MESTRE E DISCÍPULOS - Final
Atualizado dia 14/03/2008 11:34:52 em Autoconhecimentopor Eduardo Paes Ferreira Netto
Ao se virar mais uma vez para anunciar a nova música o maestro notou a aproximação do nosso conhecido trio: Antônio e os pais apoiados em seus braços. Tocado de profunda emoção, o maestro que ia anunciar uma música militar, pediu a seus músicos que tocassem uma antiga valsa, certamente dos tempos em que aquele casal, ainda jovem, trocava naquele mesmo parque suas juras de amor.
O maestro voltou ao seu estrado, à frente do qual estava a estante cheia de partituras. Levantou a batuta e ao baixá-la a banda iniciou os acordes da valsa Vozes da Primavera de Richard Straus.
Nossos três conhecidos já próximos do palanque pararam e ouviram com emoção aqueles maravilhosos acordes que se evolavam para o espaço. Os velhinhos com os corações transbordantes de alegria, os olhos marejados de lágrimas de emoção juntaram suas cabeças brancas numa manifestação de ternura e assim permaneceram até o fim da música.
O maestro dirigiu, então, algumas palavras afetuosas aos velhinhos e todos irromperam numa calorosa salva de palmas a eles. Antônio estava orgulhoso e feliz por poder propiciar a seus idosos pais aquela alegria singela.
O cenário mudou mais uma vez. É noite, vemos Antônio dirigindo-se ao quarto de seus pais que estão dormindo. Olhou para cada um deles, viu que estavam bem acomodados e confortáveis, chegou-lhes o cobertor mais para perto dos corpos e sorriu de felicidade; voltou-se e deixou o aposento, encostando a porta ao passar.
Após esses cuidados com os pais, o rapaz dirigiu-se a outro aposento ao lado. Era um templo em miniatura. Aproximou-se do altar, fez as reverência de praxe, pronunciou os mantras sagrados, sentou-se em posição de lótus e iniciou um exercício de respiração. Após alguns instantes se sentiu invadido por profundo sentimento de paz. Neste momento, como que abriram-se as portas do céu e um ser de grande luminosidade aproximou-se do rapaz, derramando suas bênçãos sobre ele e dirigindo para determinadas partes do seu corpo raios de Luz de diversas cores que iam fazendo despertar as mais transcendentais faculdades do espírito; e ele, Antônio, inconsciente talvez de toda aquela grandeza seguia simplesmente orando pela saúde e longa vida de seus queridos velhinhos.
De repente deu branco na visão de Marco; comovido, sem dizer uma única palavra, prostrou-se aos pés do velho mestre e chorou copiosamente. O velho guru sorriu satisfeito; acabara de por "na linha" mais um dos seus queridos discípulos.
Dias após estes acontecimentos, Marco e Antônio encontraram-se casualmente. Marco correu para o colega, reverenciou-o e abraçou-o efusivamente. Sem saber do porquê daquelas demonstrações de carinho do amigo que sempre lhe fora mais ou menos frio, Antônio retribuiu com ternura e alegria aquele inexplicável abraço.
FIM
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 2
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