Mentiras gentis
Atualizado dia 10/19/2006 12:05:56 PM em Autoconhecimentopor Oyára Cristina de Moura
Começamos por contar a mentira genérica, a de que a nossa vida vai bem, obrigada, que não queremos mudar nada. Esse “está tudo bem” nos dá um alívio imediato, mas ao mesmo tempo nos deixa no aconchego de uma inércia que nada constrói.
As mentiras gentis estão por toda a parte. Na relação afetiva, quando nos deparamos com um olhar cansado que não quer conversar porque, sabe, no diálogo a gente sempre se mostra e se expor é cansativo, demanda auto-análise, reflexão, demanda aceitação de mudanças no nosso comportamento e na nossa vida pessoal em prol do outro, porque onde há relação há troca e a troca exige tolerância, abnegação e desapego, coisas que nós, muitas vezes, não estamos preparados para fazer.
Ao chegar na escola do nosso filho nos deparamos com situações, muitas vezes, que nos incomodam. É um olhar da monitora que não nos agrada, uma criança chorando, um pai com fisionomia preocupada, mas vamos deixando tudo passar porque, afinal, a gente tem pressa e trocar o filho de escola demanda tempo, demanda esforço, demanda readaptação. E aí contamos a mentira de que “em toda a escola existe problemas e tudo bem”. Sim, em toda a escola existe problemas, mas existem problemas maiores e menores. Queixas que podem ser resolvidas com a direção da escola através de um diálogo franco e aberto e queixas que jamais serão ouvidas.
Nas nossas relações pessoais, até que ponto estamos sendo espontâneos, ajudando as pessoas a entrarem em contato com a verdade, esse poderoso instrumento de harmonização e libertação?
E no nosso local de trabalho, será que estamos fazendo todo o possível para modificar as pequenas coisas sobre as quais reclamamos todos os dias? Será que não podemos transformar o nosso ambiente, fazendo com que as energias lá presentes se harmonizem de tal forma que o trabalho nos inspire mais prazer?
O meu convite hoje é para que cada um de nós entre em contato com a sua verdade interior. Não basta que a gente conheça a verdade se não a utilizarmos como instrumento de transformação para as pequenas coisas de nossas vidas que não queremos mais. Não basta que saibamos das mentiras, se não tivermos a coragem de desmascará-las, proporcionando a nós mesmos e às pessoas que nos cercam o contato com o verdadeiro significado da nossa missão. Vamos deixar que a nossa verdade fale mais alto ou restará o silêncio inerte da estagnação da vida que não permite a evolução espiritual de que tanto precisamos.
O meu desejo hoje é para que cada um de nós consiga levar adiante esse propósito com harmonia, mas energicamente, com a forma corajosa e objetiva que todo o ser em evolução sabe se conduzir. À verdade!
Texto revisado por Cris
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