HISTÓRIA SEM FIM



Autor Claudette Grazziotin
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 25/02/2012 18:54:27
História sem Fim
Claudette Grazziotin
Essa histórinha serpenteou, serpenteou, mas chegou aonde desejava.
Eu a inscrevo aqui porque desde sua primeira publicação me trouxe, presentes afetivos enormes.
Este por ser muito especial, merece ser relatado.Compreendi mais profundamente , através dele a importância que tem quem escreve e publica palavras.
Lá na Bíblia, já encontramos no Gênesis,entre as primeiras frases, a declaração desse poder: “E, no princípio era o Verbo...”
Então, eu conto:
Logo que escrevi Meu Santo Graal, o enviei para ser publicado nos jornais de A. Prado e fiquei feliz sabendo-o aceito. Nesse mesmo ano, fui convidada a participar da Feira do Livro, com A Prof Corina Dotti como patrona da feira.
Na sexta-feira à tardinha, encerrado o painel com os convidados, eu conversava com algumas pessoas quando um rapaz se aproximou e perguntou educadamente se eu poderia lhe dar alguns minutos de atenção. Vi que era forasteiro pelo sotaque da fala; pedi licença às pessoas e, então, ouvi a história que valeu cada palavra que eu escrevi.
Eu vou omitir seu nome, porque importa o fato que nunca registrei. Ele se apresentou meio tímido, logo me dizendo que estava muito feliz por me conhecer pessoalmente; que esperara com ansiedade terminar o painel com receio de não conseguir falar comigo. E, foi me contando que era paulista , trabalhava na Randon, em Caxias do Sul, mas vivia em Antônio Prado. Que fora sua mulher que lhe avisara de manhã cedo antes de ir para Caxias:-Ouvi na Rádio Solaris que aquela escritora que tu gostas vai estar na feira do Livro, hoje à tarde!
Então se programara para estar lá.
Eu ainda não sabia se lera meus livros ou poemas e ele então, tirou do bolso um recorte de jornal e abrindo-o, me disse:
- Foi por causa dessa história que a senhora contou que eu vim morar em Anônio Prado . Eu li: Meu Santo Graal!
Ele continuou falando que conseguira o emprego em Caxias mas que a empresa colocava os funcionários nas cidades próximas e os transportava ao trabalho em ônibus. Que precisando encontrar um lugar , seu cunhado indicou Flores da Cunha e no final de semana foram conhecer e procurar uma casa. Que após terem encontrado, resolveram aproveitar o dia e conhecer A.Prado, centro histórico e que quando ele estava sentado no hall do hotel aguardando seus acompanhantes pegou o jornal de cidade que estava lá para conhecer mais e encontrou meu relato. Leu-o muito emocionado e logo quis saber onde ficava a tal fonte, que lhe foi indicada pelo pessoal do hotel. Mostrou para as pessoas que o acompanhavam e levou-os para irem conhecer a fonte e a praça e se encantou. Ali mesmo ele disse que não iria mais residir em Flores da Cunha que iria morar em A. Prado e já foram se informar sobre imóveis, tendo desistido definitivamente de F da Cunha. Que trouxera a família e que estavam muito felizes morando em A.Prado e que ele queria me contar isso; como fora fundamental minha história na decisão dele.
Eu fiquei sem palavras, ali, diante do menino porque ele era bem jovem,emocionada. Conversamos mais um pouco, ele se despediu e eu fiquei parada pensando sobre o poder da palavra e da emoção verdadeiramente sentida.
Não sei se esse paulista que trocou São Paulo por Antônio Prado, hoje, está vivendo ali; se teve uma decepção, se desencantou-se com o lugar e partiu ou se continua feliz com sua família na terra; nem tampouco sei, se ele se emociona ao passar pela fonte entre as casas e se ainda sente a sua magia. Sinceramente, eu desejaria que sim e que ela, sempre toque seu coração sensível que o levou a tomar uma decisão, fazer uma escolha importante, seguindo a batida do seu coração; lendo uma história também nascida da batida de saudade de um outro coração.O meu.









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