Gestão estratégica de pessoas e humanização do trabalho
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Autor José Diney Matos
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 1/10/2006 4:57:50 PM
A fórmula para assegurar a competitividade que leva ao sucesso no mercado e a satisfação ao cliente, é alinhar a estratégia dos negócios com a gestão de pessoas. Este é um jargão dito e repetido por quase todos os especialistas em gestão estratégica. Mas como realizar isso se o preço a pagar é a desumanização nas relações de trabalho?
Por mais que as empresas se esforcem o quadro atual da gestão de pessoas nas grandes organizações apresenta distorções que precisam ser levadas em conta, pois o que vem ocorrendo é que a maioria das pessoas não está satisfeita com o seu trabalho. Integrar o planejamento estratégico à cultura da empresa e, ao mesmo tempo, aproximar as decisões da alta cúpula ao dia-a-dia dos colaboradores passou a ser um desafio a ser vencido nesses tempos de estresse e ansiedade exacerbada. Por isso a gestão estratégica de pessoas vem adquirindo importância cada vez maior.
Porém, é preciso entender que muitas vezes o que é estratégico para as empresas pode ser desastroso para os colaboradores, pois nem sempre a realidade de ambos caminha em sintonia. Muito pelo contrário; normalmente são realidades em constante estado de conflito.
Já se foi o tempo em que administrar recursos humanos nas empresas era sinônimo de contratações e demissões, folha de pagamento, benefícios, férias e aposentadoria. O RH de hoje se volta para as principais áreas que afetam os negócios e participa cada vez mais das decisões estratégicas, o que se convencionou chamar de RH de resultados. Porém, a liderança de RH precisa estar à altura desse novo desafio, aprendendo a falar a linguagem dos líderes da organização e compreendendo os anseios e necessidades da equipe de colaboradores. Afinal, as empresas são organismos vivos que só existem porque são criadas e controladas por pessoas.
Os responsáveis pelo RH de resultados devem saber lidar com questões ligadas a finanças, marketing, mercado, clientes, processos e produtos. Mas também devem adquirir o hábito de enxergar o todo a partir de diagnósticos abrangentes, sintonizados com os anseios de todas as áreas da empresa. Nesse particular, devem usar e abusar das pesquisas de clima e das auto-avaliações de desempenho, visando aferir o grau de satisfação e expectativas da equipe. Além disso, precisam saber aplicar o remédio mais adequado à solução dos problemas individuais de cada colaborador, o que não é nada fácil.
Em suma, a gestão estratégica de pessoas requer um talento especial para lidar com gente. Ela necessita de um profissional habilitado, sensível e habilidoso. Talvez esta seja a função mais difícil de ser exercida nas organizações nos dias de hoje, porque as pessoas estão cada vez mais conscientes e exigentes. Recente pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral nas 500 maiores empresas do país, divulgada em agosto de 2005, revela que apenas 10% dos executivos estão comprometidos com as metas das empresas onde trabalham e que mais da metade não sabe como usar seus talentos no dia-a-dia. Isso demonstra o quanto é importante a missão do RH de resultados para o engajamento e o comprometimento da equipe. Mas também demonstra que a cobrança por resultados desumaniza o mundo do trabalho e que as pessoas não são máquinas destinadas somente a trabalhar e produzir.
Gestão estratégica de pessoas é puro planejamento estratégico mas, acima de tudo é uma questão de saber lidar com as competências de um modo inteligente. Isso é o que faz a diferença em um mercado caracterizado pela competição exacerbada e a incerteza quanto ao futuro. A gestão estratégica de pessoas é o principal elo da corrente de um planejamento focado em resultados. Mas é também uma maneira inteligente de praticar a humanização nas relações pessoais e profissionais. Afinal, somos todos um.
José Diney
Educador, consultor de empresas, conferencista e especialista em gestão de pessoas e gestão de carreiras. Fundador e presidente do IBEHI – Instituto Brasileiro de Estudos Humanísticos Integrados e autor dos livros "Artimanhas do Ego", publicado em 2004 e "Bem-Estar Criativo Para o Sucesso", Editora Saraiva, que acaba de chegar às livrarias; obra que aborda temas ligados à potencialização do desempenho pessoal e profissional e sua relação com o sucesso e a qualidade de vida.
Texto revisado por Cris
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