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Finanças Pessoais versus Finanças Empresariais

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Autor Cleusa Marli Gollo Bitencourt

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 9/12/2005 12:16:10 AM


Considerando que as entidades estão sujeitas à dinâmica do ambiente situacional atualmente caracterizado pela alta competitividade e em constante mudança tecnológica, suas interações com o meio-ambiente devem ser coordenadas e integradas, visando atingir sua missão e conseqüentemente a continuidade a longo prazo que, por sua vez, depende de seus resultados econômicos.

Nenhum aspecto da administração é tão complexo ou exige tanta atenção quanto a área financeira. O dinheiro é a mola propulsora que faz a empresa e o indivíduo andarem. Conforme já alertava Benjamin Franklin há mais de dois séculos existe uma relação direta entre o tempo e o dinheiro. Time is money. Relação essa que pode ser, hoje, ampliada ao contexto e retrata o dinheiro como um bem tão precioso quanto o próprio tempo.

Como bem salienta VELLOSO(1), “uma organização é um organismo vivo em resultado direto das interações interpessoais intra e interorganizacionais. Ela age e reage com características muito semelhantes às dos seres humanos.”

“O conhecimento das aspirações das pessoas gera as aspirações do Negócio”, afirma HARTMANN(2). Surge daí o “Ser Empresa”, ou seja, a organização, ambiente onde ocorre a materialização dos sonhos individuais para a realização coletiva.

Fatores Condicionantes e Taxa de Mortalidade de Empresas no Brasil, foi tema e título da pesquisa realizada no primeiro trimestre deste ano de 2004 e divulgada nacionalmente pelo SEBRAE, para a qual foram ouvidas 5.727 mil empresas em todas as unidades da Federação, abertas há quatro, três e dois anos. Oito em cada dez empresas que fecham atribuem seu fracasso a fatores econômicos e financeiros. Entre as razões citadas estão: falhas gerenciais, lucros insuficientes, vendas inadequadas, despesas pesadas de operação, dívidas onerosas e capital insuficiente. Com isso, surge o questionamento quanto à possível existência de correlação entre o equilíbrio das finanças pessoais e a vida financeira das organizações.

“O único modo de evitar erros é adquirindo experiência, mas a única maneira de adquirir experiência é cometendo erros. Viver é um contínuo processo de renascimento. Mudar o rumo dos acontecimentos significa enfrentar mudanças”(3).

Chega-se ao mercado de trabalho sem um manual de sobrevivência que explique os labirintos do mundo corporativo e, para tentar sobreviver, as pessoas seguem modelos de referência que geralmente estão em destaque no alto da pirâmide, esquecendo que para atingir esse ponto os vencedores tiveram de passar por inúmeras experiências que resultaram em erros e acertos durante a trajetória e que foi esse aprendizado que os conduziu ao topo.

Para abrir e manter um negócio são necessários requisitos como conhecimentos da atividade que se pretende desenvolver; conhecimento do mercado onde se pretende atuar, incluindo conhecimentos da política econômica adotada no país; no mínimo, conhecimentos básicos de administração e finanças e, principalmente, recursos financeiros, isto é, dinheiro.

O dinheiro exerce um papel de suma importância na vida das pessoas, afetando todas as áreas da existência humana, podendo ser chamado de questão de vida ou morte. Porém, especialmente no Brasil, devido a uma série de conceitos deturpados, formou-se uma cultura de consumismo e não de poupança e investimento, que resultou num total despreparo no trato com as finanças pessoais.

Como as organizações são a extensão das aspirações das pessoas, elas são da matéria que foram formadas. Assim, na composição da maioria das pequenas empresas brasileiras, especialmente familiares, encontram-se estas pessoas despreparadas e é natural que essa falta de habilidade no que se refere a dinheiro se estenda e se consolide no ambiente empresarial desempenhando um papel de destaque no desaparecimento precoce dessas pequenas empresas no país.

A habilidade no trato com o dinheiro não surge naturalmente nos seres humanos; é preciso construir esta nova e imprescindível concepção através de uma séria e contínua educação financeira. E esta habilidade impõe desafios pessoais únicos, de família para família, de cultura para cultura, de escola para escola e de organização para organização.

Como salienta MORIN(4), a educação do futuro deverá ser o ensino primeiro e universal centrado na condição humana, para que se promova uma ligação direta dos conhecimentos oriundos das ciências naturais, a fim de situar a condição humana no mundo em que estiver inserido; dos conhecimentos derivados das ciências humanas, para colocar em evidência as dimensões e a complexidade inerente à raça humana, para só assim integrar a essa bagagem a contribuição inestimável das humanidades a fim de que seja criado o “Ser Total” ao longo do seu tempo de crescimento físico e evolução intelectual.

A educação financeira é parte integrante dessa nova concepção de educar e só será eficaz se for incorporada pelos indivíduos passo a passo, ao longo do tempo. Esta consciência já está deflagrada no Brasil; prova disso é a Cartilha do BACEN dirigida às crianças, que relata a história e a importância do dinheiro e algumas poucas escolas que oferecem para o ensino fundamental, noções de economia e gerenciamento das finanças pessoais.

Para vencer em termos financeiros é preciso ter autoconhecimento, ou seja, conhecer a própria forma de pensar para que se possa ter amplo domínio sobre as próprias ações. No mundo corporativo a premissa é a mesma. A expressão “a empresa tem a cara do dono” é muito utilizada e na maioria dos casos corresponde à verdade, a não ser que o “dono” tenha delegado suas prerrogativas e se encontre afastado, conferindo a outrem o poder de esculpir a identidade da sua organização.

Ao mesmo tempo, não é sábio ignorar a visão de que todos os mercados que estão em equilíbrio não dependem da estabilidade dos preços, pois preços e quantidades podem mudar drasticamente. Sua taxa de mudança, entretanto, é controlada pelo comportamento individual: um equilíbrio é encontrado entre o custo da mudança e os benefícios trazidos por essa mudança e isso é pessoal, é indissociável das pessoas. Portanto é indissociável da organização que atua nesse mercado, assim sendo, ela é afetada por seus reflexos. Comportamento individual no mercado é comportamento de consumo, é comportamento de investimento e é comportamento de poupança. A soma positiva desses comportamentos leva ao equilíbrio pessoal, da firma e do mercado.

Vontade, persistência, dedicação e tenacidade são qualidades indispensáveis para que os objetivos sejam atingidos. Mas, equilíbrio é a palavra-chave. Equilíbrio é fundamental. Equilíbrio emocional leva ao equilíbrio financeiro. Equilíbrio pessoal conduz ao equilíbrio organizacional e, este, ao sucesso coletivo.

(1)VELLOSO, Gilberto, VELLOSO, Maria Vilma Chiorlin. A terapia organizacional. São Paulo: T&D. 2000, p.39.
(2)HARTMANN, Luiz Fernando. Planejamento estratégico para o gerenciamento total. Lageado-RS: Grafocem. 2002, p.16.
(3)NETO, Ivan Rocha. Gestão de organizações. São Paulo: Atlas. 2003, p.159
(4)MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: UNESCO/Cortez. 2000, p.47

Texto revisado por Cris

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