Livre Arbítrio ou Opção de Escolha?
Atualizado dia 09/05/2007 21:29:40 em Autoconhecimentopor Rogério Pires
Se observarmos a idéia do “Livre Arbítrio” objetivamente podemos concluir que a realização de uma escolha ou ação não depende inteiramente de fatores antecedentes, ou seja, uma causa. Mas, se observarmos o mesmo conceito de forma mais subjetiva, concluiremos que a escolha realizada derivou ou foi condicionada a uma causa específica, mesmo que esta causa seja a nossa própria vontade.
A necessidade de acreditarmos em uma liberdade de escolha tem sido questionada, pois este conceito remete à obrigação de uma interpretação ou entendimento por aquele que o vivencia e, dessa forma, dependendo do nível de consciência e idiossincrasia do agente da escolha, ele pretende ser entendido de diversas formas, em momentos deferentes. Tendo como exemplo um indivíduo que observa o conceito de Livre Arbítrio baseado em ideais religiosos, ele pode se questionar se uma divindade onipotente e onipresente não irá impor sua vontade sobre sua escolha pessoal ou se existe realmente LIBERDADE pelo fato de haver um Deus que conhece todas as suas decisões e escolhas; da mesma forma que se este mesmo indivíduo pode observar este conceito de liberdade sob aspectos éticos e morais, ele se considerará responsável moralmente por suas escolhas e atitudes e este sentimento pode limitar a sua vontade de escolher algumas coisas devido as conseqüências. Ainda podemos abordar a questão sob os aspectos psicológicos que sugerem que a mente controla todas as ações do corpo, seja de forma consciente ou não.
A liberdade de escolha nos leva a outro questionamento: o fato desta escolha ser realmente livre ou não. A cada segundo estamos fadados à necessidade de um posicionamento acerca de uma situação ou sugestão; dessa forma, a todo o momento somos “obrigados” a escolher algo ou tomar uma atitude para a resolução de alguma coisa; até mesmo quando não fazemos nada esta ação partiu da necessidade de escolhê-la; assim, foi-nos imposta por uma argumentação interna ou fatores externos.
A maioria das nossas escolhas conscientes são baseadas em nossa escala de valores, ou seja, aquilo que realmente é importante para nós. Antecipando-se cada escolha, levamos em consideração nossos conceitos mentais, emocionais, conveniência, estado de espírito, nível de consciência e conhecimento de causa, além dos ideais impostos pela sociedade, mídia, nossos pais, amigos, etc. Até quando escolhemos as atitudes altruístas em nossas vidas, as realizamos porque inconscientemente nos sentimos bem com esta escolha, pois todos nós nos sentimos bem quando ajudamos o próximo.
Podemos ainda observar o fato de sermos influenciados a cada segundo principalmente por fatores inconscientes em nossas escolhas e atitudes. Conceitos reprimidos em nosso inconsciente nos levam a escolhas impensadas ou inconscientes. O condicionamento mental e comportamental também pode nos induzir a uma atitude impensada ou escolhas incongruentes. O indivíduo que constantemente se submete a um comportamento de vítima, elaborará as suas decisões em função deste vício de comportamento, pois estará sendo influenciado por este comportamento vicioso, e assim por diante.
Somos realmente LIVRES para executarmos uma escolha?
Em primeiro lugar não devemos nos questionar se somos realmente livres ou não, pois esta dúvida já seria uma forma de limitarmos a nossa liberdade de interagir com o Universo à nossa volta. Em segundo lugar, devemos levar em consideração que as necessidades do ser humano nunca operam independentemente de suas demais capacidades. Entretanto, quando o ser humano escolhe alguma coisa ou pensa em fazer algo, o impulso primário ocorre em sua mente. Dessa forma esta escolha acaba sendo associada a seus sentimentos, emoções, necessidades internas, apetites e questões que complementam sua personalidade. Este quadro em sua totalidade corresponde ao nosso lado racional e emocional. Estes dois fatores criam a vontade e a vontade realiza aquilo que a mente e o emocional idealizaram.
O conceito de Livre Arbítrio é uma questão de semântica. O que significa LIVRE ARBÍTRIO para você?
O homem é livre para escolher qualquer coisa que queira fazer, mas até que ponto ele é livre para se libertar dessa necessidade de escolha? O homem não é capaz de controlar um ato involuntário, mas pode determinar o resultado final. A ampliação da nossa liberdade de escolha está no ato de cada vez mais tornar conscientes as nossas escolhas.
Livre Arbítrio é, na verdade, opção de escolha e se não escolhemos conscientemente o faremos de forma inconsciente. Dessa maneira, como vamos lidar com escolhas que nem temos consciência de que foram realizadas por nós? Normalmente, quando isso acontece projetamos a responsabilidade em fatores externos ou em outras pessoas.
O Universo nos proporciona infinitas possibilidades de escolhas, porém, somos os únicos responsáveis por tudo aquilo que acontece em nossas vidas, por todas as nossas escolhas e atitudes, e nos tornaremos realmente livres quando tivermos a plena consciência desse fator.
Por Rogério Pires
Terapeuta e Psicoterapeuta Holístico
CRT 37461
www.phatae.com
Texto revisado por Cris
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