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MIL VEZES

Atualizado dia 31/08/2006 14:05:45 em Autoconhecimento
por Jose Dezembro


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De repente senti um frio...
próximo de mim, alguém;
imediatamente me rendi:
era você diante de mim

Incapaz de me mover,
tomou conta de mim,
enrolou-se como cobra,
quebrou-se como vidro...

A montanha escureceu.
Amanheceu num tempo,
outro tempo que não o meu.
Mil vezes pedi...

Ó vento, meu amigo! Invade as portas
entre frinchas, devora os destinos,
frita ovos em nossos utensílios,
devora nossos sonhos,
nos remete aos mais longínquos tempos...

Lá estava eu de novo infringindo
as regras mais básicas,
sentindo de novo o calafrio,
pensando inutilmente no tempo,
planando sobre as mais diferentes paragens,
escutando o choro inútil das artes.

Acenando aos carentes de cores,
doentes vermelhos,
pálidos conselhos,
inúteis dias de curas.

Mil vezes rezei pelo tempo...
rezei pelos ventos.
Sofri, no entanto!
Sem freios
morri
mil vezes...

Obrigado.

José Dezembro

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