MINHA ACRÓPOLE
Atualizado dia 8/25/2007 10:57:56 AM em Autoconhecimentopor Christina Nunes
Mas o que quero dizer aqui é que não é preciso necessariamente deslocar-se via desdobramento, ou mesmo pelos recursos turísticos habituais, para se desfrutar do deleite certamente usufruído nos prazeres únicos daqueles tempos remotos. Há similares no nosso presente, no nosso agora; idênticos em tudo, e não apenas me refiro à atmosfera, ao clima da situação em questão, mas também aos locais dos quais dispomos e que nos proporcionam emoções em tudo idênticas às vivenciadas naqueles idos em determinadas situações.
Eu, por exemplo, tenho a minha acrópole particular. As acrópoles gregas eram as fortalezas ou santuários situados nos patamares elevados das cidades, de onde, sob as vistas magníficas dos mares e das paisagens baixas, aqueles povos deleitavam os espíritos com evocações aos deuses do seu tempo, com palestras de fundo filosófico edificante, ou ainda, resguardavam os perímetros do país, preservando a sua soberania. Sob as vistas magnificentes dos mares gregos, imagino a sublimidade dos gênios de Platão ou de Sócrates florescendo em idéias de vanguarda para os pupilos atentos daquelas épocas em que as aulas eram aplicadas por estes espíritos de escol da ciência diretamente sob a inspiração magnificente das paisagens naturais daquelas nações!
Mas a minha acrópole, se não é a reprodução fiel das gregas, de sobre os promontórios elevados diante daqueles mares indescritíveis, mais simples, no entanto não me parece menos delicada e singela, por entre a beleza das flores do meu pequeno jardim particular. Aquele cantinho de varanda banhado pelos raios sedativos deste sol de um sábado de inverno me eleva o espírito tão facilmente quanto acontecia aos discípulos e gregos daqueles tempos recuados - induzindo-me a reflexões e a ilações preciosas, sob a inspiração direta das árvores pródigas em sombras e em flores que me circundam, da calma silenciosa da rua onde resido e dos arranjos floridos e perfumados das onze-horas, alamandas e bouganvilles rosas que inebriam o nosso sentido da visão com o mesmo encanto exercido pela pintura viva e perfeita das paisagens gregas.
Ali, na minha acrópole particular, tenho o espírito arrebatado a elucubrações e sensações valiosos à alma humana; aos sentimentos genuínos de amor pelos seres e por todas as coisas da Criação, compondo, de dentro da sua diversidade infinita, a jóia da unicidade! Da minha acrópole particular, os ares perfumados e os vôos dos pássaros graciosos conjugam o meu passado e o meu presente, trazendo à minha visão interna extasiada aqueles mesmos quadros onde já me deleitei outrora, nas impressões símiles que experimento enquanto crio a alquimia interna responsável pelo meu futuro!
Sim, eu tenho a minha acrópole! O meu panteão particular! E a certeza pacífica de que ele existirá em qualquer tempo onde eu me situe, em momentos ou em lugares inéditos, onde se reconheça devidamente, na sua plenitude, a nossa jóia valiosa, única, eterna: o inestimável santuário da Vida!
Com amor,
Lucilla & amp. Caio Fábio Quinto
Autores dos romances espíritas "O Pretoriano", "Sob o Poder da Águia" e "Elysium, Uma História de Amor Entre Almas Gêmeas"
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 16
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |