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Mudança de Paradigma

Atualizado dia 12/1/2007 2:21:42 AM em Autoconhecimento
por Marcos Spagnuolo Souza


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Estamos passando atualmente por uma grande transformação que é a mudança de arquétipo mecanicista para o arquétipo autoreferencial. Esta mudança de paradigma rompe a visão rígida e determinista dando nascimento a uma concepção mais abrangente da natureza, do homem e do universo, possibilitando uma ampliação da consciência. A mudança que está ocorrendo afeta profundamente a consciência que o ser humano possui de si próprio e do universo que o envolve.

A mudança de paradigma é algo profundamente abalador. Ela envolve uma profunda crise para os indivíduos e uma grande reviravolta para a sociedade, o próprio destino do planeta é colocado em questão. (MALIN, 2003, p. XII)

Greene (2005) contrapondo o arquétipo mecanicista ou cientificismo mostra a importância da intuição na pesquisa ressaltando que “na visão quântica o pesquisador inicia o seu trabalho com a sua própria intuição, forma um quadro mental, uma noção ampla do princípio que orienta o objeto do seu estudo e só depois busca amarrar a intuição em terreno rigorosamente científico. A origem da pesquisa é justamente a consciência intuitiva do pesquisador e não o fenômeno em si.” (2005, pg. 393)

Wilber (1977) também prioriza a intuição em oposição ao método quantitativo dizendo: “há dois modos de conhecer: o inferior corresponde ao que chamamos conhecimento conceptual e comparativo, que se baseia na distinção entre conhecedor e conhecido. O modo superior de conhecer é intuitivo, repentino e imediato. Isso corresponde ao nosso segundo modo de conhecer, não dual.” (1977, pg.38)

O arquétipo autoreferencial valoriza a contemplação e a intuição. No primeiro momento observa-se o próprio pensamento contemplando a problemática e através da intuição toma-se consciência da solução procurada. Malin (2003) salienta que para chegarmos ao âmago de uma idéia, de um conceito, de uma questão ou de um assunto profundo temos que contemplar. Na contemplação não existe separação entre o pensador e aquilo acerca do qual ele contempla, eles são um só. Na contemplação chega-se a uma certeza absoluta (intuição), chega-se a uma verdade, pois na contemplação estamos em contato com a verdade, estamos dentro da unicidade de tudo, não existindo sujeito e objeto. Ressalta Malin que na biografia de Niels Bohr escrita por Abraham Pais existe o seguinte relato: “Algumas vezes Bohr ficava sentado ali quase como um idiota. Seu rosto se tornava vazio, seus membros ficavam dependurados e você ficava sem saber se esse homem podia até mesmo enxergar. Você podia pensar que ele devia ser um idiota. Não havia, em absoluto, nenhuma qualidade de vida. Então, repentinamente se podia ver que um entusiasmo surgia nele e uma centelha aparecia, e então ele dizia: "Agora sei".” (2003, p. 123).

Stanislav Grof contando sua experiência salienta: “Fui atingido por uma radiação que me pareceu comparável à luz do epicentro de uma explosão atômica ou, possivelmente, à luz sobrenatural descrita nos livros sagrados orientais que aparece na hora da morte. Tal raio de luz arremessou-me para fora do meu corpo. Perdi, totalmente, a percepção do assistente da pesquisa, do laboratório e de qualquer detalhe de minha vida como estudante em Praga. Pareceu-me que minha consciência havia explodido em dimensões cósmicas. Encontrei-me no meio de um drama que, antes, estaria muito além de minha mais fantástica imaginação. Senti o Big Bang, corri através de buracos negros e brancos do universo e minha consciência tornou-se o que poderia ter sido explosão de supernovas, pulsares, quasares e outros eventos cósmicos. Não havia dúvida em minha mente de que tudo aquilo se aproximava muito de experiências da consciência cósmica, sobre o que eu havia lido nos grandes livros místicos do mundo. Nos compêndios de psiquiatria tais estados eram definidos como severa patologia”. (1994, pg.30)

Muitos pesquisadores trabalham anos com determinado problema tendo diversas tentativas fracassadas para encontrar soluções utilizando a lógica comum. As respostas muitas vezes são encontradas através da intuição conforme salienta Grof: “O químico Friedrich August von Kekulé chegou à solução final para a fórmula do benzeno num sonho em que ele viu o anel de benzeno como uma pequena serpente Uroboros mordendo sua própria cauda. A forma do experimento crucial para descobrir a transmissão química dos impulsos neuroniais ocorreu ao fisiologista Otto Loewi enquanto ele dormia e o levou ao prêmio Nobel. Werner Heisenberg encontrou a solução matemática para o problema da física durante sua estada em Helgoland, quando sua consciência estava alterada por uma severa febre de feno. Em todos esses exemplos o estado incomum de consciência parece ter interrompido as formas tradicionais de pensamento que impedem a solução e permitido uma nova síntese criativa”. (GROF, 1997, pg. 142)

Baars (2004) salienta que tem sido extraordinariamente difícil voltar às poderosas lentes da ciência para dentro, para o nosso próprio interior, de tal forma que na maior parte do século XX as ciências do cérebro tenderam a burlar a verdadeira existência de nossa própria experiência. Essa negação está agora se afastando e estamos começando a obter uma compreensão mais firme da consciência. Os seres humanos serão confrontados com algo inteiramente novo, já que as únicas ciências que conhecemos são ciências exteriores, de coisas fora de nós mesmos.

O arquétipo mecanicista ofereceu condições para o surgimento de teorias que buscam o visível e a certeza; o arquétipo autoreferencial oferece atualmente oportunidade para trabalhar o invisível, a probabilidade e a incerteza, complementaridade onda-partícula, não localidade e entrelaçamento de sujeitos e objetos. O paradigma autoreferencial torna o universo mais lógico e expressivo para todos os seres humanos oferecendo-nos oportunidade para aproximarmo-nos de Deus.

Texto revisado por Cris

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