Meu sogro, Christiano Oiticica
Autor Alessandra Milani
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 4/7/2004 2:54:30 PM
Pouco antes de morrer, meu sogro chamou a família:
“Sei que a morte é apenas uma passagem, e quero poder fazer esta travessia sem tristeza. Para que vocês não fiquem inquietos, mandarei um sinal de que valeu a pena ajudar os outros nesta vida”. Pediu para ser cremado, as cinzas jogadas no Arpoador, enquanto um gravador tocava suas musicas preferidas.
Faleceu dois dias depois. Um amigo facilitou a cremação em São Paulo, e de volta ao Rio fomos todos para o Arpoador com o rádio, as fitas, o embrulho com a pequena urna de cinzas. Ao chegarmos diante do mar, descobrimos que a tampa estava presa por parafusos. Tentamos abrir, inutilmente.
Não havia ninguém por perto, só um mendigo, que se aproximou. “O que vocês querem?”
Meu cunhado respondeu: “Uma chave de parafuso, porque aqui estão as cinzas do meu pai”.
“Ele deve ter sido um homem muito bom, porque acabei de achar isto agora”, disse o mendigo.
E estendeu uma chave de parafuso.
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Instrutora de Yoga, Mestre Reiki, Mandaleira. Autora do e-book Yoga Mudrâ - saúde em suas mãos Ministra vivências terapeuticas de Mandalas. Atendimento presencial e a distância com Reiki, Mesa Radiônica, Mudraterapia. Entre em contato E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |