insensatez e no orgulho que nos assinalam a permanência nas linhas inferiores do espírito".
Já o espírito Joana de Angelis, através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco, define o bem como "o destino natural do ser, a geratriz da vida e o estímulo para a sua preservação". E conclui: "A diretriz do bem acalma, normaliza, dulcifica e integra o homem na consciência cósmica".
Estamos, portanto, direcionados pela livre escolha para o bem em relação ao ego superior, ou direcionados para o mal em relação às manifestações do ego inferior. Somos "proprietários" de nossas consciências e de nossos destinos através de livres escolhas dos caminhos iluminados ou sombrios a serem percorridos.
Caso Comentado
O nosso irmão chegou de mansinho antes de dirigir-me para a sessão de desobsessão da casa espírita na qual trabalho como médium, nas sextas à noite. Apresentou-se conforme revelava o seu interior e como fora em vida(s) passada(s): usava uma túnica negra e capuz ao estilo dos magos da antiguidade. À medida que o percebi através do sexto sentido, convidei-o a acompanhar-me, pois estava saindo em direção à tarefa mediúnica.
No trabalho em equipe, a "ponte" foi estabelecida para que uma médium começasse a relatar, conforme suas palavras, o que estava visualizando com a sua sensibilidade extrasensorial: "É um irmão que apresenta-se com uma túnica e capuz negros. Ele agora abaixa-se e retira de suas botas pretas um cordão e começa a fazer nós cegos neste cordão, um após o outro e diz que cada nó representa um indivíduo encarnado desta casa (espírita) que está sendo "amarrado". Termina o último nó, olha para o grupo, sorri sarcasticamente e se retira calmamente".
O que acabamos de ver é um exemplo típico de que a experiência no mal, se assim desejarmos, residirá, indefinidamente, em nós mesmos, independentemente da condição dimensional do ser. O mago em questão, provavelmente tenha exercitado em épocas remotas a magia negra como prática constante do mal e à medida que desencarnou, continuou sintonizado na mesma faixa vibratória, tentando praticar o mal pelo processo obsessivo via encarnados.
Ele dirigiu-se à equipe de desobsessão com o intuito de impressionar, intimidar e, principalmente, desarmonizar com a sua sintonia os trabalhos da casa espírita. Porém, por trás da sua tentativa, sabemos que a entidade continua "representando" como representava na condição de encarnado, pois as características que sobressaem de seu ego inferior permanecem as mesmas, ou seja: a vaidade, o egoísmo e, principalmente, o orgulho.
Por isso é importante estarmos com a sintonia elevada no bem, não somente os trabalhadores da seara espiritual, mas todos que desejam libertar-se das inferioridades do ego e ingressar na caminhada evolutiva do espírito. O "orai e vigiai" do Espiritismo sintetiza uma verdade que muitos não consideram, mas que possui uma significativa importância no que diz respeito à nossa proteção em relação às influências de caráter obsessivo.
A mente lúcida e aberta às manifestações do amor abrangente, é uma mente perceptiva que trabalha em íntima ligação com o sexto sentido na observância e análise dos campos energéticos dos seres. Por esta razão, a visão e, respectivamente, a consciência, expandem-se em benefício do autoconhecimento e no auxílio às entidades necessitadas de orientação e despertamento para as verdades da existência. Esta, provavelmente, seja a meta principal a ser alcançada pelo exercício mediúnico entre encarnados.
A confiança e a firmeza na fé divina, são os instrumentos de trabalho para quem "transita" entre a Luz e a sombra no resgate aos espíritos desorientados e enfermos. Para quem tem a certeza de que o amor tudo pode, não existe irmão irrecuperável, nem mesmo o nosso irmão mago negro, porque para que ocorra o despertamento, sabemos que tudo é uma questão de momento no sentido de acender a centelha divina que habita em todos os nossos corações.
Psicanalista Clínico e Reencarnacionista.
Texto revisado por: Cris
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |