MÉDIUM E MEDIUNIDADE
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Autor Christina Nunes
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/16/2005 7:52:38 PM
Publicarei este artigo nos três sites onde redijo. É, a um só tempo, uma reflexão oportuna e um testemunho.
Médium é médium - o intermediário entre a palavra e a intervenção da Espiritualidade e a população reencarnada no orbe, ou a que povoa as faixas astrais circundantes mais densas, necessitada da mediação dos métodos de comunicação e expressão das dimensões mais materializadas, para situar-se melhor no entendimento da própria situação pós-desencarne.
Não trata-se o médium, em absoluto, na sua melhor condição produtiva, de nenhum desequilibrado emocional em estado mórbido de carência; menos ainda, de algum tipo de esquizofrênico, ou indivíduo mal amado ou mal resolvido.
Já foi dito, com muita propriedade, que médiuns, todos somos; mesmo sem que disso se tenha a menor percepção direta, ou o mais leve estado de consciência.
É médium o que porta sensibilidade apropriada à percepção exacerbada das energias circundantes mais sutis: os que facilmente lêem pensamentos; que adivinham a visita ou o telefonema do parente minutos antes que este os faça; os que guardam repetidas experiências de dejá-vu em relação a lugares ou a pessoas com os quais, supostamente, nunca travaram contato antes - pelo menos nesta vida corpórea; enfim, todo o que manifeste algum grau de sensibilidade perceptiva para uma linguagem que extrapola os cinco sentidos hodiernos e limitados, em alcance, para todo um universo de energias que nos rodeia, a nós, ainda imersos na limitação rude do desenvolvimento da percepção mais refinada e relativa à área intuitiva, às medianímicas e às do sexto-sentido, mais ou menos apuradas em cada um de nós.
A explanação sobre o assunto tem lugar baseando-me, para tanto, em experiências próprias, que alertaram-me para a necessidade de, ainda uma vez, expor esclarecimento adequado, com o fim de que se faça clareza ao entendimento truncado que, infelizmente, em elevado grau ainda grassa acerca desta questão.
Outro dia, alguém me escreveu um relatório absurdo - e, diga-se, altamente inconveniente, de vez que, tomando como pretexto meus artigos mensais, o leitor achou-se no direito de promover uma verdadeira e invasiva abordagem "psicanalítica" da minha vida, ainda que eivada de conceitos arbitrários e subjetivos - especulando que, dado o teor dos meus textos, provavelmente trataria-se, a minha pessoa, de alguém com sérios problemas nos relacionamentos amorosos. E que estes supostos "sérios problemas", certamente, seriam os responsáveis por ter eu me deixado arrastar por desvios esquisitos de personalidade, "criando" estes contatos, a seu ver, algo hilários, com espíritos e seres extra-corpóreos" - na mais absoluta e completa demonstração de ignorância daquilo que constituí o elementar nos assuntos mediúnicos e atinentes aos tópicos doutrinários do Espiritismo.
Outra máxima irrefutável menciona que muitos ouvem o que querem ouvir - no caso em voga, pois, lêem o que querem ler.
Embora não caiba aqui, nem ética nem estéticamente, que me ponha a incorporar qualquer posição defensiva, como se emprestando autenticidade de valor a tais explanações devaneadoras que me chegam, no livre exercício do pensamento, que não me cabe contestar, entretanto, por amor da verdade acerca do que constituí, de fato, a realidade dos médiuns muito bem realizados em suas vidas - entre os quais me incluo - conduzindo-as sob a perspectiva mais ampla acerca da Vida no universo, em favor dos seres em geral, a quem prestam serviço do mais inestimável valor,(embora, o mais das vezes, árduo e de reconhecimento quase nulo) julgo procedente atestar, naquilo que me diz respeito, o que de importante se refere à minha realidade, visando desmistificar, assim, estes e outros desvarios, talvez símiles nas suas implicações.
Assim que me confirmo pessoa tão comum como quaisquer que visitem este Portal, na sua trajetória preciosa de auto-conhecimento, nem com mais nem com menos desafios a confrontar durante o meu aprendizado. E, não, não sou mal resolvida amorosamente. Enfrentei lances e reveses comuns ao mais reles dos mortais sobre a face da Terra neste sentido, sendo hoje casada com homem de bem, e respeitoso das minhas diretrizes filosóficas e religiosas, assim como pauto meu proceder quanto às suas, por sua vez, convicções.
Minha experiência mediúnica teve seu afloramento na adolescência, vindo num desenvolvimento constante a partir de então, sob a orientação segura e sábia dos meus mentores, entre os quais aquele que toma a frente na posição de meu Instrutor, como meu guia, Caio Fábio Quinto, extremo afeiçoado de séculos que, em função disso, - e estritamente disso, - encontra ressonância perfeita para o acasalamento fluídico que nos permita o trabalho conjunto no terreno mediúnico, qual o que ora desenvolvemos através da psicografia. Já figurou ao meu lado, nos evos findos, como marido umas tantas vezes, como pai noutra, ou como irmão...e quem sabe em quais situações e ocasiões mais na eternidade pregressa...Espírito amoroso, com plena consciência do seu papel de orientação inspirativa e despojada de qualquer laivo de possessividade, individualismo, ou feição emotiva prejudicial naquilo que me diz respeito enquanto reencarnada, atuando, inalteradamente, ao modo de pai infinitamente paciente e fraternal, sem tolher-me a iniciativa e a liberdade de escolha a cada lance diário, do mais banal ao mais dramático.
Em virtude do que afirmo, de dentro da mais lúcida e tranqüila convicção, que segue a minha vida dentro do script o mais corriqueiro possível, a par das minhas atividades como escritora, no cotidiano profissional e no familiar, com alegrias e surpresas inerentes a todos, lágrimas ocasionais e normalíssimas ao bom aprendizado, comum aos enredos gerais de reencarnação transitória no orbe.
Não sofro, pois, de depressão mórbida ou de solidão crônica. Meus dias são repletos de atividades e de pessoas que me enriquecem as horas de uma forma ou de outra. Nunca fiz psicanálise por traumas excruciantes que me vampirizassem irremediávelmente as energias emocionais; já sapateei de alegria, e rasguei algumas poucas notas de um real em mil pedacinhos, em hora de raiva doida - tudo dentro da mais perfeita normalidade para um ser humano que vivencia os seus dias na Terra, da maneira usual.
E, sim, indiscutívelmente, contacto estes amigos enternecedores que, em sintonia com o melhor de nós mesmos, sempre se acham dispostos a estender-nos as mãos no trabalho de solidariedade para a melhoria de um plano de vida onde eles mesmos já estagiaram outrora, num sem número de vezes, em prol do avanço evolutivo da humanidade como um todo. Disso, guardo registros e sinais inequívocos; provas conclusivas, adquiridas por um tipo de percepção direta que, mais dia menos dia, quando cada qual acessá-las ao seu modo, fará perder todo o sentido teimar-se, por mais tempo, que a lua nasce "redonda como um tamanco", apelando-se, com esta finalidade, para o expediente pueril de ridicularizar os que, gradativamente, vão vivenciando e acessando estas realidades maiores.
O trabalho mediúnico é sempre grato a quem o exerce, e felicito-me com elogios ou críticas construtivas; mas, de coração, é favor poupar-me terapias via e-mail. Porque não as necessito.
Com amor,
Lucilla
ok
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Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |