Meditação
Atualizado dia 12/12/2007 7:22:09 AM em Autoconhecimentopor Rogério Pires
O médico norte-americano William Collinge define meditação como "uma prática simples e tranqüila, que encerra um poder extraordinário para auxiliar na resistência à doença e manter a saúde em geral". Mas a meditação é muito mais que isso. Ela proporciona ao praticante o que Clarissa P. Estés, psicóloga junguiana, chama de o retorno ao lar, ou seja, o retorno para interior de si mesmo, para um ponto só acessado pelo indivíduo, em condições de absoluta serenidade.
Muitas disfunções são auxiliadas exatamente por essa sensação da volta para casa, pois a meditação faz o caminho contrário; promove ao indivíduo o questionamento interno do que realmente ele necessita para uma melhor qualidade de vida e, conseqüentemente, a saúde. Isso diminui a tensão e, posteriormente, fortalece as defesas imunológicas. É uma reação em cadeia que proporciona, muitas vezes, a harmonização de uma disfunção física, assim como as de ordem emocional e mental. É assim que a meditação provoca o equilíbrio. Esta técnica também pode ser fundamental até no controle da dor, que é a manifestação física de um desconforto antes sentido pela mente.
Hoje em dia, a sociedade moderna exige que o homem se afaste cada vez mais de seu eu interior, usando uma ou várias máscaras, a ‘persona’, a forma como nos comportamos em sociedade. Sentimentos como medo, insegurança, desejos, tristezas, não podem ser manifestados em alguns momentos de nossas vidas e, por isso, acabam sendo cada vez mais reprimidos pelo indivíduo. Para sobreviver neste contemporâneo mundo, o homem moderno tende a agir de uma maneira que não o representa de forma verdadeira, porque alguns sentimentos não são politicamente corretos de serem expostos. A sociedade considera de mau gosto falar de alguns assuntos pessoais ou considerados delicados. E, geralmente, temas delicados são temas verdadeiros que necessitam de uma compreensão maior e que o indivíduo vai adiando até somatizar diversos fatores que podem levá-lo ao estresse. Isso colabora para que o indivíduo se sinta sozinho com os seus problemas, sinta-se fragmentado, e até mesmo, distanciando-se de sua verdadeira natureza.
A meditação é uma técnica que faz com que o praticante recupere e mantenha seu eixo, um centro, para onde pode retornar quando quiser. É como a ponta do compasso, que se bem fincada consegue traçar círculos perfeitos, sem que ela (o eixo) saia do lugar. Depois de algum tempo de prática, a pessoa consegue se manter centrado, mesmo estando no convívio social, pois a prática de meditação, permite ao indivíduo um controle psíquico e emocional diferenciado para a resolução de seus problemas interiores, que são reflexos daquilo que rotulamos como problemas EXTERNOS.
O processo meditativo não deve se tornar uma obrigação ao praticante, nem muito menos, realizado sob forma de atividade rotineira, pois pode tornar-se mecânico e sem resultados. A meditação é uma experiência que transcende os limites da interpretação humana, é uma aventura maravilhosa praticada pela mente humana.
Meditação é simplesmente ser, sem fazer nada - nenhuma ação, nenhum pensamento, nenhuma emoção. Você apenas é e é puro prazer. De onde vem esse profundo prazer, quando você não está fazendo nada? Não vem de lugar nenhum, ou vem de toda parte. Ele é não-motivado, porque a existência é feita de uma matéria chamada alegria.
Sempre que encontrar tempo para apenas ser, abandone todo o fazer. Pensar também é um fazer, concentração também é um fazer, contemplação também é um fazer. Mesmo que apenas por um único momento você fique sem fazer nada, simplesmente permanecendo no seu centro, totalmente relaxado - isso é meditação. E uma vez que tenha descoberto o jeito, você pode permanecer nesse estado tanto tempo quanto quiser; finalmente poderá permanecer nesse estado durante as vinte e quatro horas do dia, independente do que esteja fazendo e acontecendo.
Uma vez que se tornou consciente de como seu ser pode permanecer de maneira que não se perturbe, então, vagarosamente, você pode começar a fazer coisas, mantendo-se alerta para que seu ser não se agite. Essa é a segunda parte da meditação - primeiro, aprender simplesmente a ser, e então aprender pequenas ações: limpar o chão, tomar um banho, alimentar-se, dentre outros, permanecendo sempre, ou na maior parte do tempo, centrado. Assim, a meditação não é contra a ação. A meditação NÃO promove a possibilidade do indivíduo escapar da vida. Ela simplesmente lhe possibilita (ensina) uma nova maneira de VER vida, pois a sua vida continua, porém, muito mais intensa, no sentido de que, através da prática meditativa, tornar-se-á o observador/construtor de sua realidade. Você não é o que FAZ e sim, O QUE REALMENTE É!
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Rogério Pires
Terapeuta e Psicoterapeuta Holístico - CRT 37461
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www.phatae.com
Texto revisado por: Cris
Avaliação: 5 | Votos: 8
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