Moisés, Libertador e Condutor de Israel
Autor Geraldo de Souza
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 2/12/2011 1:10:44 PM
Moisés, Libertador e Condutor de Israel
O Egito fora apenas um estágio do povo Israelita. Havia-lhe Deus prometido uma terra fértil para pátria definitiva, a terra de Canaã. “Vou morrer, disse Jacó a José, mas Deus será convosco. Ele vos restituirá à terra de vossos pais”.
No curso de poucos séculos, em terras egípcias, multiplicaram-se os Hebreus e tornaram-se poderosos. Ali prosperavam na criação de rebanhos que prosseguiram desde a numerosa parentela de Jacó, aquelas planícies fecundadas pelas cheias do Rio Nilo.
Entretanto, no dobrar dos tempos as coisas mudaram-se bruscamente. Foi quando o espírito nacionalista vivamente impregnou os Egípcios. A dinastia dos Faraós “Hicsos” ou “Reis Pastores”, foi derrubada. O trono ia renascer de legítimos filhos de egípcios. Ora, os Hebreus, dados à vida pastoril e advindos da Ásia, eram suspeitos de fomentar amizades com esses asiáticos Hicsos.
A perseguição nacional aos Israelitas vai-se graduando de tempos em tempos. A princípio, obrigam-nos a trabalhos pesados na fabricação de tijolos, sobre sóis sufocantes, pois se desencadeara verdadeira febre de construções gigantescas. Algumas décadas mais tarde, obriga o Faraó as parteiras isrraelitas a matarem os recém nascidos varões de sua raça, processo este que como era natural, não surtira efeito. Uma lei mais drástica é decretada; os recém-nascidos de Israel deveria ser lançados âs águas do Rio Nilo. Foi nesta ocasião que nasceu Moisés. Cogitou alguém curioso, meio de salvá-lo da morte; deito-o num cestinho, impermealizado de Pez e o depôs entre balouçantes juncos, ás margens do Rio, onde sabia vinha sempre banhar-se a jovem filha do Faraó. A princesa ouviu ali o choramingar de uma criança e, acolhendo-a, compadeceu-se dela. Surge logo uma mulher que se ocultara entre as ramagens, à qual lhe confia a princesa aleitar o menino, por cujo trabalho a remunerara depois. Era precisamente a mãe do pequerrucho, aceitou de mil amores a incumbência régia.. Por esta circunstãncia, foi dada à criança o nome de Moisés, que significava “salvo nas águas”. Ou melhor, como preferem, em geral, os egiptólogos, em sentido translato, o “filho do Nilo”.
É a este homem que irá Deus confiar a importantíssima missão de libertar os da sua raça da escravidão e mal tratos dos Egípcios. Certo dia vê Misés um egípcio espancar a um Hebreu; ora em suas veias latejava o mesmo sangue da vítima. Julgando que ninguém o observava nesse lugar ermo, matou o agressor, mas a notícia chegou aos ouvidos do Faraó, que também procurou tirar-lhe a vida. Fugiu Moisés para a terra fronteira de Madian, ao norte do golfo Elanítico, onde mais tarde iria desenbarcar o Ouro de Ofir, no tempo de Salomão. Aí se casou com uma das filhas do sacerdote pagão Jetro.
Um dia pastoreando Moisés o seu rebanho em afastada solidão, impressiona-se com um arbusto que ardia em brilhantes labaredas. Sem consumir-se. Era Deus que iria falar-lhe, espírito que se define “Aquele que é”, e lhe incumbe de arrancar seu povo da opressão.
“Quem sou eu respondeu Moisés, para poder realizar tamanha empresa. Não tenho palavra fácil. E que sinal darei ao meus irmãos.” Era Moisés meio gago. Deus lhe dá logo os sinais. Faz com que uma vara que Moisés tinha na mão se transformasse em víbora, para logo voltar a ser vara. Uma das mãos que lhe estava a olhar, cobriu-se momentaneamente de lepra, que num átimo desapareceu. Moisés obedeceu. Tinha oitenta anos de idade quando recebeu a ordem do Todo Poderoso. Vai ao Faraó a pedir-lhe que deixe partir seu povo. Mas recebe recusa formal. Desencadeiando-se as desgraças sobre o Egito; as águas do Nilo trazem miasuras, rãs por toda parte, nuvens de mosquitos insuportáveis, chusmas de gafanhotos devoradores de plantas e hortaliças; epidemias que acabam com os rebanhos, noites trevosas sobre o país.
Nove vezes o Rei Faraó consentira a retirada, para, em seguida revogar a licença.
Veio enfim o décimo flagelo, e o mais aterrador. O Senhor faz morrer numa noite todos os recém nascidos egípcios. São poupados, porém, os de de Israel, cujos portais eram tintos do sangue do sacrifício de um carneiro, oferecido por cada família.
Só assim, recebe Moisés autorização de retirar-se com seu povo. Nasceu daí a festa hebréia da “Pascoa“, que significa “passagem” da escravidão para a liberdade que Israel irá celebrar todos os anos. Levam consigo o sarcófago de José. Conforme recomendara este pouco antes de morrer., mas dirigem-se para Leste. “O Senhor ia na frente para lhes mostrar o caminho. De dia, numa coluna de nuvens, e, de noite, numa coluna de fogo, para os iluminar”. A viagem faz-se em infinitos ziguezagues, chegavam as multidões às margens do Mar Vermelho, espavoridas com os exércitos de Faraó que lhes vão ao encalço. Arrependera-se o Rei de ter dado a licença e agora pretende faze-los voltar.
Durante a noite o vento de leste manteve divididas as águas bastante baixas , enquanto Moisés mantinha-se as mãos estendidas sobre elas. Atravessaram os fugitivos o braço do mar, sem dificuldade, mas os exércitos do Faraó em perseguição a eles, enterram nas areias lodosas do mar os seus carros, sendo por fim, submergidos pelas águas.
Alegram-se os Hebreus com o milagre, mas não irá Moisés ter socego por parte deles, sempre dispostos à rebelião.
”Um condutor de homens, disse alguém não pode contar com a sua gratidão, nem com a sua fidelidade”. Prossegue a caravana uma estepe árida, onde, ao chegar a Mara, o poço que encontra é de água amarga.
Os Hebreus protestam. Moisés descobre plantas que tornam potável essa água. Depois acabam os alimentos e novas murmurações ocorrem. Deus lhes manda dos ares um alimento chamado “maná”, que durante quarenta anos de peregrinação os alimenta. Noutra ocasião lhes falta por completo água para matar a sede. Moisés tange com sua vara uma rocha, e dela burbulha fresca e cristalina linfa.
Agora o que tem de enfrentar são os inimigos humanos. O Beduínos atacam o viajores. Trava-se renhido combate sobre o comando de Josué. Do alto da colina Moisés dirige a ação, erguendo de longe sua prodigiosa varinha . Quando cansado , baixava o braço, os inimigos venciam. Alguém sustenta o braço de Moisés, e se obtem a vitória.
Ei-los já às fraudas do Monte Sinai. “Israel acampou em frente da montanha”. A chamado de Deus, Moisés escala o Sinai e lá do alto do de Hereb lhe aparece o Senhor Deus, e lhe entrega em duas tábuas os Dez Mandamentos. De baixo se ouviram os trovões e o povo teme a morte. “Não temais, diz Moisés, Deus quer apenas que o temor dele vos guarde do pecado”. Que desolação para aquele homem de ardente fé, quando ao descer do monte, vê o seu povo adorando como a um Deus, um bezerro de ouro!...Tal é a sua santa indignação que lança com veemência em terra as tábuas da lei, que se despedaçam. Sobe novamente ao Horeb, e recebe de Deus compassivo novas Tábuas da Lei.
Ao descer do monte tinha Moisés a face iluminada de esplêndidos raios. As tábuas da Lei fá-las guardar em preciosa arca, dita “Arca da Aliança”.
Fonte: As mais belas Histórias da Bíblia de Dom Oscar de Oliveira
Editora Record, Rio de Janeiro – 1962...
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