LÁGRIMAS



Autor Helenilton Luiz C. de Sales (Lé de Sales)
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 27/06/2006 14:30:00
Os momentos de felicidade que experimentamos em nossa existência quase sempre não são lembrados. As lágrimas que no pranto rolaram jamais são esquecidas e voltam sempre, sadicamente, a relembrar o que se quer esquecer.
Dos cantos por onde chorei lembro dos cancioneiros que falavam de poesia, dores e amores. Envolto na mágica de suas melodias ousei desprezar a dor e levar desses momentos somente o que me parecia essencial: o perfume da dama-da-noite, a malandragem dos vagabundos, a pureza da maçã mordida, o encanto da moça perdida, o estampido do fim, a picada do adeus, a beleza do raiar do dia, deixando nas entranhas o que ficou da dor do amor perdido, a frieza do segundo de abandono, a angústia da busca, a tristeza do desencontro.
Vi gente que como eu buscava algo, encontrando sei lá o que, pessoas com o sangue a correr pelo chão, com olhares de quem iria se perder, tristes por crerem na vingança, impotentes frente ao desespero, sádicos pelo poder.
Foram muitos os cantos e vales por onde chorei, tirando do lado escuro do peito, onde não havia primavera, tolerância ou esperança, compaixão saudade ou solidão, a amargura de quem irremediavelmente sofria, para renascer no solo vivo do coração o sublime amor pela vida. Manifestação legítima e verdadeira da porção animal da emoção e mágica possibilidade de como uma fênix ter, a cada madrugada, renascido do que restou de mim, graças a tudo e a todos...
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 10




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