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Inteligência Comportamental Humana - como surgiu a teoria

Atualizado dia 4/26/2018 11:12:07 PM em Autoconhecimento
por Dr Jo Furlan


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A coisa mais constante no mundo é a mudança.
Se você está lendo este artigo, espero que estabeleça como objetivo terminá-lo.
Esta é uma das maneiras fundamentais de treinar e desenvolver sua capacidade de realização. Ao terminar essa tarefa estabelecida, poderá perceber como aumentar, melhorar e aprimorar sua inteligência comportamental humana – a Inteligência do Sucesso. Isso poderá ser feito todos os dias de sua vida, nos
mais variados segmentos, tanto pessoais, como profissionais. Se estiver buscando uma forma de aumentar e maximizar seus resultados, ouse, experimente, aprenda, evolua e faça acontecer com as ferramentas dessa tecnologia comportamental que será apresentada a você.
Quando a inteligência começou a chamar mais a atenção?
A primeira resposta seria: no final do século XIX, com a criação de testes – no mínimo, questionáveis – em um museu de História Natural. Muitas vezes, as pessoas pagavam para serem avaliadas. Esses testes baseavam-se em experimentos do tipo ouvir um apito ou identificar os cartuchos de armas que, apesar de idênticos, diferenciavam-se apenas pelo peso. Hoje, podemos achar isso ridículo, mas na época esses testes renderam ao seu criador, Francis Galton, o título de Sir.

Mas, afinal de contas, o que é inteligência?
Talvez seu primeiro pensamento gere uma pergunta:
- Qual o meu nível de inteligência?
Você já fez uma avaliação do tipo Teste de QI para medi-la? Talvez sim, talvez não. O mais curioso é que os estudos que resultaram na criação desse teste tiveram sua origem na busca da identificação das pessoas que estavam com o aproveitamento abaixo da média. Dessa forma, o governo francês poderia desenvolver programas educacionais especiais que melhor trabalhassem suas condições de aprendizagem. Os trabalhos sobre inteligência baseados na teoria de Binet frutificaram e geraram desdobramentos, muitos deles com foco nos superinteligentes, também conhecidos por superdotados.
Com o passar do tempo, o QI (Quociente de Inteligência) se tornou a referência do quanto somos inteligentes.
Mas será que o Teste de QI mensura nossa capacidade real?
A inteligência tem sido abordada como um dom, um talento natural, agregado a um certo glamour de genialidade. Realmente, existem pessoas com capacidades excepcionais. Devemos estimular o desenvolvimento desses talentos especiais. Identificar tais casos é uma conduta necessária e responsável. Devemos valorizar esses talentos naturais, criando centros especializados capazes de treinar, estimular e desenvolver pessoas com seus talentos impressionantes, possibilitando uma expansão saudável e produtiva de suas potencialidades. Vale aqui reforçar a importância dos princípios da Inteligência Comportamental Humana, pois, assim como eu, você já deve ter conhecido algumas pessoas impressionantemente talentosas que, infelizmente, não conseguiram experimentar suas potencialidades e realizar aquilo que desejavam.

Elas necessitavam desenvolver outro tipo de inteligência: a inteligência do êxito.
Convido você agora a observar a inteligência sob uma outra perspectiva.


Uma nova visão sobre a inteligência!!!
A palavra inteligência vem do latim inter+legere - é a capacidade de escolher algo entre outras coisas, a capacidade de discernir.
O que, de fato, é ser inteligente? No exato momento em que me deparei com a origem dessa palavra, passei a buscar uma nova definição conceitual. Compreendi algo que há muito tempo buscava entender e explicar do ponto de vista comportamental, mas não conseguia encontrar o caminho.
Passei parte dos últimos oito anos de minha vida a lecionar na pós-graduação de uma das maiores universidades médicas da América Latina. Como professor convidado do curso de Especialização em Medicina Comportamental do Instituto de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo - Unifesp (antiga Escola Paulista de Medicina), durante anos estudei, experimentei, debati e utilizei inúmeros conceitos com algumas das melhores mentes ligadas à neurociência cognitivocomportamental do país.
Nosso curso abordava desde a terapia cognitivo-comportamental até hipnose, meditação, medicina psicossomática, terapias cognitivas breves (PNL - programação neurolinguística), disciplina que tive o privilégio de implantar juntamente com o prof. Dr. José Carlos Mazzilli, e ainda life coaching, biofeedback, entre tantos outros temas ligados diretamente à neurociência comportamental.
O curso foi criado pelo prof. Dr. José Roberto Leite, um pesquisador reconhecido internacionalmente, visando a agregar ferramentas não medicamentosas com foco em resultado. Resumindo: são estratégias comportamentais de gestão de vida.
Ferramentas para viver melhor, com maior grau de satisfação e resultado. Somos diferentes a cada momento, apesar de repetirmos um padrão de comportamento.
Sendo assim, nosso objetivo era disponibilizar um arsenal de ferramentas com foco no resultado. Não conheço técnica infalível nem sem resultado. Tudo depende do momento, da pessoa e do profissional que a aplica. De fato, existem algumas técnicas mais efetivas que outras, porém, nenhuma é plena e absoluta. O processo de desenvolvimento comportamental e seus desdobramentos sempre foram a base fundamental para o ensinamento do paciente ou do treinando*.
*Treinando é o indivíduo que está passando por um processo comportamental sob a orientação de um profissional capacitado.

Baseado nesse conceito, criei o termo "treinador comportamental", que até o início de 2002 nunca havia sido utilizado. Por essa razão, acabei tornando-me o primeiro treinador comportamental do Brasil.
É importante salientar que já existiam treinamentos comportamentais no país, mas seus instrutores utilizavam outras denominações, como, head trainer, moderador, instrutor, consultor. Hoje, temos uma nova identidade, somos um batalhão de treinadores comportamentais nas mais diversas áreas profissionais, focados no desenvolvimento comportamental humano.

O mais importante para nós, da Medicina Comportamental, não era qual técnica seria a mais efetiva, mas, sim, qual a mais específica para aquele caso. Essa abordagem eclética, multidisciplinar, focada em resultados, foi uma das geradoras do conceito que irei apresentar a vocês. É muito importante salientar aqui que estamos falando de uma nova visão da inteligência. Não do ponto de vista das potencialidades e habilidades especiais, mas, sim, da perspectiva de avaliação dos resultados obtidos por cada indivíduo, do mais comum ao mais notável. Não estamos falando de uma nova área do cérebro recém-descoberta, de uma nova habilidade que tenha sido esquecida pelos outros especialistas e estudiosos da inteligência. O que muda drasticamente aqui é a forma como entendemos e compreendemos, de fato, o que é inteligência.
É um novo conceito, uma nova forma de entender a inteligência e se relacionar com ela.

Onde tudo começou
Desde cedo, já cursando Medicina na Universidade Gama Filho - UGF, no Rio de Janeiro, uma questão chamava minha atenção. O que fazia com que algumas
pessoas se tornassem notáveis por seus feitos, suas realizações, sua superação?
Observava isso nos mais diversos lugares e segmentos. O empresário, o executivo, o médico, o paciente, o atleta, o pai, a mãe, o empregado, e assim por diante.
Observei realizadores em quase todos os lugares. Histórias de vida nos mais variados caminhos, mas um final comum: o êxito, o sucesso. Teve êxito o empresário que expandiu seus negócios; o executivo que gerou os resultados desejados; o médico que obteve sucesso no tratamento do paciente; o paciente que conseguiu melhorar sua saúde; o atleta que venceu a competição; o pai e a mãe que
conseguiram cuidar da família, dando moradia, educação e muito amor... O que é isso? Sorte? Já não acreditava em sorte. Lembrei-me da tão conhecida tradução do anagrama chinês. Nesse idioma, a palavra crise é composta por dois anagramas: um que simboliza "perigo" ou "risco" e outro que significa "oportunidade".


Aprendi muitos anos atrás que sorte é quando a preparação encontra a oportunidade.
Competência. Não me imaginava a utilizar este termo para definir pessoas como meus pais, que superaram uma infância pobre, trabalharam duro, educaram os filhos (um médico e uma psicóloga), construíram suas vidas. Se você tem mais de 40 anos, provavelmente nem seus pais - muito menos, seus avós - frequentaram faculdade. Na época, 98% da população também não. Se você tem cerca de 20 anos, a possibilidade de seus pais terem cursado uma faculdade já aumenta muito.
As últimas gerações tiveram o cuidado de estimular a educação de seus filhos. Se eles mesmos não tiveram a oportunidade de estudar, desejavam que seus filhos tivessem outras opções. Lembro-me de, ainda pequeno (com 12 ou 13 anos), viajar nas férias com meu pai e visitar seus clientes. Ele era um ótimo profissional de vendas. Seus amigos perguntavam a ele se já estava ensinando o ofício ao filho. Ele sorria e dizia que estava trabalhando para que o filho tivesse mais opções: "Quem sabe um Dr. na frente do nome?'' Minha mãe, uma professora primária daquelas que a gente jamais esquece, estimulou nossos estudos a vida toda. Esse era o sonho deles. Um de meus avós, filho de um português com uma índia, era carroceiro de boi e lavrador. O outro, filho de italianos imigrantes, tinha uma venda, um pequeno
comércio de varejo, tipo secos e molhados. O velho Furlan teve de abandonar a roça por pressão da minha avó, que desejava que seus filhos pudessem estudar.
Então, mudaram-se para uma pequena casa, ao lado da escola, em Andirá, uma pequena cidade do norte do Paraná.
Tudo isso me fascinava. As escolhas, os caminhos, as diversas possibilidades.
Tenho ouvido histórias como essas pelos quatro cantos do país. Costumo brincar que sou um contador de histórias; para isso, preciso primeiro ouvi-las. Competência, talento, comprometimento, dedicação e foco. Qual a melhor palavra para definir todos os protagonistas dessas tantas histórias de realização? Essas pessoas tiveram a capacidade de tomar decisões que as levaram aos resultados desejados.

Descobrindo a Inteligência Comportamental
O tempo passou, mas as perguntas continuaram a incomodar. Por volta de 2002, alguns conceitos ligados ao desenvolvimento da IA (Inteligência Artificial) chamaram minha atenção. Nesse caso, inteligência era a capacidade de tomar decisões, de pensar qual a melhor opção, de fazer escolhas que levassem ao resultado desejado. Uma máquina pensando, tomando decisões, fazendo escolhas.
Como decidir com base na análise de possibilidades que tendem ao infinito e não seguir apenas uma programação?

Os seres humanos são capazes de fazer isso, e muitos o fazem todos os dias.
Já em 2003, durante minhas aulas na pós-graduação, em palestras e treinamentos, utilizava o termo "inteligência comportamental'' para descrever a inteligência do resultado. Havia criado um modelo comportamental para explicar esse conceito. Comportamento gerando resultados positivos ou negativos. Observe quenão falava sobre acertos e erros, mas, sim, em resultados obtidos. Baseado nasobservações e nas informações colhidas nesses treinamentos de 2002 a 2005,passei a adicionar o componente humano, usando a denominação Inteligência Comportamental Humana a partir de 2006.
O privilégio de ter grandes mentores. Sempre me considerei uma pessoa afortunada, pois até hoje tenho o privilégio de ter grandes mentores em minha vida. Cabe a um deles um papel especial. Em
2001, quando cheguei à Universidade Federal de São Paulo - Unifesp, conheci a Medicina Comportamental. Ela começava a surgir, e tive a honra de ser orientado por seu fundador.
O prof. Dr. José Roberto Leite cativa pelo sorriso, influencia pelo conhecimento e inspira pela constante busca de respostas. Bastaram seis meses para tornar minhas verdades e conceitos ultrapassados, pois um novo mundo estava à minha frente: a neurociência cognitivo-comportamental. Sua paciência e perseverança para comigo são dignas de minha eterna gratidão. Confiou em mim. Integrei o corpo docente da pós-graduação por vários anos. Concordamos e discordamos.
Quando lhe falei sobre o conceito de Inteligência Comportamental Humana, me inundou de perguntas, e quase me afoguei. Demorei alguns anos a encontrar boa parte das respostas. Como um grande mestre, não me mostrou o caminho, mas com certeza fez perguntas que me ajudaram a encontrá-lo.
Tive ainda as lições de Robert Sternberg, em minha opinião um dos maiores especialistas mundiais da atualidade em Inteligência. É autor de um livro que transformou minha vida: Inteligência para o Sucesso Pessoal - Como a Inteligência Pró-Ativa e Criativa Determina o Sucesso. Dele pude extrair alguns outros argumentos que me permitiram elaborar o que atualmente chamo de Inteligência do Sucesso e acreditar que uma nova forma de pensar esse assunto estava acontecendo. Em 2007, publicou um trabalho muito interessante em que apresentava conclusões alinhadas com minhas observações. Falava de comportamentos voltados a objetivos. Isso reforça a importância de atingir resultados na vida de cada um de nós


Então:

Inteligência Comportamental Humana
É:
realizar aquilo que você deseja
Ser inteligente é:
fazer as escolhas que lhe conduzam ao resultado que você deseja.
Muitas pesquisas atualmente encontram outros caminhos para falar sobre gerar
grandes resultados e ter êxito. Sternberg chamava de Inteligência para o Sucesso a criatividade e a pró-atividade; eu chamo de Inteligência Comportamental Humana - Inteligência do Sucesso - ao fato de você realizar o que deseja.
Eu acredito que uma das coisas mais maravilhosas que Deus deu ao ser humano é o livre arbítrio. Liberdade para escolher seus caminhos e tomar suas decisões.
Se você não acredita em Deus, respeito seu ponto de vista. Então, você está no topo da escala evolutiva. Que desculpa você me dá para não continuar a investir em sua evolução e aprimorar sua inteligência?

Lembre-se:
o que não evolui, involui!

Essa decisão está em suas mãos.
Sabemos que em nossas vidas existem problemas e soluções. Infelizmente, encontramos muitas pessoas que escolheram fazer parte do problema.
E você, todas as manhãs, quando acorda, pode escolher fazer parte do problema ou da solução. Quando escolhe fazer parte da solução, sua mente acelera, buscando a resposta para as seguintes perguntas:

Qual a solução?
Como?
Onde?
Quando?
Com quem?

Você acaba de ligar um mecanismo mental que poderá tornar real um velho ditado:
Cuidado com o que deseja, pois poderá obter!
Escolher o caminho que vai me levar ao resultado que desejo - isso é Inteligência Comportamental Humana. Isso é Inteligência do Sucesso.

Texto Revisado

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Conteúdo desenvolvido por: Dr Jo Furlan   
medico, neurocientista e escritor, autor da teoria da Inteligência Comportamental Humana, Fundador da Universidade da Inteligência u
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