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Meu Vôo

Atualizado dia 10/11/2006 6:37:51 PM em Autoconhecimento
por Maria Cristina Tanajura


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Uma aparente calmaria que me parece estranha e que me leva a uma sensação de vazio, muito conhecida. Assim incomodada, procuro fazer contato com o Amor que também existe em mim e logo vou me percebendo preenchida, apaziguada, acolhida. Fica claro para mim, mais uma vez, que é o Amor a unidade primordial, de onde toda a vida flui, incessantemente, eternamente. Fica claro que a ausência de movimento, o silêncio, são necessários para um contato mais profundo e verdadeiro com a minha alma. Mas os hábitos de vida que já adquiri e também as minhas obrigações do dia-a-dia sempre me afastam de momentos como esse. Preciso me lembrar de parar, de me calar e de me entregar...

E nesses momentos de pacífica entrega, busco me sentir num campo muito verde e perfumado, onde a brisa suavemente balança as folhas das árvores, semeando e saneando; é quando me deito na relva macia e carinhosa, sem reservas, podendo respirar junto com a natureza e me sentindo parte integrante dela. Como se estivesse num ninho, sendo muito cuidada e intensamente amada. Sem dúvidas, sem medos, sem ansiedades ou preocupações...

Quando volto para a vida real, depois do meu sonho acordada, sou uma pessoa mais harmonizada, serena e feliz! Parece-me um milagre, isso – e é. Mas, não no sentido de ser algo antinatural. Nada mais comum, fácil e simples... Milagroso, apenas, por ser um antídoto poderoso contra a inquietação, a insatisfação, o tédio. Um vôo para além da mesmice do cotidiano, contemplando de mais alto a mesma paisagem, mas com uma nova lente – mais potente: a visão do espírito, que nesses momentos reina onipotente sobre esta minha personalidade encarnada, que vive experiências difíceis e tristes.

Quem sou eu, então? Aquela que se desanima diante da realidade caótica do cotidiano, ou aquela que se extasia e flutua num espaço puro e belo, revigorante, harmonioso e sorri por estar viva? Sou as duas, a mesma pessoa em suas duas dimensões – material e espiritual - e fica claro pra mim o quanto dependo dessa Luz que o Amor irradia, para ser capaz de viver realmente. Sem ela, apenas sobrevivo - triste, pesada, angustiada, doente, buscando revidar, questionar, lutar...

Mas, o grande milagre é que também posso voar! E o Amor me mostra quem realmente sou. E me levanto, altaneira, cheia de esperança e ando esguia, sem medos, como quem se entrega e confia...

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Maria Cristina Tanajura   
Socióloga, terapeuta transpessoal.
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