LUTO
Autor Elaine Leal Carvalho
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/10/2016 6:18:05 PM
O luto é um assunto que a maior parte de nós não quer falar, sequer sentir, mas ele existe e acreditem, é solitário, bastante solitário. Na minha experiência com o assunto, o luto não é sentido apenas quando um ente muito próximo e querido, faz a passagem, o luto faz parte em muitas situações, quando encaramos a realidade das ilusões que criamos em nossas vidas, quando percebemos que não somos o que nossas mentes criaram, quando nossa auto imagem é “ destruída” pela percepção da nossa arrogância e vaidade, quando trazemos ao consciente o que nosso inconsciente permite que venha à tona, quando findamos um ciclo de relacionamentos de amizades ou amorosos, quando somos excluídos da vida de pessoas, de empresas, de projetos que estávamos ajudando a construir, quando não compreendemos a nossa dor, e pior que isso, quando não vivenciamos a dor da separação, tantas vezes necessária. Quando não expressamos nossa dor, quando retardamos as lágrimas que necessitam ser derramadas por nossas almas, quando buscamos anestesiar de todas as formas o contato com esta dor e trato aqui de dor, não me refiro a drama que é um exagero e prolongamento da dor, trato aqui de um tempo de recolhimento, de refazimento absolutamente necessário para assimilarmos a “ morte “ de algo ou de alguém, e também pode ser a “ morte” de uma parte da gente que precisava morrer para que enfim a vida possa chegar e nos surpreender. O luto é solitário pois é praticamente impossível descrevê-lo, expressá-lo, e nem sempre respeitamos este período que é importante para nos dar novo fôlego em viver nossas vidas adiante. Não fomos educados para a morte ( que é nossa companheira diária ) e não fomos educados para compreender e expressar o luto. O luto também é um recolhimento, um convite a olhar para dentro de nós e de alguma maneira revermos nossas vidas, nossas verdades, nossas reais intenções em nossas existências. É um contato íntimo, importante conosco, com nossas crenças, como nossos emaranhamentos, com nossas origens, com nosso sagrado, com o que realmente é importante na existência e principalmente com o que de fato podemos fazer diferente em nossas vidas. O luto pode ser belo e um agente de transformação profundo e definitivo quando respeitamos este tempo que a morte tão generosamente nos proporciona. Vida e Morte, juntas !!!
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