Espiritualidade – Força Interior agindo conosco (2ª parte)
Atualizado dia 23/04/2008 19:41:26 em Autoconhecimentopor Marcos F C Porto
Como, então, criarmos condições para conseguir os benefícios de nossa Força Interior? Vamos lá refletir sobre o tema?
Para conseguirmos controle construtivo sobre nossos comportamentos, é importante trazermos tanto nossa consciência como a intenção em nível de criatividade, parte integrante da nossa Força Interior e propulsora da mudança. A força criativa é muito mais fácil de ser alcançada do que imaginamos, então, que tal começarmos a partir de agora:
Força criativa #1: Concentração – O que enxergamos é o que conseguimos –
Primeiro: Romper o indevassável interrompendo os condicionamentos em cadeia do tipo - a experiência vivida torna-se referência para a crença adquirida. Nada mais estressante, não é verdade? Como isso pode acontecer? Todos nós vivenciamos um número grande de experiências semelhantes e, também, muitas diferentes. Isso nos garante afirmar que nossas experiências poderão ser colocadas em um mapa. Portanto, não será contraditório afirmar o que dissemos na edição anterior, que não aprendemos de todas as experiências, somente em algumas delas.
Segundo: As experiências que contribuem mais para nossas crenças são aquelas em que nos concentramos nelas. Talvez isso esteja relacionado ao fato de que, muitas vezes, a dificuldade faz com que não tenhamos escolha.
Outro aspecto importante: nosso cérebro é mono e não estéreo, ou seja, nós pensamos uma coisa de cada vez. Faz sentido?
R. Keith Sawyer, psicólogo americano, professor da Washington University, tem desenvolvido trabalho profundo sobre criatividade. Ele estuda a criatividade nas conversas do dia-a-dia, nas brincadeiras das crianças e na vida social adulta. Está particularmente interessado na criatividade na dinâmica de grupos e, sendo assim, nos diz que: “Em pesquisa criativa nos referimos a três ocasiões de ocorrência – no tubo de ensaio, na cama, e no ônibus - que são lugares os quais as idéias surgem inesperadamente. Quando abrimos tempo fora do trabalho ao buscar solução para um problema, conseguimos mudar o contexto do que estamos fazendo e isso irá ativar diferentes áreas do nosso cérebro. Se a solução não estava em uma das partes do cérebro ela poderá estar na outra parte.”
Então, nosso aprendizado nos levará a dizer que devemos desligar nosso piloto automático para decisões mecânicas, ou seja, o de decidir de imediato em cima dos fatos.
Aqui está nossa primeira grande oportunidade para assumirmos o controle sobre o que acreditamos, ou seja, exercermos nosso autodomínio sobre o que estamos concentrados no nosso aprendizado. Como dissemos em relação à nossa reação ao medo, normalmente uma experiência dramática e ameaçadora irá, com certeza, nos influenciar muito mais a mudar nosso comportamento do dia-a-dia, como no exemplo do executivo que como precaução decidiu não mais viajar de avião, depois de ter visto na TV o tenebroso desastre sem sobreviventes. Agora, entendendo melhor a decisão do executivo, podemos concluir que para ele voar era inseguro, e isso estando muito mais focado em ocorrência negativa do que no número de vôos tranqüilos que ele havia feito anteriormente. Faz sentido?
Outros exemplos: não ando mais na rua à noite porque fui assaltado; não entro mais em caixas eletrônicos sozinho, porque fui assaltado; não ando com quantias altas de dinheiro na rua porque fui assaltado; não me atrevo mais a amar outra pessoa, porque fui desprezado no meu amor, em que havia me entregado totalmente; e, assim, os exemplos continuam porque o medo de sofrer experiências desagradáveis é a prioridade!
A pessoa reflexiva e criativa irá manter o propósito de criar condições mentais de agir ao contrário, ou seja, não negar os perigos, mas deliberadamente concentrar na realidade e não no medo, utilizando a força criativa da mente como apoio de suas atitudes construtivas, estabelecendo as condições de mudança. Mudar para não deixarmos que nossa programação mental se oriente para nossa autodestruição.
Henri Bergson (1859-1941), filósofo francês, ganhador do Prêmio Nobel, no seu livro “Creative Mind” nos diz: “O ponto é que normalmente olhamos para a mudança, mas não a enxergamos. Falamos sobre mudança, mas não pensamos sobre ela. Dizemos que mudança existe, que tudo muda, que mudança é a verdadeira lei das coisas. Sim, afirmamos e repetimos tudo isso, mas ficamos somente nas palavras.”
Nossa intenção deverá ser sempre de auto-proteção, mas ao nos deixarmos conduzir pelo medo, ela será auto-destrutiva. Está claro?
Algumas vezes nossa mente poderá influir para que assumamos atitudes negativas. É parte da nossa natureza humana focar nas experiências, as quais reflitam nossas preferências ou resultados imediatos que queremos. Exemplo: Quando estudantes, ‘cabular’ aula era para nos livrarmos das ‘chatices’ dos professores, não atinando para o prejuízo dessa atitude; agora, adultos, deixamos de fazer coisa por medo, continuando a não atinar para o prejuízo desse comportamento!
Não precisamos lembrar que nós todos passamos pelos mesmos caminhos no dia-a-dia de nossas vidas. E agindo dessa forma, repetidamente fazemos os fatos ficarem bem piores para nós mesmos. Correto?
O medo poderá fazer com que pensemos tão somente na ‘metade vazia’ de nós mesmos, que é esta carência não preenchida do pavor de evitar experiências dolorosas.
Voltaremos ao assunto.
Texto revisado por Cris
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Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |